Por Irmão José Ronaldo Viega Alves
“É fato conhecido a existência, já antes da construção do Templo de Salomão, na Ásia Menor, de uma sociedade de arquitetos com o privilégio de erigir edifícios públicos. Tal associação se denominava de Fraternidade de Artesões Dionisianos. Quando da construção do Templo foram os Dionisianos, não só pela sua especialidade, mas, pela necessidade, admitidos na obra. É de se crer, hajam iniciado em seus Mistérios outros participantes da construção que passaram a ter seus privilégios e benefícios. Ao término das obras se dispersaram, indo empregar os seus conhecimentos em outros orientes.” (Girardi, 2008, pág. 390)
INTRODUÇÃO
O tema que dá título a este o artigo, vinha sendo desenvolvido há algum tempo, num processo bem lento até. Mas, um fato importante e bem recente, veio a fazer com que eu retomasse de vez o assunto com o propósito de concluí-lo.
Vamos ao começo dessa história: meses atrás fui convidado para elaborar um trabalho, o qual foi apresentado depois num encontro das Lojas dessa região maçônica. Para a ocasião, havia escolhido o seguinte tema: as origens da Maçonaria. Tema debatido e batido, confesso, mas, a dedicação às pesquisas, assim como, as fontes utilizadas, me levaram por caminhos que me permitiram não cair no pecado da mesmice. E foi na busca constante por informações com o propósito de enriquecer ao máximo esse tema, de trazer ao conhecimento dos Irmãos essa variedade de grupos, associações, confrarias e corporações de ofício que tiveram seus nomes associados às origens da Maçonaria Operativa ou à Maçonaria que antecedeu à Maçonaria Especulativa, que acabei me deparando com o nome dos Artífices Dionisíacos, sendo que, até então não havia lido praticamente nada a respeito deles. No decorrer da palestra pude comprovar que eu não estava sozinho sobre ignorar a história dos Artífices e sua relação com o passado primitivo da Maçonaria.
No fragmento que aparece acima, logo após o título, extraído do “Vade-Mécum Maçônico”, do Ir.’. João Ivo Girardi, pude perceber uma das poucas referências com relação aos Artífices com a qual, então, eu me depararia num primeiro momento: um grupo de artesãos que teria existido num passado distante e longínquo. Tão longínquo que fui encontrá-los no conteúdo pertinente ao verbete MAÇONARIA PRIMITIVA, tal como o que foi transcrito no trecho acima, ou seja: ”Fraternidade de Artesões Dionisianos”, que como já deu perceber, é equivalente ao termo “Artífices Dionisíacos”, este último o nome que encontraremos mais comumente.
Quanto ao fato recente que teria acontecido é o seguinte: ao abrir o meu email, há alguns dias, me deparei com a capa de um livro intitulado “Esboço para a História dos Artífices Dionisíacos”, da autoria de Hyppolito Joseph da Costa, numa tradução do Ir.’. José Filardo.
Diante da notícia, e o livro vem em boa hora mesmo, encomendei o meu exemplar de imediato, tendo a seguir mudado um pouco acerca do meu plano originai: o que eu havia pesquisado, o que eu havia descoberto, enfim, o que já estava pronto, com algumas alterações de última hora, é o que vai constar nessa que será a Parte 1 desse trabalho. Haverá uma Parte 2 ou Parte Final, onde as informações e comentários serão as que obterei durante a leitura do exemplar encomendado (o livro tem somente 84 páginas, na verdade, é uma tese) e daqui a alguns dias deverei estar com ele em mãos.
Não optei por interromper o trabalho que já vinha desenvolvendo, tanto que, ele poderá ficar como uma espécie de introdução ao assunto. Quem sabe, poder despertar naquele que o lê, um interesse maior, ou até mesmo convencê-lo de que esse tipo de leitura é fundamental para o Maçom, pois, é conhecendo melhor o passado da Maçonaria que podemos entender melhor o seu presente.
Acho que o assunto, para quem gosta de ler e estudar sobre a história da Maçonaria, é simplesmente fascinante, assim como, vai estimular, vai instigar a nossa imaginação, a nossa sede de conhecime