O setor público apresentou superávit primário de R$ 32,4 bilhões em outubro, resultado inferior ao observado no mesmo mês de 2024, quando o saldo havia sido de R$ 36,9 bilhões. O desempenho do mês foi marcado por um superávit de R$ 36,2 bilhões no Governo Central, enquanto os governos regionais acumularam déficit de R$ 3,6 bilhões e as empresas estatais, déficit de R$ 149 milhões. Mesmo com o saldo positivo em outubro, o acumulado em doze meses segue negativo: o setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 37,7 bilhões, equivalente a 0,30% do PIB, maior em relação aos doze meses até setembro, quando o déficit foi de R$ 33,2 bilhões (0,27% do PIB).
Os gastos com juros seguem elevados. Em outubro, as despesas nominais totalizaram R$ 113,9 bilhões, um pouco acima dos R$ 111,6 bilhões registrados no mesmo mês de 2024. No acumulado dos últimos doze meses, as despesas com juros alcançaram R$ 987,2 bilhões, equivalente a 7,88% do PIB e superior aos R$ 869,3 bilhões (7,48% do PIB) registrados nos doze meses até outubro de 2024. Com isso, o resultado nominal, que combina o saldo primário e os juros apropriados, foi deficitário em R$ 81,5 bilhões em outubro. Nos doze meses encerrados em outubro, o déficit nominal atingiu R$ 1.024,9 bilhões (8,18% do PIB).
A trajetória da dívida pública reflete esse descontrole. A Dívida Bruta do Governo Geral, que inclui Governo Federal, INSS e governos estaduais e municipais, atingiu 78,6% do PIB em outubro, somando R$ 9,9 trilhões. O indicador avançou 0,6 p.p. no mês, influenciado principalmente pelos juros nominais apropriados (0,9 p.p.), movimento parcialmente compensado pela variação do PIB nominal (-0,3 p.p.). No acumulado do ano, a dívida bruta aumentou 2,1 p.p., subindo R$ 872 milhões no acumulado desse ano e R$ 2,6 trilhões no Governo Lula.