Sabemos que família é coisa boa porque tem sua origem em Deus! Foi Deus quem detectou que “não era bom que o homem estivesse só” (Gn 2.18) e deu ao homem uma auxiliadora a fim de que juntos formassem uma família.

No entanto, com a entrada do pecado no mundo, a Bíblia não esconde que a vida familiar foi afetada!

Mostra já o primeiro casal – Adão e Eva – em conflito ao tentar justificar sua culpa diante de Deus e no cap. 4 é narrada a confusão entre os filhos Caim e Abel, resultando na trágica morte de Abel provocada por seu próprio irmão.

Apesar dos membros da família se amarem, o convívio, o contato diário cria um cenário no qual conflitos acabam surgindo...

Para que o seu lar seja um abrigo seguro e um refúgio de paz, será necessário que aprenda a ser uma pessoa pacificadora.

Mateus 5.9 que lemos faz parte do grande sermão do Monte que está registrado nos capítulos 5, 6 e 7.

A intenção de todo o ensino do Sermão do Monte é encorajar uma “vida diferente” daquela que normalmente as pessoas vivem.

O verso lido, ressaltando que “os pacificadores são bem-aventurados”, está na parte introdutória e mais conhecida do sermão, chamada de “bem-aventuranças” (a sétima de um total de oito).

Jesus disse que, dentre as coisas que podem tornar a vida realmente feliz, está o trabalho pela paz, a postura de ser uma pessoa pacificadora!

Posso assegurar que dentre as coisas que podem tornar uma família realmente feliz em face dos conflitos que naturalmente surgem devido ao contato diário, está a busca em ser pessoas pacificadoras!

Paulo, em Colossenses 3.23-24, se dirige aos escravos cristãos e os orienta a trabalhar de coração os encorajando a tornar o seu trabalho um exercício de espiritualidade, servindo a Deus e esperando de Deus recompensa!

Não estamos no regime da escravatura, mas o princípio abrange a vida profissional do cristão!

O trabalho é parte significativa de nossas vidas! Ele retém boa parte de nossa atenção, ocupa grande parte do nosso tempo e consome muito de nossas energias!

Trabalhar é preciso, mas é também necessário ajustar nossa visão e corrigir nosso jeito de administrar essa área de nossas vidas!

Inicialmente, é preciso avaliar e confrontar alguns pressupostos:

1. Encarar o trabalho como castigo de Deus

Gênesis 2.15, antes do pecado entrar no mundo e dentro do processo de criação e organização de todas as coisas, diz que “O Senhor Deus colocou o homem no jardim do Éden para cuidar dele e cultivá-lo.”

Isto é, o trabalho não é castigo, não é resultado do pecado entrar no mundo, mas é uma ocupação que Deus deu ao ser humano para experimentar vida produtiva!

Portanto, não deve ser encarado como peso, mas sim, como privilégio!

Após a queda, o trabalho apenas se tornou árduo, mas ele já tinha sido estabelecido por Deus antes!

2. Considerar o trabalho como assunto humano ou atividade secular

A Bíblia diz que foi Deus quem colocou o homem pra trabalhar e a gente encontra muitas orientações acerca do trabalho na Bíblia...

Então, trabalho não é assunto nosso, é assunto de Deus! Em Eclesiastes 2.21 Salomão pondera: “Para o homem não existe nada melhor do que comer, beber e encontrar prazer em seu trabalho. E vi que isso também vem da mão de Deus.”

Não é mera atividade secular! Essa tentativa de desconectar o trabalho da vida religiosa deturpa o senso de um espaço onde Deus quer atuar!

3. Tornar o trabalho a fonte de satisfação e o centro da vida!

O Salmo 127.2 declara, nas palavras da NVT: “É inútil trabalhar tanto, desde a madrugada até tarde da noite, e se preocupar em conseguir o alimento, pois Deus cuida de seus amados enquanto dormem.”

Somente Deus deve ser a fonte de satisfação na vida do cristão! Somente Ele deve ser o centro de nossa vida!

Se não houver essa compreensão o resultado nos levará a sermos cristãos viciados em trabalho (workaholics)

Como o cristão deve encarar | considerar o trabalho?!

