A primeira cidade brasileira da integração de seu povo.
Denominação anterior: Santo André da Borda do Campo
Fundadores: João Ramalho e o cacique Tibiriçá.
João Ramalho teve um passado cercado de mistérios. Era filho de João Velho Maldonado e Catarina Afonso de Balbode. Nasceu em Vouzela, no Distrito de Viseu, em Portugal, na Quinta de Valgode, terra que pertenceu à família Malafaia. O local exato de seu nascimento também é atribuído a Barcelos. Casou cedo com uma portuguesa, Catarina Fernandes das Vacas. Sua chegada ao Brasil não é documentada. São várias as hipóteses de como João Ramalho teria chegado ao sudeste brasileiro. Uma delas é como um náufrago, possivelmente oriundo da armada de Pedro Álvares Cabral; outra hipótese é que Ramalho teria sido exilado por algum crime cometido em Vouzela, nunca comprovado esta tese, e a terceira hipótese, é que ele teria sido voluntário para colonizar o Brasil após sua descoberta, para conquistar as terras no local ainda desconhecida. Também não se sabe quando ele chegou, podendo ser em algum período entre 1508, 1511 ou ainda1515. Teria sido o primeiro português a habitar o Brasil meridional.
Outro dado que torna misteriosa sua chegada ao Brasil e inclusive o seu ano de nascimento, é a existência de uma Carta de Cavaleiro datada de 1487 com seu nome, ou seja, seis anos antes do seu suposto nascimento, em 1493. Ela está no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Lisboa, e significaria que João Ramalho foi "cavaleiro, guarda-mor" do rei D. João II de Portugal.
De sua chegada ao Brasil até 1532, não há muitas informações do que aconteceu com João Ramalho. Ele encontrou índios Tupiniquins com quem passou a viver, se adaptando aos seus modos, e ficou próximo do famoso cacique Tibiriçá ("vigilante da terra", na língua Tupi), o líder dessa tribo no Planalto Paulista. Sua aldeia seria, logo após a descida da serra, após a subida de São Vicente por Paranaguá. Após mudou sua base para onde é hoje o Largo de São Bento, mudança ocorrida com a transferência do Pelourinho de Santo André da Borda do Campo para São Paulo dos Campos de Piratininga.
Após sua aproximação, casou-se com uma das filhas do cacique, Bartira (M’bicy), que significa "flor de árvore" em tupi, onde posteriormente seria batizada com o nome cristão de Isabel Dias. Porém, como era de costume entre os povos nativos locais, teve outras mulheres, inclusive algumas irmãs de Bartira.
Formou, assim, uma forte aliança de sangue com os índios tupiniquins, grandes guerreiros que inclusive expulsaram os franceses de Copacabana. Esta aliança que, nas tradições indígenas, é para toda a vida. Segundo algumas fontes, tornou-se inclusive influente entre os índios da aldeia, podendo arregimentar 5 mil índios em um só dia. A divisão de poder entre os dois ficou evidente na história documentada.
Tibiriçá nascido em data e local desconhecido, imagina-se, que em seu próprio território, perto ou dentro da área da futura ‘Confederação dos Tamoios’ — faleceu em São Paulo dos Campos de Piratininga em 25 de Dezembro de 1562. Era aliado dos portugueses. Destacou-se nos eventos relacionados à fundação da atual cidade de São Paulo, colaborando com sua consolidação, guerras contra os Tamoios, expulsão dos franceses do Rio de Janeiro.
A Confederação dos Tamoios foi um entre os muitos acontecimentos marcantes da história do Brasil, ocorreu entre 1554 e 1567 e reuniu diversos caciques. Caracterizado como um movimento de resistência e adesão aos estrangeiros em especial aos holandeses e franceses, a confederação foi chefiada por líderes indígenas do Litoral Norte paulista e sul fluminense. Juntos, eles organizaram uma revolta contra os colonos portugueses, que além de explorar o território, buscavam escravizar a mão de obra indígena.
Encontro dos dois com Martim Afonso de Sousa
Em 1532, João Ramalho e o cacique Tibiriçá, já convivendo em parceria há muito tempo, com troca de experiências se encontram com Martim Afonso de Souza (Martim Afonso de Sousa foi um nobre,