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Os jornalistas Luís Costa Pinto e Eumano Silva fazem a análise da cena política à luz das reações do mundi político nacional, dos juristas e de governos estrangeiros à presepada golpista de Jair Bolsonaro
Os jornalistas Luís Costa Pinto e Eumano Silva põe os pingos iis (os verdadeiros, os lúcidos) na análise da mais recente crise e teste de resiliência imposto por Jair Bolsonaro à Democracia brasileira. Presidente da República converteu Palácio do Planalto em bunker da extrema-direita golpista e miliciana e esculhambou as instituições republicanas diante de embaixadores que se submeteram ao papel de ridículo de serem tamborete para um palhaço macaquear e afrontar o Estado Democrático de Direito.
Arthur Lira sabe que, se votar a PEC da Derrama, a PEC Kamikaze, a PEC do Desespero de Bolsonaro, do ponto em que parou na noite de ontem, ela será derrubada no Supremo Tribunal Federal por inconstitucionalidade flagrante: interromper sessão de votação por mais de uma hora é vedado pelo Regimento da Câmara dos Deputados. Não importa o motivo da interrupção. Votação terá de voltar de onde parou.
“A luta faz a lei”, diz José Dirceu ao convocar: “às ruas, sábado, para dizer Fora, Bolsonaro”.
O ex-deputado José Dirceu, ministro da Casa Civil no 1º mandato de Lula na Presidência da República, crê que as ruas de todo o País demonstrarão sábado, nos atos de protesto contra Bolsonaro convocados por diversos movimentos da sociedade, força e vigor ainda maiores do que aqueles ocorridos em 29 de maio. “A luta faz a lei”, diz ele. E segue explicando o que pensa: “as ruas de sábado, para o Fora, Bolsonaro, vão mostrar que há hoje uma maioria que não suporta mais a ausência de governo, que não suporta a divisão social, a exclusão. E elas têm de começar a preparar o pós-Bolsonaro também”. Ele fez essa convocação ao participar do programa Sua Excelência, O Fato esta manhã, com os jornalistas Luís Costa Pinto e Eumano Silva. A íntegra do programa está no link abaixo, nesta página.
Para Dirceu, o maior desafio do ex-presidente Lula num eventual terceiro mandato na Presidência é trabalhar institucionalmente o regresso do Brasil ao pacto social e político que foi estabelecido a partir da Constituição de 1988. “A Constituição nos deu um pacto social, político, institucional que foi quebrado a partir do período do Temer”, analisa. “E isso se agravou muito com Bolsonaro. Destruíram o pacto político, o pacto social, o pacto democrático que traçamos com os militares. Devolver os militares para os quarteis, remontar a rede de bem-estar social, devolver as conquistas trabalhistas aos trabalhadores... há muito a ser feito no pós-Bolsonaro”. Para ele, além de tudo isso, será fundamental reposicionar o País na cena internacional. “O Brasil virou uma Nação periférica. Bolsonaro fez isso. E Lula é quem tem o maior preparo e a maior experiência para refazer os caminhos e restaurar a imagem brasileira no mundo”, crê o ex-ministro da Casa Civil.
Em sua participação no Sua Excelência, O Fato José Dirceu dedicou bastante tempo a ressaltar a importância que a esquerda brasileira tem de dar à reconstrução de pontes com as alas democráticas das Forças Armadas. “Sempre houve democratas entre os oficiais do Exército, da Marinha, da Aeronáutica”, disse ele. “Depois do golpe de 1964 a ditadura precisou cassar mais de 1.000 oficiais. Eram militares que não concordavam com o golpe. O general Lott e o brigadeiro Eduardo Gomes, por exemplo, não eram golpistas. Há oficiais que não vão baixar a cabeça para ordens antidemocráticas e golpistas do Bolsonaro que virão depois da inevitável derrota dele nas urnas”, diz Dirceu. “Precisamos trazê-los para cá, deixar claro que o Brasil precisa sim de Forçar Armadas – mas, de Forçar Armadas equipadas, profissionalizadas, que defendam o Estado e o território. Não é concebível imaginar o Brasil sem Forças Armadas, nós não queremos isso”, alerta. E, para ele, o grande desafio da esquerda é apartar a adesão de militares a falanges e milícias das polícias militares e de algumas guardas municipais que são mais permeáveis ao discurso de ódio do bolsonarismo. “Fundamental estar atentos a esses movimentos das PMs, das polícias civis”, diz.
