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QUE VINDES AQUI FAZER?


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Irmão Valerio de Oliveira Mazzuoli

Que vindes aqui fazer? A indagação posta no telhamento do R\E\A\A\ exige do Obreiro uma resposta à altura dos ideais mais caros da Maçonaria, pela qual logre expressar aos Irmãos em Loja a sincera e verdadeira vontade de ver-se autorizado a participar da sessão da respectiva Oficina.

Não apenas para visitantes, senão também para membros ativos e regulares da Loja, a indagação – e a consequente resposta – é importante por fazer despertar no espírito do Maçom os reais propósitos para os quais está congregando em Loja.

É exatamente por esse motivo que o questionamento consta da parte derradeira – seguido apenas pelo Que desejais? – do interrogatório que realiza o Venerável Mestre para atestar, inter alia, a veracidade da identificação maçônica daquele que pretende participar dos trabalhos da Oficina.

A belíssima resposta fornecida pelo Irmão visitante, conforme o R\E\A\A\, é significativa e profunda em termos de autoconhecimento e de labor maçônico: “Vencer minhas paixões, submeter minha vontade e fazer novos progressos na maçonaria, estreitando os laços de amizade que nos unem”.

Cabe aqui, portanto, uma análise dos elementos-chave da resposta à indagação colocada – Que vindes aqui fazer? – à luz da filosofia maçônica necessária à exata compreensão de seus termos e significados.

· Vencer minhas paixões

Talvez a obrigação mais complexa e difícil para qualquer Irmão Maçom seja exatamente a de vencer as suas paixões, pois vencer paixões é faca que não corta ou, se corta, corta mal. Trata-se mais de um ideal a ser perseguido do que algo efetivamente conquistado com presenças em sessões em Loja.

Para que os Irmãos vençam as paixões têm que trabalhar diuturnamente em seu íntimo esse desiderato, certo de que a presença nas sessões da Oficina poderá auxiliá-lo, sem, contudo, resolver intimamente o seu incômodo.

No entanto, o que temos visto na prática maçônica é que tal mister é o mais comentado e o menos trabalhado nas sessões das Lojas, dada exatamente a dificuldade existente de a Oficina compreender a realidade de cada qual de seus Obreiros.

É por isso que a luta contra as paixões é assunto de ordem íntima, jamais coletiva. Somente a pessoa em causa será capaz de refletir sobre quais paixões lhe acometem e como vencê-las a contento com a atividade maçônica regular.

A tarefa, repita-se, resta mais no plano do ideal que propriamente no âmbito concreto, ao menos a curto prazo. Por outro lado, não há dúvidas de que, a longo prazo, a reflexão e a parcimônia serão elementos importantes no auxílio do Obreiro para lograr tal desiderato.

Trata-se, em suma, da obrigação mais difícil de ser realizada em Loja, dado não ser propriamente na Oficina que as paixões poderão ser vencidas, senão na vida diária com o labor íntimo de lapidação da Pedra Bruta.

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Malhete PodcastBy Luiz Sérgio F. Castro