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A origem humilde e o interesse em letras moldaram desde cedo o caráter de José Saramago. Bem antes de ser o reconhecido autor português, laureado com um Nobel de Literatura, esse José, tão simples como tantos outros, saiu do campo, frequentou bibliotecas públicas, ganhou a metrópole, para aos poucos se tornar escritor. Viu as profundas transformações de seu país, no curso e no tempo que a história entrega. E assim, conseguiu conceber histórias, que entrecruzam a realidade, o documento, a vida vivida e o fantástico que passa por todas essas tramas.
"Ensaio sobre a cegueira" é seu décimo sétimo livro, em uma bibliografia intensa e longeva. O livro usa do fantástico para fazer metáfora dolorida. É um livro que te ensina pelas cicatrizes, pela dor e também pelo amor que se esconde nas frestas da calamidade. Pois enquanto seres complexos e incompletos, nos resta experienciar destruição e criação, amor e ódio sobre o mesmo terreno. Sem chance de fuga, carregando o ferimento e a transformação no mesmo corpo.
O que resta de nós quando todas estruturas fundantes e organizacionais se esfacelam como pó? Quem somos nós quando ninguém está olhando? O que você faria se tivesse a certeza de nunca ser julgado? É um livro que nos cobra enxergar além da visão, de entender o outro e nós mesmos. Que nos provoca a buscar chaves, que estão na profundidade mais escondida de nossa personalidade. Pois se podemos ser para ser vistos e admirados, devemos ser para chorar em silêncio quando ninguém pode ver.
Para essa conversa o convidado é meu amigo, professor e Doutor em História pelo Instituto Universitário de Lisboa, Rafael Dias. São paulino e intelectual diaspórico, que vaga pela fluidez das identidades culturais múltiplas, Rafael tem se dedicado a entender as relações de alteridade nos processos migratórios. A conversa foi excelente e muito divertida!
Boa audição.
16/julho/2021
#livro #book #ensaiosobreacegueira #josésaramago #podcast #obrafechada #saramago #romance #novel #blindness #literaturaportuguesa
A origem humilde e o interesse em letras moldaram desde cedo o caráter de José Saramago. Bem antes de ser o reconhecido autor português, laureado com um Nobel de Literatura, esse José, tão simples como tantos outros, saiu do campo, frequentou bibliotecas públicas, ganhou a metrópole, para aos poucos se tornar escritor. Viu as profundas transformações de seu país, no curso e no tempo que a história entrega. E assim, conseguiu conceber histórias, que entrecruzam a realidade, o documento, a vida vivida e o fantástico que passa por todas essas tramas.
"Ensaio sobre a cegueira" é seu décimo sétimo livro, em uma bibliografia intensa e longeva. O livro usa do fantástico para fazer metáfora dolorida. É um livro que te ensina pelas cicatrizes, pela dor e também pelo amor que se esconde nas frestas da calamidade. Pois enquanto seres complexos e incompletos, nos resta experienciar destruição e criação, amor e ódio sobre o mesmo terreno. Sem chance de fuga, carregando o ferimento e a transformação no mesmo corpo.
O que resta de nós quando todas estruturas fundantes e organizacionais se esfacelam como pó? Quem somos nós quando ninguém está olhando? O que você faria se tivesse a certeza de nunca ser julgado? É um livro que nos cobra enxergar além da visão, de entender o outro e nós mesmos. Que nos provoca a buscar chaves, que estão na profundidade mais escondida de nossa personalidade. Pois se podemos ser para ser vistos e admirados, devemos ser para chorar em silêncio quando ninguém pode ver.
Para essa conversa o convidado é meu amigo, professor e Doutor em História pelo Instituto Universitário de Lisboa, Rafael Dias. São paulino e intelectual diaspórico, que vaga pela fluidez das identidades culturais múltiplas, Rafael tem se dedicado a entender as relações de alteridade nos processos migratórios. A conversa foi excelente e muito divertida!
Boa audição.
16/julho/2021
#livro #book #ensaiosobreacegueira #josésaramago #podcast #obrafechada #saramago #romance #novel #blindness #literaturaportuguesa