Nos últimos 30 anos, no processo de construção da democracia no país, houve momentos de satanização da política e outros de demonização da burocracia. Em entrevista a Marco Antonio Soalheiro, no Mundo Político, a professora de administração pública e governo da FGV, Gabriela Lotta, fala sobre as reflexões do livro "A democracia equilibrista - políticos e burocratas no Brasil", de autoria dela e de Pedro Abromovay, editado pela Cia das Letras. Segundo a professora, a obra analisa os papéis de políticos e técnicos. Pondera que políticos são eleitos e tomam as decisões de interesse público e cabe aos servidores atuar de forma colaborativa e complementar. Ela cita exemplos históricos negativos e positivos dessa interação e afirma que, pelo bem da democracia, as duas funções não devem e nem podem ser conflitantes.