O racionamento de energia no 2º semestre não só é inevitável como será maior do que o ocorrido em 2001. Sete usinas hidrelétricas do Sudeste e do Centro-Oeste secarão totalmente. Almirante de Esquadra, e incompetente na gestão dessa crise energética como o general Pazuello o foi na crise sanitária da pandemia, sintetizando a incompetência dos militares para a gestão pública, o ministro das Minas e Energia Bento Albuquerque está perdido em meio a lobbies e ignorâncias estúpidas (e corruptas) em Brasília. Ele se concentra na privatização da Eletrobras, tocada por meio de um lobby que tem por trás o notório empresário baiano Carlos Suarez. Eis a análise política em fast-track.
Wizard, empresário bolsonarista, tentou comprar desconvocação à CPI
No programa Sua Excelência, O Fato (link para a íntegra abaixo) desta segunda-feira o jornalista Luís Costa Pinto afirma que o empresário bolsonarista Carlos Wizard, convocado para depor na quinta-feira (17/06) à CPI do Genocídio, tentou insistentemente estabelecer alguma “ponte” que conseguisse fazer os senadores da comissão desistirem de convocá-lo. Ao menos uma pessoa que trabalha na área do lobby empresarial em Brasília, e que é fonte de Costa Pinto, foi contactada por Wizard para esse fim. Consultor de relações institucionais, o profissional declinou de qualquer possibilidade de cumprir a “missão” e aconselhou o formulador do gabinete paralelo da cloroquina a se preparar para o embate.
O jornalista Eumano Silva, que também integra a bancada do Sua Excelência, O Fato, lembrou no programa que a CPI do Genocídio já foi muito além do tripé de investigações inicialmente proposto – falta de vacinas, negacionismo científico a administração de medicamentos sem eficácia e ausência de plano nacional de contenção à disseminação do vírus. “Agora, a CPI precisa sentar para analisar os documentos que a CPI a tem a fim de preparar as denúncias”, diz Eumano. “Acho que ela está falha e lenta nesse aspecto”.
Costa Pinto e Eumano foram muito duros, aindaao advertir para as manobras do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que manobra o Parlamento claramente no sentido de aprovar uma lei que obrigue a instituição voto impresso em 2022, como quer Jair Bolsonaro, e do modelo eleitoral de distritão. “Insistir no voto impresso é uma forma de interditar o debate e preparar as bases para um golpe”, diz Costa Pinto, que leu durante o programa trechos de artigo do sociólogo Celso Rocha de Barros publicado na Folha de S Paulo e que alerta para o que chama de “o golpe de 2022”. Eumano Silva, por sua vez, ressalta que o distritão desqualifica a representação política e destrói os partidos ao privilegiar a eleição de pastores, youtubers, palhaços, comunicadores.
Os desafios do Jornalismo nos dias atuais
Análise em fast track.
“Bolsonaro tem objetivos golpistas; Pacheco e Lira não podem ficar calados e Congresso e STF têm de ser contra o golpe”, alerta senador Alessandro Vieira
Ao participar do programa Sua Excelência, O Fato desta segunda-feira (link abaixo) o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), líder de seu partido e integrante da CPI do Genocídio alertou para a postura de arriscada parcimônia dos presidentes da Câmara e do Senado para com as ameaças golpistas de Jair Bolsonaro. “Não há dúvida de que o presidente da República tem um objetivo golpista”, disse Vieira. E seguiu: “Bolsonaro nunca escondeu que é um admirador da ditadura. Provavelmente, ele entende que esse é o mecanismo para fazer gestão de Estado. Na verdade, defender a ditadura é um mero esconderijo da sua própria fraqueza e incompetência. Ele é incompetente para fazer um plano de Brasil. É incompetente para colocar qualquer plano em prática. Aí a desculpa que as instituições não funcionam, as regras tão erradas. E que é preciso subverter tudo isso.”
O líder do Cidadania acredita que todos os caminhos de apurações de atos e omissões do governo federal conduziram à tragédia brasileira no rumo do genocídio – são quase 480.000 mortos por Covid-19 desde março de 2020 – e que o presidente da República tem responsabilidades civis e criminais nesse desastre humanitário. Ele se revelou decepcionado com a condução dos presidentes da Câmara e do Senado no atual estágio da crise política. “O Congresso está cumprindo parcialmente seu papel. Os presidentes das Casas, o senador Rodrigo Pacheco e o deputado federal Arthur Lira estão muito abaixo daquilo que se espera de quem comanda um poder e percebe que a democracia brasileira está em risco. E você não pode ter presidentes de poderes da República que fiquem calados”, diz Vieira. E segue: “E isso aconteceu não só no Parlamento, mas também no Supremo Tribunal Federal.”
