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Episódio de podcast feito com o intuito de veicular apresentação de trabalho da disciplina Práticas Supervisionadas em Enfermagem 2.
Uma espécie de revelação me veio ao hospital. Eu estava enfermo em Nova Iorque. Perguntava-me onda já vira senhoritas caminharem como minhas enfermeiras. Tinha tempo para refletir sobre o assunto, e afinal, descobri que fora no cinema. Ao voltar à França, observei, sobretudo em Paris, a frequência desse passo; as mocinhas eram francesas e andavam também daquela maneira. De fato, as modas do caminhar americano, graças ao cinema, começavam a chegar até nós. (...) Existe, portanto, igualmente uma educação no andar. ¹
As artes sempre me fascinaram e configuram parte significativa do meu ser. Ao pensar em manifestações como a canção Endeless Love me pergunto o que seria todo esse amor avassalador? seria algo sequer alcançável? Foi nesse contexto de indagação sobre o sentimento denominado amor que decidi por meio do cinema analisá-lo em diferentes épocas visto que, como expresso no trecho acima, o cinema é uma ponte que permite a passagem de aspectos culturais da realidade para a tela e vice versa podendo inclusive ser instrumento de manutenção dos normas de uma sociedade pois ao projetar imagens estruturadas do comportamento humano, interação social e da natureza do mundo, filmes ficcionais nas sociedades contemporâneas são análogos em natureza e significância cultural às histórias, mitos, rituais e cerimônias em sociedades primitivas.¹
No cinema, a câmera carrega o espectador para dentro mesmo do filme. Vemos tudo como se fosse do interior, e estamos rodeados pelos personagens. Estes não precisam nos contar o que sentem, uma vez que nós vemos o que eles veem e da forma em que veem.²
Embora nos encontremos sentados nas poltronas pelas quais pagamos, não é de lá que vemos Romeu e Julieta. Nós olhamos para cima, para o balcão de Julieta com os olhos de Romeu e, para baixo, para Romeu, com os olhos de Julieta. Nosso olho, e com ele nossa consciência, identifica-se com os personagens no filme; olhamos para o mundo com os olhos deles e, por isso, não temos nenhum ângulo de visão próprio.²
Andamos pelo meio de multidões, galopamos, voamos ou caímos com o herói, se um personagem olha o outro nos olhos, ele olha da tela para nós. Nossos olhos estão na câmera e tomam-se idênticos aos olhares dos personagens. Os personagens veem com os nossos olhos. ²
The podcast currently has 2 episodes available.