Saudações pessoal, tudo joiado com vocês? Pedimos nossas sinceras desculpas pela demora para lançar nosso 4º episódio. Como havíamos compartilhado nos nossos outros episódios, nosso processo de produção, gravação, edição é totalmente independente e devido aos "corres" do dia a dia tivemos que atrasar um pouco para melhorarmos e ajustarmos alguns outros pontos em relação aos episódios anteriores. No entanto, é com enorme prazer e satisfação que compartilhamos nossas impressões sobre a visceral e cirúrgica obra de Paulo Lins, Cidade de Deus (1997). Conduzido pelo seu esmero da escrita, adentramos nos becos e vielas dessa comunidade da zona oeste carioca. Nestes tempos mais que nebulosos, de governantes carregados pelo deboche e desprezo, consideramos urgente a retomada de nossa estrutural condição de produção das desigualdades. Com perícia e singularidade artesanal, Paulo Lins constrói sua escrita nativa das neofavelas e das novas roupagens do higienismo social promovido por esses processos de urbanização. Simultaneamente presenteia o leitor com a narrativa da coletividade dessa comunidade carioca com suas vozes eclodindo de todo os cantos e por todas as paisagens. Nesse episódio, discutimos ainda as continuidades, descontinuidades entre a obra literária e a produção cinematográfica de Fernando Meireles, bem como a retroalimentação inevitável entre ambas. Por fim, temos a participação mais que especial do nosso mano Wesley, vulgo Bigode, recitando o poema O milagre da poesia de um dos maiores expoentes da poesia marginal, Sergio Vaz.