2023 é o primeiro ano em que a homenagem aos povos originários no 19 de abril passa a ser o Dia dos Povos Indígenas. A mudança aprovada pelo Congresso Nacional tem força simbólica. É importante para o letramento, especialmente das crianças, inclusive para estimular a percepção de que os povos originários são muitos. Em entrevista a Marco Antonio Soalheiro, no Mundo Político, a professora e socióloga Avelin Kambiwá diz que há muito preconceito contra os indígenas no país, porque as pessoas aprenderam errado nas escolas e que, neste momento, depois de anos de luta, começa a surgir um novo comportamento. As escolas buscam vozes entre os indígenas para levarem informação às crianças sobre a cultura e o modo de vida deles. Ao refletir sobre os desafios das 19 etnias de Minas Gerais, Avelin Kambiwá diz que a mineração ameaça as terras, que têm valor espiritual. Ela considera que as mineradoras e o agronegócio estão fortalecidos pelos governos estadual e federal e conflitam com as necessidades dos indígenas, que precisam proteger a "Mãe Terra" para viver. Em nível federal, Avelin deposita na Funai as maiores expectativas de atuação, já que o Ministério dos Povos Indígenas ainda não detém orçamento próprio. Sobre o momento político e o futuro, a socióloga diz que é preciso aproveitar o "cavalo selado" e contar com a força dos ancestrais para a luta.