Anteriormente, tivemos a grande honra de realizar duas copas. Uma foi a de 1950, aquela em que a seleção perdeu de virada para o Uruguai, por dois a um, na grande final, em pleno Maracanã. Após sessenta e quatro anos tivemos outra oportunidade; desta vez, em 2014, quando nossa seleção brasileira foi goleada pela Alemanha, nas semifinais, pelo placar de sete a um, no estádio Mineirão. Apesar disso, entramos novamente para a disputa de realiza - lá novamente.
Prejuízos inestimáveis foram deixados em nossa nação. Além de não levarmos a sexta conquista, as obras para o mundial, na época, custaram muito mais caras que o previsto. De acordo com a revista Exame, publicada em 2015, cerca de 8,4 bilhões foram gastos para a reforma e construção de estádios novos. O país estava em plena expansão econômica, o que também lhe permitiu obter, dois anos depois, a realização dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. Projetos de mobilidade urbana, como o BRT - (Serviço de ônibus articulado), também localizado no Rio, acabou sendo um dos enormes descasos com o legado e, para todo o povo, que hoje sofre com superlotação todos os dias. Das 82 obras que tinham sido propostas na Matriz de Responsabilidades da Copa, apenas 20 foram concluídas e entregues para a população.
Na minha opinião, a copa do mundo deixou dois pontos distintos na sociedade brasileira. O primeiro foi positivo, pois, em diferentes cidades e Estados, o evento deu um salto significativo na parte do turismo, da economia, no recorde de públicos e entre outros; já a negativa foi que rendeu mais peso à população. Além da grande corrupção que houve nas esferas públicas e privadas, não importando o viés político, o povo se viu largado à própria sorte e, tanto amantes da bola ou simples cidadãos, se vêem na mesma situação de que, na realidade, foram enganados com promessas vãs.
Segundo o anúncio publicado pela CBF, em 2019, a instituição tinha firmado um acordo com a Fifa, retomando as ações do Fundo de Legado do mundial ocorrido no Brasil. Esse documento, abordava parâmetros para a execução dos projetos inacabados em quatro anos e o investimento foi de 100 milhões de dólares, todavia, com os escândalos relacionados ao presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Rogério Caboclo, por assédio sexual, as coisas pioraram.
Hoje, vivenciamos uma pandemia mundial que assola a humanidade. A vacina tem dado muitos resultados e renovado as esperanças, todavia, a Covid-19 ainda está presente, causando bastante vítimas. A busca mais eficaz para o pós - Copa em algumas cidades, tem sido com grande esforço, contudo, sem muito brilho; alguns estádios estão abandonados ou são pouco utilizados. Um exemplo é o Mané Garrincha, no Distrito Federal, que só recebe alguns jogos especiais da seleção brasileira em amistosos ou de alguns poucos clubes, que mandam suas partidas para lá.
Artigo: André Felix