Nesta história do evangelho, a mulher Cananéia ouviu um não; e o que é pior, um não carregado de argumentos. Os fatores culturais, religiosos, econômicos e políticos, sugeriram numerosas razões para Jesus ignorá-la.
A postura submissa desta mulher, o seu jeito de aproximar-se de Jesus fez toda diferença !
A sua petição e a sua insistência desafiaram a missão de Jesus e confrontou a ideologia imperialista de Israel.
Ela pede para que Jesus torne disponível para ela o que estava disponível para Israel.
Sua petição não é para ela, mas para Jesus libertar sua filha das forças que a oprimiam,
Jesus não responde com ajuda instantânea, mas com silêncio.
Num segundo momento Jesus afirma: "Não é bom tirar o pão dos filhos e dá-los aos cachorrinhos".
Mesmo depois de ter recebido uma resposta negativa, sem amedrontar-se, a mulher se ajoelha diante de Jesus e clama por socorro. Junto com a sua submissão ela pede novamente e continua, audaciosamente.
Ela reclama o seu lugar nos propósitos de Deus.
Corajosamente ela reformula a resposta para Jesus: "Também os cachorrinhos comem das migalhas que caem das mesas dos seus donos".
A resposta dela se move além das barreiras da divisão cultural e religiosa, para as possibilidades de receber às promessas de Deus de abençoar todas as nações da terra.
Muitos que seguiam a Cristo possuíam necessidades semelhantes à da mulher cananeia, porém, aquela mãe se destacou da multidão por reconhecer verdades essenciais:
que Cristo era o Filho de Davi, e o Filho de Deus, o Senhor.
A mulher cananeia tinha a confiança de que estava na direção certa ao dirigir-se a Jesus, assim como tinha certeza que sua filha estava endemoniada, portanto ela não desiste do que queria a libertação da sua filha!
O discernimento, a certeza e a convicção levaram-na a receber seu milagre. Quando estamos cercados de incertezas e dúvidas, vamos nos distanciando cada vez mais daquele que pode nos ajudar: Jesus Cristo, esse é o único provedor de nossas vidas.
Ela foi capaz de discernir o que atormentava sua filha, entendeu que não se tratava de uma mera doença e sim tratava-se de um demônio.
É muito importante termos o discernimento das coisas, para entendermos de onde vem o problema. O discernimento nos faz saber a natureza do problema; se espiritual, se material, se clínico, e só Deus pode dar este discernimento.
Outro fator nos chama atenção
Vemos que Jesus não responde a mulher Cananeia com imediata ajuda, mas com silêncio.
Era como se Jesus estivesse dizendo que ainda não havia chegado a hora de atender aos gentios. Não estava nos planos de Deus naquele momento.
Mas a mulher Cananeia não desistiu e com o coração quebrantado, humildemente jogou-se aos seus pés e o adorou.
“Mas Jesus disse-lhe: Deixa primeiro saciar os filhos; porque não convém tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos.”
O que faríamos se tivéssemos recebido essa resposta de Deus. Será que deixaríamos o nosso orgulho falar mais alto?
Será que ficaríamos aborrecidos com Deus por sermos comparados com cachorros e voltaríamos pra casa com orgulho ferido?
Se estava sendo humilhada por Deus, a mulher Cananeia se humilhou a si mesmo ainda mais quando respondeu:
Sim, Senhor; mas também os cachorrinhos comem, debaixo da mesa, as migalhas dos filhos.
Uma resposta que vai além das barreiras.
A sua auto-humilhação e quebrantamento foi tamanho que o próprio Jesus, sendo senhor da fé, admirou-se dela.
“Oh mulher, grande é a tua fé! Seja isso feito para contigo como tu desejas. E desde aquela hora a sua filha ficou sã”. Mateus 15:28
Jesus não teve mais o que dizer. A fé da mulher Cananeia era imbatível.
“a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus.” Salmos 51:17
Devocional Florescer
Pastora Raquel Carneiro
IEQ sede / Hortolândia