Share Café com linguagens
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By cleuza cecato
The podcast currently has 67 episodes available.
Este é o café de número 70 e nele nossa atenção especial é para as mães, para a fugacidade com que podemos experimentar o amor que elas transbordam, e para sua presença tão marcante mesmo na ausência. Gestos maternais são sempre cheios de bondade, carinho, exigência e generosidade. Se não for assim, são outra coisa, mas não maternais. Aproveito, nesse café especial, para lembrar uma história da mãe de Tom Jobim (ninguém menos) e a inspiração de dona Canô, mãe de Caetano Veloso. Afinal de contas, "quem não rezou a novena de dona Canô?" O pintassilgo aparece aqui como uma daquelas narrativas que nos lembra de compartilhar leituras, momentos e interpretações com nossas mães ou com mulheres que nos atendem com seus gestos e acolhimento maternal pela vida toda. É o nosso café servido para todas as mamães! É democrático, sempre tem espaço para todos!
Há alguns dias li que a vida é curta para acumular mágoas ou outros maus sentimentos. Pensei na hora: melhor acumular livros! E foi com esse sentimento que o programa deste dia que homenageia o livro, escolhido pela Unesco em 1995, por ser data de celebrar o tempo que viveram entre nós Shakespeare e Cervantes, trouxe a ideia de encaixotar uma biblioteca. Quem gosta de ter livros em casa e já fez mudanças sabe bem como é isso. Alberto Manguel, nosso convidado de hoje, também sabe muito bem: 35 mil livros e de repente zas! tem de ir morar num apartamento moderno, funcional e sem um décimo desse espaço. É verdade que, em um momento tão conturbado, triste e desumanizado como o que experimentamos agora, falar disso pode soar como uma futilidade tremenda. Mas eu não me esqueço e não quero deixar outros se esquecerem do quanto os livros nos salvam em qualquer tempo, inclusive na escuridão da guerra como a que vivemos. Livros são luz e iluminam nosso conhecimento. Venha acender essa lâmpada e tomar esse café comigo. Tô sempre te esperando aqui no podcast ou em www.mulheresemevidenciafm.com, 9h, todos os sábados, no nosso Café com linguagens.
Como é se sentir estrangeiro no próprio mundo? Toma um café comigo pra celebrar o dia mundial do café e conversar um pouco sobre a transformação simbólica que a Páscoa pode promover? Neste ano, o Oscar de melhor filme foi para "No ritmo do coração", uma narrativa sobre abnegação por amor: uma menina nasce ouvinte em uma família de surdos e resolve estudar...música! Semelhanças múltiplas com a narrativa "A estrangeira" de Claudia Durastanti trazem à tona a reflexão sobre como as coisas acontecem na hora certa, sem que haja entendimento prévio. Um livro que rolava já, há algum tempo, para ser motivo de conversa em um Café com linguagens, ganhou essa bela metáfora do cinema como companhia. A Páscoa que, simbolicamente, nos põe a pensar em transformação, sugere falar com sabedoria e educar com amor - no equilíbrio entre exigência e generosidade. Fica comigo que eu fico com você! Venha me fazer companhia nessa conversa!
Quem tem irmãos aprende mesmo sem saber a dizer if not for you? (se não fosse você?), porque sem combinar a gente tem as mesmas ideias, se entende e se ajuda. Minha irmã (que faz aniversário com o George Harrison) é uma dessas figuras: cheia de luz, verdade, transparência, entendimento e amor pelas pessoas. Gosto de tê-la comigo, gosto de tê-la por perto. E pensando a respeito disso, penso também em quantos irmãos estão protegendo uns aos outros neste século XXI, em um momento como agora, com invasão de um país democrático, conflitos em curso e gente sofrendo. A estimativa da Onu é de 5 milhões de refugiados a partir desse conflito na Ucrânia: gente que não tem nada a ver com a incoerência e a vaidade dos poderosos. Também pensei que, no mês em que se rememora o incentivo às mulheres e meninas na ciência, minha irmã foi fundamental para que eu tivesse curiosidade e estudasse. Na boa e na ruim, dividir um café é sempre um abraço. A gente se ajuda e sofre menos. Todo sábado, em www.mulheresemevidenciafm.com, 9h da manhã.
Ser solidário é estender a mão e agir com amor! Na semana que terminou no dia deste café (19/2), aconteceu um dos episódios mais tristes do Brasil, no município de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro. Em 2011 uma situação semelhante ocorreu na mesma região, mas com epicentro em Nova Friburgo e Teresópolis. De lá para cá, muitas ações precisavam ser tomadas: políticas públicas, apoio a moradores e extensão de cidadania. Na prática, os números e as primeiras informações nos mostram que faltou solidariedade - não minha, nem sua - aliás, no Brasil, a população tem dado mostras de que a empatia e o afeto se desenvolvem rapidamente quando precisamos, não importa onde nem como. E o que isso tem a ver com uma encíclica papal publicada em 2015, a Laudato Si? Naquela ocasião, o apelo de Francisco concentrou-se em traçar um percurso histórico em relação aos apelos de seus antecessores e lançar luz para um cuidado imediato e imprescindível com a Casa Comum. Isso tem a ver com usar o poder, a energia e os melhores recursos para cuidar de quem precisa, cuidar de verdade!, e promover desenvolvimento integral. Você também se incomoda com isso? Venha tomar esse cafezinho comigo e lembre: todos os sábados, a gente se faz companhia em www.mulheresemevidenciafm.com, 9h! A vida é um sopro e um privilégio...só gratidão pela companhia!