Sabia que 77 versículos fazem referência ao coração somente no Livro de Provérbios, onde o verso que lemos está e que está dividido em 31 capítulos?

Além da quantidade, há significativa variedade de sentidos para a palavra coração tanto na língua hebraica quanto na grega.

 Coração (leb ou lebab) é o vocábulo usado para indicar as funções imateriais da personalidade humana.

Pode se referir ao caráter da pessoa, como em - Pv 27. 19 – “Como a água reflete o rosto, assim o coração reflete quem a pessoa é.”

Ou seja, o coração reflete o que a pessoa é e faz!

Pode ser também as emoções – 15.13 – “O coração contente alegra o rosto, mas o coração triste abate o espírito.” Ou Pv 17.22 “O coração alegre é um bom remédio, mas o espírito abatido consome as forças.” Isso tem a ver com humor, motivação.

A função do pensamento pode ser atribuída ao coração – “por o coração em alguma coisa” - Pv 7.25 “Não deixe que seu coração (seu pensamento) se desvie para ela, não se perca em seus caminhos tortuosos.”

Às vezes é traduzido como senso – Pv 11.12 – “É falta de bom senso (não tem coração) desprezar o próximo; a pessoa sensata permanece calada.”

Denota o juízo de uma pessoa, a sensatez!

Pode ter a ver com a vontade – “dispor o coração”; “endurecer o coração”

Provérbios 21.1 “O coração do rei é como canais de águas controlados pelo Senhor; ele os conduz para onde quer.”

E ainda se usava a palavra coração para se referir à memória – Pv 7.3 “Amarre-as aos dedos como lembrança e escreva-as no fundo do coração.” Isto é, não deixe sair da tua memória!

Sentido semelhante do exemplo encontrado no Novo Testamento, quando diante do que os pastores falavam acerca do Jesus recém-nascido, Lucas comenta que Maria, porém, guardava todas essas coisas no coração (na memória) e refletia sobre elas. (Lucas 2.19)

Assim, quando Pv 4.23 fala para dar uma especial atenção ao coração, está falando de uma tarefa bem mais abrangente, profunda e até complexa e que envolve coisas como o caráter, as emoções, o pensamento, o bom senso, a vontade e até a memória!

Entendendo tudo isso, vamos entender o texto de Provérbios 4.23!

O que Deus espera de nós?

O Novo Testamento organiza a história de Jesus por meio de 4 narrativas, conhecidas como Evangelhos!

Mateus, Marcos, Lucas e João registram a história de Jesus desde o nascimento até a ressurreição, evidentemente não de forma detalhadamente completa, mas destacando fatos inesquecíveis e imprescindíveis à fé cristã!

É possível encontrar alguns episódios nos 4 Evangelhos, mas também há relatos únicos, que aparecem apenas em um dos Evangelhos.

 Essa cura do cego de Betsaida é “peça única”, aparecendo somente aqui no Evangelho segundo Marcos

 Também essa cura é diferente de outras!

Nada semelhante às outras tantas curas que Jesus já havia feito, essa é feita de modo gradual – em partes

Com isso, precisamos observar a “intenção pedagógica” do ocorrido. Isto é, não se tratava apenas de curar um cego, mas de – por intermédio da cura – alertar, corrigir e ensinar!

Lendo a passagem se percebe que o propósito vai além da cura e se torna uma dramatização real e viva carregada de detalhes e cheia de significado!

Comparando com outras curas de cegueira, Jesus tinha poder pra curar imediatamente e por que nesse caso não faz?

Porque mais do que curar, Ele queria também ensinar!

A meta ao curar um cego é obviamente fazê-lo enxergar e enxergar perfeitamente. É o alvo atingido no v.25 – “Ele via tudo claramente”!

Ou seja, Jesus queria que seus discípulos vissem tudo de forma clara! Deus quer nos dar plena visão, quer que consigamos distinguir tudo de modo perfeito!

Mas entre o estado de cegueira e a visão plena, há um processo de cura! Ninguém sairá das trevas para luz sem passar por esse processo!

O processo envolve algumas percepções que creio que Deus quer que tenhamos!

Quando observamos os registros acerca dos reis de Israel e Judá, constatamos que havia reis bons e maus reis...

