Em 1861, em uma revolta do povo Tenetehar Tembé Gurupywar contra os exploradores comerciantes denominados "regatões", os Tenetehar mataram 12 pessoas entre os chefes de posto, seus auxiliares e regatões.
Policiais do município Viseu no Estado Pará foram até a aldeia Areal para as devidas investigações, e quando lá chegaram espacaram os parentes sem ouvir as razões. Por conta disto, os indig nas fugiram pelas matas e onde chegavam iam se relocam e ficando morada.
Os policiais na ocasião trouxeram para Viseu, três indígenas que uma delas era Raimunda que veio a fixar morada em uma comunidade de Viseu chamada Fermiana.
Lá se casou com Eustáquio, um cearense que fugia da seca.
Por conta deste incidente a aldeia Tembé Areal ficou vazia e somente em 1964 foi repovoada por conta de um outro chefe de posto chamada Faustino, que saiu pelas comunidades vizinhas procurando Tenetehar Tembé e manda-los para a aldeia.
Eustáquio e Raimunda já haviam morrido.
Seus netos: Raimundo e Avelina casados (primos), não quiseram voltar por já estarem em outra terra e coma a vida estabilizada e também com medo do chefe de posto que era um branco e sabendo do que seus ancestrais passaram resolveram não atender os apelos do chefe de posto Faustino, preferindo ficar nas terras às margens do rio Pyriá (pyrá).
Em 1964, mesmo ano que a aldeia Kanindé foi reativada, a estrada Bragança - Viseu foi aberta. Raimunda e Avelina e todo o clã foram enganados por um homem apelidado de Bragança, enganosame te levou a todos assinarem um papel para regularizar a terra.
Cerca de um ano depois,chegou Jader Barbalho afirmando ser dono da terra que havia comprado do então Bragança.
Daí todos migraram para Viseu, depois em 1985 migram para Belém com toda a família onde estamos até hoje.
Em 2002, Raimundo e Avelina, já perto de morrerem reuniram os netos que foi possível e contaram está história que até então era desconhecida.
Depois de ouvida os netos Miguel e Misael decidiram buscar a ancestralidade, seu povo e conhecer detalhes desta história e a identificar outros que viviam nas mesmas condições nas cidades. Esta luta levou a fundação da Associação Multimídia Wyka Kwara com o objetivo de construir uma aldeia para acolhimento de indigenas que vivem em contexto urbano, que esta venha ser transformada em uma universidade indígena para todos os povos e apoiar os povos nas aldeias para evitar que outros saiam das aldeias como antes.