Nilo Peçanha começou no rolê de organizar eventos de skate desde cedo. Chamava a galera, falava pra cada um dar um pouco de grana pra competir e quem ganhasse levava a bolada toda. Agora, além de continuar andando como nunca, Nilo vê seu papel na cena evoluir para um lugar consciente da referência que pode representar. Afinal, quem enxerga a vida de cima das rodinhas, nunca fica no mesmo lugar.
Foi quando ficou sem patrocínio aos 23 anos que se ligou que depender de contrato e da vontade alheia é um tipo de risco desnecessário.
Aos 23, com o que restava do patrocínio decidiu abrir a Carmem Skate Shop pra colocar em prática o que a cultura do skate tinha ensinado: "se você é uma loja local, você vai apoiar skatista local, vai fazer evento local."
Um ano sem patrocínio depois, quando fechou um novo contrato não abriu mão de incluir nele uma verba que garantisse a continuidade do seu incentivo à cena local. Foram nove anos fazendo anualmente um evento no Bowl do Rio-Sul. Antes de cada evento, uma reforma na pista. Assim, ele garantia a galera e o skate sempre presente onde ele próprio é local. Enquanto isso, Pedro Barros com sua Layback também agitavam a cena no Rio Tavares, e o caminho foi natural. Uniram forças e entre mais alguns sócios, criaram a Agência Esporte Arte que, entre outras coisas, realiza parte dos eventos do calendário do QS no Brasil.
Das pistas aos negócios, Nilo já teve loja, já desenvolveu app de manobras do skate, já montou muita pista e organizou evento, e entende que assim pode transformar visões e inspirar referência pra molecada em um universo em que o tempo cobra amadurecimento.
Dá play aqui pra ouvir esse papo sobre fases e a tranquilidade de evoluir para lugares novos dentro de uma mesma cena onde, mais uma vez, o skate e o surf se fundem em uma mesma história.