Voltou a categoria que é boa, mas que precisa ser mais bem aproveitada quando se fala na história do Festival de Sanremo. Nuove Proposte, a categoria das revelações, voltará depois de três anos, afirmou Carlo Conti em entrevista à TG1.
O diretor artístico, que retorna após uma breve passagem nos meados dos anos 2010, também afirmou categoricamente que não haverá tantas canções concorrendo (na última edição de Amadeus, foram 30 finalistas e a classificação de parte dos Giovannis, entre 2022 e 2024) e, com a divisão, a edição pode ficar um pouquinho enxuta e otimizada. Além disso, a noite dos covers pode mudar, segundo Conti haverá a proclamação do melhor cover e do melhor dueto no palco.
E haverá algumas modificações simples da sua era, com os avanços trazidos por Amadeus e Claudio Baglioni (seus antecessores): o fim das eliminações é outra coisa mantida, assim como os anúncios no telejornal principal da Itália sobre os detalhes do festival.
Sob a gestão Conti, nomes que vieram do Nuove Proposte puderam concorrer e vencer na categoria Big nos anos seguintes: foi o caso de Francesco Gabbani, ainda em sua era. Em 2018 e 2019 (anos de Claudio Baglioni no comando), Ermal Meta (em duo com Fabrizio Moro) e Mahmood vencem o festival - ambos foram finalistas do Nuove em 2016.
O órgão que representa os consumidores italianos, Codacons, até chegou a pedir para que o ajudasse na supervisão das categorias, para evitar a inclusão de artistas extremamente impulsionados pelas redes sociais do que pelo talento musical.
Porque voltou a categoria Nuove?
Os anos Amadeus (2020-2024) trouxeram uma magnitude de artistas, revelações, mas uma medida feita de maneira empolgada após a vitória dos Måneskin, em 2021, fizeram com que a categoria Nuove Proposte saísse do festival, para dar uma chance aos Giovannis (categoria que forma a base dos Nuove) concorrerem diretamente com os Bigs, mas com outras canções.
Foi um erro gritante quando trouxeram estes candidatos na categoria dos leões. Apenas Matteo Romano (11º colocado em 2022) e Santi Francese (18º colocado em 2024) foram os únicos que se sobressaíram da categoria, já os demais ficaram abaixo da 20ª posição - Tananai e Sethu foram os últimos colocados em 2022 e 2023.
Como começou o Nuove?
Em 1984, nos primórdios de Pippo Baudo no comando da atração (como apresentador, o diretor na época era Gianni Ravera), o festival tinha a necessidade de rejuvenescer o público sem perder a essência tradicional. Aí nasceu a categoria que buscava revelar Novos Talentos da Música Italiana, o Nuove Proposte. Seu primeiro vencedor (dois anos mais tarde, campeão dos Bigs) foi Eros Ramazzotti - com “Terra Promessa”.
A categoria coroou nomes incríveis para a cultura pop italiana, latina e mundial, como Laura Pausini (“La Solitudine”, em 1993) e Andrea Bocelli (“Con Te Partiro", 1994).
A categoria surgiu em paralelo ao Prêmio da Crítica (hoje Prêmio Mia Martini), que é dado através de um painel de profissionais da música e da crítica, devido a uma certa fratura entre a organização do festival, dirigida na época por Ravera, com o público, as casas discográficas e até mesmo a televisão italiana - Silvio Berlusconi tentou levar o festival ao seu canal 5, aproveitando o sucesso da migração do Festivalbar.
Ao longo deste ano vamos conhecer o regulamento para sabermos como serão eleitos os primeiros finalistas do retorno da categoria ao festival - já a final desta e dos Bigs serão tradicionalmente celebrados na semana do Carnaval (por lá, Dia dos Namorados), em fevereiro de 2025*.
* por enquanto, a data não foi oficializada pela emissora, a colocamos com base nas últimas edições do festival.
Music by TVARI from Pixabay
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