Porém, o bom rei era sempre um bom servo de Deus! Não necessariamente aquele que administrava bem, que fosse dotado de capacidades especiais ou tivesse pulso firme para isso e para aquilo!

E será que isso não deveria nos dizer alguma coisa?

 Significa que o bom membro de Igreja é aquele bom filho de Deus, o bom líder não é o mais hábil ou carismático, mas aquele que tem vida afiada com Deus...

 Significa que o bom empregado é aquele bom crente, o melhor estudante é o melhor crente, e assim a dona-de-casa, o patrão, o professor, o comerciante etc.

Ezequias foi um grande rei! Ele – enquanto rei – fez bem feito o que tinha que fazer, todavia, antes ele era um grande homem de Deus!

Minha oração na semana foi para que nós compreendamos isso nesta noite: “Se servirmos bem a Deus, SERVIREMOS BEM qualquer outra coisa – seja a Igreja, seja a empresa, seja a escola, a vizinhança, a família e quaisquer outros espaços!”

Antes de pensar em ressurreição, é preciso pensar na morte. Isso porque ressurreição é um contraponto da morte, só ressuscita quem primeiro morre!

O que é a morte?

 Marca o fim da existência física presente

 Portanto, é o “fim do corpo natural”

 Envolve e resulta na DECOMPOSIÇÃO da matéria corpórea

Morte é sempre indício de fim, de encerramento de uma história de vida!

Mas observe: Toda a narrativa acerca de Jesus nos Evangelhos culmina na ressurreição Dele!

A ressurreição foi o gran finale, o clímax, o ápice, o ponto mais importante, a demonstração de que o plano de Deus enviando Seu filho ao mundo foi bem sucedido!

Pedro, em sua pregação dias mais tarde, usando como base o Salmo 16.10 que diz: “Pois não deixarás a minha alma na morte, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção”, afirmava:

“...prevendo isto, referiu-se à ressurreição de Cristo, que nem foi deixado na morte, nem o seu corpo experimentou corrupção.” (Atos 2.31)

A ressurreição foi o apogeu da trajetória de Jesus na terra! Depois de castigarem e matarem o Filho de Deus, Ele reaparece vivo!

Naturalmente, um assunto de tamanha importância que transcende o entendimento e as expectativas humanas, despertam várias reações na tentativa de explicar e até de negar o fato de que Jesus tenha mesmo ressuscitado.

Ainda que muitas dessas explicações sejam do sec. XIX, é sempre bom recordá-las, porque vez por outra elas ressurgem e criam dúvidas na cabeça dos crentes:

1. Alguns argumentaram que Jesus não chegou a morrer na cruz e recobrou os sentidos no túmulo;

2. Outros reafirmaram o que as autoridades judaicas haviam afirmado e que se encontra em Mt 28.13, de que os discípulos roubaram o corpo de Jesus;

3. Ainda há daqueles que disseram que os discípulos foram no túmulo errado e, no caso, estava vazio;

4. Surgiram ainda aqueles que afirmavam que os discípulos experimentaram uma alucinação coletiva.

Como responder a essas questões?

O Livro de Atos se propõe a descrever como a Igreja começou depois que Jesus, tendo ressuscitado, voltou aos céus...

Lucas – o médico – o mesmo que escreveu o Evangelho, é considerado o autor do livro, que tem como característica principal narrar os atos, as ações dos apóstolos plantando e expandindo a Igreja naqueles anos que se seguiram à partida de Jesus!

Na narrativa surgem personagens até então desconhecidos, mas que vão ganhando importância em função de seu compromisso com o movimento cristão!

Barnabé se destaca no livro e é descrito em Atos como um homem que transbordava Deus em tudo que fazia!

Atos 11.24 resume suas qualidades, declarando que Barnabé era um homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé!

Algumas cenas em que sua participação é descrita deixam claro que Barnabé foi um homem profundamente comprometido com Deus!

Era um homem tão cheio, tão pleno de Deus que deixou marcas fortíssimas na narrativa de Atos!

Pessoas cheias de Deus são aquelas que estão tão vazias de si mesmas que Deus pode dominá-las completamente!

Vamos observar algumas passagens em Atos em que ele aparece como figura importante na mudança de algum cenário...

E por aí já percebemos a importância de alguém assim, porque pessoas cheias de Deus levam transformação por onde elas passam!

