Malhete Podcast

Uma Visita ao Templo Interior


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Por Irmão Dário Angelo Baggieri
Amados irmãos, participando de uma cerimônia de batizado no interior do Santuário Paz e Bem, no Oriente de Vila Velha-ES, me deparei com 7 vitrais na Coluna do Sul daquele Templo de cunho Católico, que pelas suas peculiares e estratégicas posições na caminhada em direção ao Oriente, me levaram a uma reflexão simbólica e principalmente filosófica, que me fomentaram a praticamente viajar em uma aventura muito prazerosa e enriquecedora.
Inicia-se no primeiro Vitral/Mosaico a assertiva TEMOR A DEUS. O temor a Deus é um sentimento de respeito e reverência praticada pela doutrina cristã, segundo previsto no livro de Hebreus da Bíblia Sagrada: "Por isso, recebendo nós um reino inabalável, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus de modo agradável, com reverência e santo temor; porque o nosso Deus é fogo. Ter temor a Deus significa reverenciá-lo e respeitá-lo como Criador e Salvador. Mas temer ao Senhor não é o mesmo que ter medo ou pavor d’Ele; ao contrário, o temor do Senhor está diretamente ligado ao amor e a gratidão a Ele. “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria” (Provérbios 9:10. Por isso, o escritor bíblico, também diz que o temor a Deus “consiste em aborrecer o mal; a soberba, a arrogância, o mau caminho e a boca perversa” (Provérbios 8:13). Então aquele que verdadeiramente teme a Deus necessariamente irá andar conforme a sua vontade. Aqui se ratifica que aos maçons somente se inicia qualquer obra, após a abertura do Livro da Lei.
No segundo Vitral/Mosaico está escrito PIEDADE. Demonstração de amor ou afeto pelas coisas religiosas; devoção. Compaixão pelo sofrimento de uma outra pessoa; misericórdia. A piedade nos dá a graça de saber entender o limite do nosso irmão. Todo sentimento de piedade baseia-se no sentimento primário do próprio indivíduo que o sente, porém pode-se sugerir que aquilo que seria doloroso a um indivíduo poderia não ser para outro. Imagina-se, portanto, que a piedade é o resultado da imaginação somada à vivência de cada indivíduo. Não existe piedade sem amor, não existe piedade sem temor a DEUS. Na filosofia maçônica, a piedade é como um sentimento fraterno que, ao proporcionar a identificação com o outro, estabelece os primeiros laços que unem os homens entre si. Através da piedade, o homem maçom sofre no sofrimento do outro irmão, pois percebe que pode padecer dos mesmos males. Cabe à imaginação ativar a piedade nesse movimento de lançar-se para fora de si, e desse modo, a piedade, apesar de natural, se manifestaria apenas após a reflexão.
Continuando a caminhada nos deparamos com o terceiro Vitral/Mosaico- CIÊNCIAS. Vemos aqui um despertar para o respeito entre a fé e a ciência. Enquanto a ciência ocupa-se com seu objeto específico de estudo, a filosofia Maçônica ocupa-se em tentar entender se esse objeto é corretamente estudado, além de tentar aprimorar os modos do fazer científico, a fim de proporcionar à ela, a maior validade racional possível. Filosofia e Ciência tem entre si relações de proximidade no objetivo, no modelo de desenvolvimento das ideias e, também, de inspiração mútua. Se aproximam nos objetivos na medida que ambas as coisas pretendem explicar o funcionamento do mundo, de modo que os cientistas se dedicam a estudar fenômenos particulares específicos e os filósofos tendências gerais. O modelo de desenvolvimento parte do mesmo princípio, a razão, sendo formas racionais de explicar os fenômenos humanos e naturais, tendo a filosofia inspirado no desenvolvimento da ciência e vice-versa. O Homem Maçom é um filósofo eminentemente científico.
O Quarto Vitral/Mosaico na caminhada aparece a Palavra FORTALEZA. Para o verdadeiro iniciado, essa palavra tem ampla significação simbólica. Para desenvolver sua força individual é imprescindível que o maçom tenha o conhecimento de si mesmo, à nível mental (virtudes e defeitos, reações negativas e positivas) e físico (biológico), e o conhecimento do mundo que o cerca (sociedade e natureza). Existe nos labores maçônicos uma conotação diferente do mundo profano, mas com semelhanças nas propriedades simbólicas e especulativas. A Fortaleza pode representar a qualidade do que é forte. A robustez ou, propriamente, o vigor físico. Conceitualmente a Força é também um agente físico capaz de alterar o estado de repouso de um corpo material.
