Apresentador: Fernando Braga da Costa – Psicólogo, professor e pesquisador do conceito de invisibilidade pública
Convidado: Ednilson Pontes, conhecido por Deninho Gari - Historiador, poeta e gari.
Um jovem que vem mudando a realidade de uma cidade e buscando chamar a atenção da sociedade em relação às questões ambientais e à visibilidade dos garis e catadores.
O andar de baixo na estrutura social capitalista costuma ser bem distante. Somos míopes e surdos funcionais quando estamos diante do cidadão pobre. Não o vemos. Não o enxergamos. Toda a visibilidade e a comunicação possíveis estão submetidas aos enquadramentos das rotinas servis. “Quero um café”. “Precisa limpar aqui”. “Busque meu carro”. Os imperativos que tão inadvertidamente regulam os diálogos na sociedade de classes lembram os ensinamentos de Sigmund Freud quanto ao poder do que se revela inconscientemente através das palavras.
A abertura proporcionada a partir da Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro, essa pequena fresta por onde visualizamos os que servem, esse estreito canal por onde ouvimos suas vozes, deve chocar e constranger. Por que demoramos tanto? Por que perdemos tanto tempo? Que qualidade de seres humanos somos nós?
Ouçamos cada um deles como quem reage a uma prece. Eles estão orando. Ouçamos cada um deles como a um igual. Porque eles realmente o são. Ouçamos cada um deles como quem deseja atender a um pedido de socorro. Ameaçados e amedrontados, eles não gritam. Apenas sussurram.
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