Há um ditado popular que afirma:

• A pressa é inimiga da perfeição!

Vivemos num tempo onde VELOCIDADE parece ser essencial:

 Nas agências bancárias

 Nos carros e no trânsito

 Na Internet/computador

 Nas refeições (fast-food)

 Nos aplicativos que temos no celular

 Nas redes sociais

O texto chama a nossa atenção para o desejo de resultados rápidos, para o “fast”, para o instantâneo, o veloz!

O texto de Êxodo evidencia o sentimento do povo de Israel – a SENSAÇÃO DE QUE AS COISAS DEMORAM DEMAIS, os resultados são lentos demais e as respostas parecem nunca serem suficientes e adequadas.

E é sobre esse sentimento que eu quero focar nossa reflexão nesta noite. A sensação de que o ritmo das coisas é bem mais lento do que nós gostaríamos ou julgamos que seria o ideal...

Israel havia saído do Egito e caminhava rumo à Terra Prometida. Esse é um dos “retornos” do povo de Deus (também há o retorno dos cativeiros da Babilônia e da Assíria) – trazer o povo de volta não é algo fácil!

O início desse incidente está no cap. 24:

Ex 24.3: Veio, pois, Moisés e referiu ao povo todas as palavras do SENHOR e todos os estatutos; então, todo o povo respondeu a uma voz e disse: Tudo o que falou o SENHOR faremos.

A questão é que Moisés permanece no Monte, no seu “retiro espiritual” 40 dias e 40 noites:

Ex 24.18: E Moisés, entrando pelo meio da nuvem, subiu ao monte; e lá permaneceu quarenta dias e quarenta noites.

E Moisés fica lá, ouvindo Deus passar prescrições, fazendo anotações, tentando registrar ao máximo as orientações minuciosas de um Deus extremamente detalhista!

E o TEMPO FOI PASSANDO e o POVO FOI FICANDO IMPACIENTE, desistindo de esperar por Moisés e acabou pedindo a Arão que fizesse um deus que pudesse ir adiante dele.

Alan Cole diz que “na raiz do pecado de Israel jaz a impaciência”.

Como consequência da impaciência, Israel colocou-se SOB O JUGO DE UMA ORIENTAÇÃO ERRADA, empregou ESFORÇOS E RECURSOS NA CONFECÇÃO DE UM DEUS que pudesse ver e se CORROMPEU.

A vida ganha mais significado quando a vivemos não pensando apenas em nós mesmos!

O sucesso e a produtividade da vida devem ser avaliados de acordo com o impacto sobre outras vidas, isto é, o quanto a pessoa toca, afeta, encoraja, edifica e modifica outras pessoas!

Sabemos que quando Jesus aqui esteve e antes de ser levado de volta aos céus, Ele nos deixou uma missão que é a responsabilidade de fazer discípulos.

Mateus 28.19-20 registra essa incumbência a nós dada:

“Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinem esses novos discípulos a obedecerem a todas as ordens que eu lhes dei. E lembrem-se disto: estou sempre com vocês, até o fim dos tempos".

Por isso, esse é um propósito que devemos firmar! Deus quer que nossa vida cause impacto sobre outras vidas! E assim o reino Dele se expande!

Fomos salvos para espalhar a boa notícia do Evangelho, tirando o foco de nós mesmos e nos preocupando com a vida de outros que estão carentes de serem libertos de seus pecados e salvos por Jesus!

Quando falamos em santidade, não se deve confundi-la com perfeição!

Santidade tem a ver com a relação do ser humano com o pecado!

Falar sobre santidade, pensar em santidade e buscar santidade é admitir que o pecado está presente na experiência humana e, enquanto aqui, nessa dimensão da vida terrena, não há como eliminá-lo completamente.

A nossa tarefa então é organizar a nossa relação com o pecado e, já que ele não pode ser extirpado, definir o espaço que ele tomará em nossas vidas. Porque isso afeta frontalmente nossa relação com Deus!

E isso é santidade! Santidade é um processo de purificação, no qual pela graça de Deus, a gente vai organizando nossa relação com o pecado, fazendo repetidas tentativas de controle de nossas inclinações, nossos pensamentos e nossas práticas!