Eu sempre odiei o som do vento. Não o vento que passa tranquilo pelas árvores, mas aquele que uiva, carregado, como se estivesse chamando alguém.
Era exatamente esse som que me acompanhava quando meu pai desligou o carro na entrada da cabana.
Acordei no chão, suando, com minha mãe e meu pai me olhando como se eu tivesse gritado.
Perguntei se eles o viram, mas eles só balançaram a cabeça, em silêncio. Algo havia mudado naquela noite. Algo dentro de mim.
Eu sei que ele ainda está lá fora. Ele nunca vai embora. E quando o vento sopra, forte e cheio de sussurros, sinto que ele está me chamando.
E um dia, eu vou ter que atender...