A circularidade dos saberes sagrados da cosmovisão africano tem suas gênesis na culturalidade dos povos egípcio-bantu. Essa axiologia negra se desenvolveu em um processamento de relação comunal, que se deu na dinâmica do matriarcado. Fenômeno que se encontrou também sua preservação na corporeidade da mulher negra. Onde a circularidade se estabelece na relação objetiva e subjetiva da roda de samba cuja baiana tem profundo protagonismo.
Tanto a interpretação introspectiva da Nana Caymmi quanto o canto performático de Marina Afares são reflexos da abstração objetiva e subjetiva da herança matriarcal que preservam a africanidade no dinamismo diaspórico brasileiro. Razão pela qual elas cantam a orixalidade como existencialidade e resistência, frente o violento patriarcalismo eurocaucasiano. Ambas procuram no amor o sentido de todas utopias, onde a felicidade coletiva é um lugar ideal, longe dos preconceitos. Tendo em vista que todas manifestações bioexistências são expressões da divindade. De tal sorte que as musicalidades negras, na paz dos orixás, de Nana Caymmi e Marina Afares constituem uma baianidade de negação da violenta distopia do capitalismo branco.