Em mais um debate do Future Enterprise Show, recebemos três convidados com experiências de vida bem distintas nas suas áreas profissionais: Rosália Rodrigues, vogal do conselho diretivo do Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça; Maria José Campos, administrativa executiva e COO do Millennium BCP; e Jorge Graça, administrador executivo e CTIO da NOS.
O Future Enterprise Show é uma iniciativa da IDC em parceria com a Nova IMS e com o apoio da Nexllence. A conversa foi moderada por Gabriel Coimbra, Group Vice-President & Country Manager da IDC e David Faustino, Managing Director na Nexllence.
Conscientes de que o mundo está em transformação acelerada, percebemos que já nada mais será como antes. Atualmente, a Apple tem uma cotação bolsista superior a países como o Canadá ou Itália e está a aproximar-se dos países com a quinta maior economia do mundo: Reino Unido, França e India. Nunca a humanidade teve empresas tão grandes e tão poderosas. A transformação tecnológica está a atingir todas as economias e todos os setores e, também por isso, é importante perceber o que se tem feito em Portugal.
Diz-se muitas vezes que a justiça é morosa, mas sabemos que a tecnologia traz a vantagem de acelerar esses processos. Qual será então a agenda de transformação do Ministério da Justiça português? Rosália Rodrigues lembra que “há já 10 anos que não se faz nada nesta área” pelo que “a agenda de transformação vai passar, desde logo, pelo reforço de equipas e capacitação das pessoas”. Lembra esta responsável que “a tecnologia cristalizou, as soluções também e temos um salto quântico para assegurar, mas não temos as competências internas para o fazer”.
É ainda importante fazer grandes investimentos “nas áreas de infraestruturas, computação e nos paradigmas de cloud aos quais não podemos ficar indiferentes”, diz Rosália Rodrigues. Temas como o service desk que urge fazer evoluir “numa entidade prestadora de serviços como a nossa” e a capacidade de “fazer uma gestão profissional destas matérias” ou do “contact center multicanal” são outros a ter em conta no Ministério da Justiça.
Do lado da banca chega outra perspetiva pela mão de Maria José Campos do Millenium BCP: “Este período de pandemia acabou por ser uma fase de convergência e os bancos apostaram todos muito na resiliência. O digital passou a ser a principal plataforma de interação com os nossos clientes, aproximando-os da banca.”
A agenda do Millenium BCP para conseguir responder a toda esta transformação mundial assenta, desde há três anos, numa digitalização “da nossa oferta de banca tradicional, inovando naquilo que é a experiência do cliente”.
Modelos de negócio, modelo operativo e talento e tecnologia “são as grandes linhas de atuação do Banco, apostando na plataforma e na relação direta com os clientes, com acento tónico numa hiperpersonalização. Por outro lado, “estamos a investir em produtos que já nascem digitais” e acreditamos também que as sucursais e a rede física com modelos e formatos diferentes vão ser uma vantagem face a novos players”.
Jorge Graça, da NOS, lembra que a pandemia os colocou “no olho do furacão o que se refletiu na agenda de transformação”. Assim sendo, os serviços NOS “tornaram-se ainda mais críticos, existindo a necessidade de contar com uma rede de telecomunicações a funcionar 24/7”. Por outro lado, importa ter a perceção que as telecomunicações competem “com outras empresas que vendem os seus serviços a custo zero como o You tube ou o WhatsApp” pelo que temos de “ter isso em conta e ser mais rápidos, mais baratos ou melhores”.
A conversa com os três convidados girou em torno da agenda digital e de digitalização das suas organizações, mas também das leituras que vão fazendo nos tempos livres. Rosália Rodrigues deixa como sugestão “Hit Refresh” de Staya Nadella, um livro “inspiracional na minha jornada no instituto” e ainda “Força do Hábito” que, nem a propósito, “explica como conseguimos