A ideia de que tudo e todos têm seu preço aparece em muitas circunstâncias do mundo real e da ficção. Mas será que comprar uma estatueta do Oscar ou uma Bola de Ouro do Messi para ostentar em casa tem o mesmo valor que receber essas premiações que trazem consigo o reconhecimento pelo trabalho, dedicação e talento? Parece uma pergunta mais ou menos óbvia, mas é a partir dessas reflexões que Michael Sandel nos ajuda a perceber e compreender o universo do que pode ou não ser comprado pelo dinheiro. Por aqui, vamos equilibrando essas ideias com os impostos a pagar no início de ano (IPTU, IPVA...). Um café generoso e não inflacionado para compartilharmos, mais uma vez, essa noção de dizer ao dinheiro quem é mesmo o dono de quem.
Conhece o deserto do Saara? Está se preparando para a velhice? Essas duas perguntas podem parecer mexer com coisas distantes uma da outra, mas a metáfora construída pela especialista em geriatria e gerontologia Ana Claudia Quintana Arantes, em "Pra vida toda valer a pena viver" aproxima de maneira indissociável as respostas a essas perguntas. O exercício de imaginação é bem didático: mudar-se para o Saara ao completar 70 anos e nele viver até o fim dos dias. O deserto requer preparação: água, alimentos, protetor solar, chapéu, óculos e vestimenta adequada. O Saara é como envelhecer: todos temos ideia sobre como é ou como funciona, mas muitos de nós não nos preparamos - e olha, isso não quer dizer não aproveitar o presente, não viver bem o carpe diem, viu? Venha tomar esse café comigo, explorando um pouco, com bom-humor, esse manual de como envelhecer com alegria, que é o que todos nós podemos fazer um pouco todos os dias. Fica comigo que eu fico com você e a gente pode andar juntos pelo Saara sem susto, mas com coragem.
"Tenho uma incrível vontade de acertar" (Elis Regina, em carta à ex-professora Aida, em 1969). "Eu venho do mesmo planeta seu, seu Ary, o planeta FOME" (Elza Soares, por ocasião de seus 80 anos, rememorando como, aos 13 anos de idade, começou a cantar). Na última semana, Elza partiu e se completaram 40 anos da partida de Elis. Assim como o biógrafo da pimentinha disse, "Elis foi um acontecimento" e Elza também, assim como tantas outras mulheres, anônimas ou famosas, são acontecimentos e transformam o mundo à sua volta. Em vez de falar em perda, luto ou ausência, decidi celebrar a vida no café de hoje, com gratidão e alegria pelo tempo que podemos compartilhar com pessoas próximas ou distantes, mas que nos inspiram da mesma maneira. Federico Fellini que sempre fez questão de personagens femininas muito fortes em seus filmes também estaria de aniversário esta semana. e ROMA que é o espelho do AMOR o homenageia, dando seu nome a um trecho de rua no encantador Trastevere. Venha tomar esse café intergalático comigo, porque essas grandezas todas não são deste mundo!
Em que momento deixamos de inventar histórias que preencham os espaços de nossa curiosidade da infância? Parece que essa é uma pergunta boa para resumir o que nos propõe o capítulo de abertura intitulado "O que é curiosidade?" de Alberto Manguel. Ao mesmo tempo que podemos nos meter em confusões por causa da curiosidade, também é ela a responsável por nos fazer criar, compreender e evoluir, inclusive fazendo ciência (que coisa boa, né?). Essa ambivalência de interpretação para como a curiosidade se manifesta em nosso comportamento e nos move está em dicionários etimológicos do século 17 e está na Divina Comédia, caminho para o qual invariavelmente Manguel nos conduz ao longo do texto. Vale a pena tomar esse café comigo, viu? Prometo que a gente, no mínimo, se diverte juntos! Venha! Afinal de contas, janeiro é um ótimo tempo para aguçar nossas curiosidades! O que você quer fazer com as suas?
Começar o ano desejando generosidade e saúde a todos nós para que todas as demais expectativas se transformem em realidade. Essa é uma bonita utopia, gostosa de alimentar. Neste café de número 60, no primeiro dia de 2022, meu convite é para conhecermos um pouco sobre a cientista italiana apelidada de "detetive dos nervos" Rita Levi Montalcini. Ela viveu 103 anos, nasceu em Turim em 1909 e faleceu em 30/12/12. A dimensão de seu legado de pesquisa para a humanidade é inestimável, pois ela descobriu a NGF (que já vem sendo testada amplamente para combater doenças degenerativas do sistema nervoso, como o Alzheimer e o mal de Parkinson, além de tratamento de tumores) e por isso recebeu o Prêmio Nobel em 1986. Ao escrever o "Elogio à imperfeição", uma espécie de biografia permeada de relato científico, Rita nos lembra o quanto a humanidade é imperfeita e como precisa de amor justamente por isso. Venha "olhar pra cima" nesse Café com linguagens que abre 2022!
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