O senador sergipano disse ainda aos jornalistas Luís Costa Pinto e Eumano Silva, que conduziam o programa, crer em “recuo tático” ao analisar o procedimento do Alto Comando do Exército ao não punir o general e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello pela quebra da disciplina dos quarteis ao participar de ato político com Bolsonaro. “Nós precisamos ter um cuidado grande para tentar compreender o gesto do comando do Exército ao não punir o Pazuello. Esse gesto tanto pode ser uma rendição ao Bolsonaro como pode ser um recuo tático.”, diz ele. “O histórico do general Paulo Sérgio Nogueira (comandante-geral do Exército) é positivo, é democrático. É preciso ter uma compreensão mais afinada dos próximos passos que virão.”. Para ele, presidente da República insistirá no estresse institucional. “Bolsonaro é o tipo de governante que pode exonerar a cúpula das Forças Armadas por motivos obscuros”, advertiu.
Forças Armadas e PMs viraram partido ad hocde Bolsonaro, adverte coronel Marcelo Pimentel
Coronel da reserva, punido em 2019 com advertência e repreensão por ter escrito dois tuítes que tiveram apenas duas curtidas, nos quais já alertava para a bolsonarização do Exército, o oficial de inteligência Marcelo Pimentel Jorge de Souza esteve no progra Sua Excelência, O Fato da manhã desta sexta-feira e fez uma análise profunda e impactante da anarquia instalada nas Forças Armadas a partir da ausência de punição ao general Eduardo Pazuello. “Nenhuma vivandeira, dessa vez, foi nos incomodar os nossos bivaques. Foi o Exército Brasileiro que decidiu ser protagonista da política. Tanto por atos notórios, quanto por atos que não eram percebidos com tanta facilidade”, disse ele aos jornalistas Luís Costa Pinto e Eumano Silva. “O Alto Comando do Exército, que são os 17 generais que integram o colegiado devia ter punido o general Pazuello, está praticamente inteiro no governo, ou esteve até outro dia. Dos 17 generais que compõem o Alto Comando, ao menos 15 está ou esteve ocupando cargos na administração direta desse governo.”
O coronel Marcelo Pimentel adverte que deixar o Brasil capturado por uma “crise militar” em meio à pandemia e à CPI do Genocídio que apura a inépcia do governo justamente no combate ao coronavírus e a responsabilidade do presidente Jair Bolsonaro e do ex-ministro da Saúde general Pazuello no avanço e na trajetória da morte de mais de 47.000 brasileiros é uma estratégia. “Isso faz parte do plano deles. É uma narrativa que tem por finalidade mantê-los no poder. Essa anarquia tira o foco da crise real”, assegura. Marcelo Pimentel Jorge de Souza prevê uma advertência formal – ou mesmo punição com prisão – para o general Santos Cruz, ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro que fez críticas agudas à não punição do ex-ministro da Saúde, e mesmo de uma divergência aberta entre Bolsonaro e o vice, Hamilton Mourão, general da reserva que advoga o imediato desligamento de Pazuello do Exército. “Isso tudo emula a candidatura do general Mourão”, crê o coronel Marcelo Pimentel. “Ou mesmo do Santos Cruz. Eles são membros do ‘Partido Militar’”. Para o oficial de inteligência, os militares apostam agudização da crise agora para seguirem como alternativa a uma suposta devolução do País à normalidade por meio de um deles surgindo no cenário como salvadores da pátria – aí, já sem a figura do Bolsonaro. Ou seja, o papel do presidente da República já estaria cumprido: anarquizar as Forças Armadas e confundir a cena política para fabricar outra candidatura de extrema-direita e militar.
Marcelo Pimentel Jorge de Souza diz não entender como seus dois tuítes, com duas curtidas, publicados em 2019 e que diziam estar o Exército se bolsonarizando, que o levaram a receber a punição mesmo já estando na reserva, fazem mais mal à imagem das For Armadas do que a participação do general Eduardo Pazuello em um ato político com Bolsonaro. “As polícias estão se parecendo com forças armadas e o policial se parece com militar. E vice-versa. Há um excessivo emprego de militares em GLOs (operações de Garantia da Lei e da Ordem). As Forças Armadas viraram um partido ad hoc do presidente Bolsonaro”, diz ele Sua Excelência, O Fato.
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