Passemos então às especulações. Dos três graus de uma Loja Simbólica ou classe de operários, qual é mais robusto, ou necessita de maior vigor físico? Por óbvio, são os Aprendizes, pois estão nas pedreiras quebrando e transportando as pedras brutas. Mas a fortaleza não é somente física, também tem reflexo na espiritualidade, no emocional e também na religiosidade.
O Quinto Vitral/Mosaico aparece o vocábulo CONSELHO. Diz o sábio mestre: A única coisa a fazer com os bons conselhos é passá-los a outros pois nunca têm utilidade para nós próprios e escutai os conselhos de quem muito sabe, mas especialmente os conselhos de quem muito vos ama. Os irmãos sábios nos ajudam com os seus conselhos, através da voz da e de suas atitudes que dizem mais do que mil palavras. A consciência do aprendizado, nos falam ao nosso íntimo - e lhes damos a necessária importância, pois oferecem-nos as suas vivências. Aprendamos a ouvir com a voz do coração.
O Sexto Vitral/Mosaico encontramos a base de Todas as doutrinas Filosóficas e Herméticas, O ENTENDIMENTO. Vocábulo tão sublime em nosso vernáculo, de uma profundidade ímpar. Do ponto de vista filosófico, este conceito recebe o nome de intelecção ou apreensão da realidade através do acesso à essência dos fatos. O entendimento mostra a capacidade de discernimento racional que potencializa a deliberação da tomada de decisões. O conhecimento originado pela filosofia maçônica é um modo de interpretação da realidade que diferencia-se de outras formas de conhecer. Ao contrário da sensibilidade, que é uma faculdade intuitiva, como comentamos anteriormente, na filosofia maçônica. O entendimento é uma faculdade puramente discursiva, o que quer dizer que ele opera sobre objetos dados pela sensibilidade. Ele é, pois, a faculdade de fazer juízos, expressos em proposições. Mas dentro de paradigmas que consideramos justos e perfeitos sob a ótica da doutrina. O Entendimento é a base de todo relacionamento em qualquer Seara. É o Penúltimo degrau do amor fraternal.
E por último nos deparamos com um Vitral/Mosaico na entrada do oriente com a PALAVRA MAGICA-"SABEDORIA" que encerra em sua simbologia toda nossa caminhada. Salomão não pediu riquezas, exércitos, poder material, etc. pediu ao GADU a sabedoria. Deus deu-lhe não apenas sabedoria, mas também um discernimento extraordinário e uma abrangência de conhecimento tão imensurável quanto a areia do mar. A sabedoria de Salomão era maior do que a de todos os homens do oriente e do que toda a sabedoria do Egito. (1 Reis 4 29-30)
A sabedoria começa na reflexão. Não confunda jamais conhecimento com sabedoria. Um o ajuda a ganhar a vida; o outro, a construir uma vida. Não há nada bom nem mau a não ser estas duas coisas: a sabedoria que é um bem e a ignorância que é um mal.
Ela está contida simbolicamente na coluna JÔNICA e o sábio mestre diz que O tempo é como um rio… Você nunca poderá tocar na mesma água duas vezes, porque a água que já passou nunca passará novamente. Aproveite cada minuto da sua vida e lembre-se: nunca busque boas aparências porque não existem… Não procure pessoas perfeitas porque não existem… Mas busque, acima de tudo, alguém que saiba o seu verdadeiro valor! Cada dia que amanhece assemelha-se a uma página em branco, na qual gravamos os nossos pensamentos, ações e atitudes. Na essência, cada dia é a preparação de nosso próprio amanhã.
Nossa caminhada não termina aqui nesse Orbe Terrestre, ela continua em outros parâmetros. A Evolução do Espírito é eterna, contínua e nos exorta a sermos Melhores a cada dia, pois essa é a essência dos ensinamentos do divino mestre Jesus. Sejamos verdadeiramente irmãos !!!!
Dario Angelo Baggieri
M.”.I.’. CIM 157465
AMLES- cadeira nº 1 Patrono Alferes Tiradentes
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Malhete PodcastBy Luiz Sérgio F. Castro