A esperança na recuperação judicial da Avestruz Master teve vida curta, e em meados de 2006, ela entrou em falência. Ela nunca teve as centenas de milhares de aves que ela prometeu para os investidores. Mas o que aconteceria com as dezenas de milhares de avestruzes que de fato chegaram a nascer e prosperar em terras brasileiras, quando da noite pro dia elas perderam o seu valor? E o que seria das pessoas que investiram tudo nelas?

Quando a Avestruz Master começou a cambalear e investidores começaram a ter dificuldades para receberem o dinheiro deles, surgiu uma pergunta básica – e aterradora. Afinal, a empresa tinha condições de continuar existindo? A resposta ia sair num cabo de guerra entre a Justiça, aqueles que ainda acreditavam, e a grande massa que não se importava muito com o futuro dos avestruzes do Brasil, mas, compreensivelmente, se importavam bastante com o futuro da própria grana.

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Cavalaria da Polícia Militar nos pastos de Bela Vista de Goiás. Uma carta anônima ao presidente. Um ovo gigante no topo de um prédio. E um dia que as pessoas só se lembram em fragmentos. Durante anos, muitas investigações rondaram a Avestruz Master enquanto a empresa crescia e prosperava. Mas um dia, tudo mudou.

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Para muitos, os primeiros anos da Avestruz Master foram apaixonantes. Veterinários e zootecnistas foram chamados do país todo para realizar o sonho de cuidar da maior ave do mundo e tirar um império do papel. Para quem trabalhava multiplicando o rebanho, o céu era o limite. Para muitos investidores da Master, que viam seus lucros se multiplicarem, também. Mas um repórter de um pequeno jornal de Goiânia começou a puxar o fio da empresa – e acabou encontrando muitos nós.

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No apagar das luzes do século 20, alguns brasileiros começaram a ouvir um chamado. Era o canto do avestruz – não do bicho em si, mas das possibilidades que seres humanos enxergavam nele. Um único animal que poderia ser cultivado para produzir couro de luxo, plumas frondosas, e carne que dava pra chamar de um filé mignon de baixo colesterol. Essa febre foi se alastrando pelo interior do país até chegar no coração da Elisabete Maciel. Junto com o pai, Jerson, ela fundou uma empresa que teria um impacto sísmico no destino dos avestruzes no Brasil.

A transcrição do episódio está disponível no site da Rádio Novelo: https://bit.ly/transcriçãoep01

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Você sabia que dá para aproveitar todas as partes do avestruz? A carne é como um filé mignon; o couro só perde para o de jacaré; cada ovo dá um omelete para uma dúzia de pessoas; sem as plumas, o carnaval não seria nada.

Muita gente, quando ouviu esse pitch, não pensou duas vezes antes de embarcar nessa grande oportunidade de negócios. E foi assim que, num curto período entre o final dos anos 1990 e o começo dos anos 2000, boa parte do Brasil viveu a febre do avestruz.

Avestruz Master, a mais nova série original da Rádio Novelo, estreia no dia 23 de outubro.

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