Todas as manifestações de poder acontecem em círculo, tudo é cíclico: o movimento da nossa galáxia, com seus sistemas planetários e estelares, a própria Terra e as estações do ano. O vento rodopia em círculo, os pássaros constroem seus ninhos de forma circular. A vida dos seres humanos é um círculo de uma infância à outra: nascimento, crescimento, reprodução, morte, renascimento. Essa é, em síntese, a declaração de Black Elk, líder sioux da América do Norte, sobre a circularidade da vida.
Somos almas antigas tendo uma experiência humana. Nossa experiência mais genuína, a conexão com os ciclos naturais da vida, entretanto, começou a se perder nos últimos 400 anos, principalmente entre os povos ocidentais. Com essa perda nos desconectamos, também, de nossa capacidade de ligação com o simbólico e o sagrado.
Angeles Arrien, no livro O Caminho Quádruplo, propõe uma simbologia dos quatro caminhos sagrados de constituição do ser humano, em analogia com as quatro direções - Norte, Sul, Leste e Oeste. Olhar para os ciclos da nossa vida a partir da perenidade da existência potencializa o pertencimento e a visão de totalidade. Sabendo que somos o que somos com o todo da vida sobre a Terra, nos percebemos fazendo parte de um ciclo maior, o que traz um novo sentido à existência. É esse o caminho que desejamos trilhar nesse episódio do Salve, Família!, com nossa convidada, Zuleika Jardim.