Huni Kuin – Kaxinawá
Rios Tarauacá, Jordão, Breu, Muru, Envira, Humaitá e Purus, Acre, Amazonas e
Peru
Tempo de contato: cerca de 120 anos
Tronco linguístico Pano
População: aproximadamente 10 mil pessoas
O povo Huni Kuin viveu tranquilo nas bacias dos rios Juruá e Jordão até o final do
século XIX, quando a borracha se tornou artigo valioso e cobiçado, e os povos
nativos, que conheciam e floresta e tinham o domínio da extração do látex, foram
escravizados pelos patrões de seringa, no que chamam de tempo da “correria”. A
partir da década de 1970 começam a viver o tempo do renascimento, quando
recuperam a tradição adormecida durante décadas de escravidão e violências e se
afirmam em sua identidade.
Os Huni Kuin – “gente de verdade” – são conhecedores profundos da ciência da
floresta transmitida aos ancestrais pelos Yuxin, os espíritos/encantados, e através
da sabedoria do Nishi Pay – a ayahuasca. Assim, têm tudo de que precisam para a
vida na floresta: a medicina, a cura, o cultivo dos alimentos, a habilidade da
arquitetura e da navegação.
As mulheres são as donas dos Kenes, os desenhos tradicionais do povo Huni Kuin,
transmitidos por Yube – a Jiboia – e expressos na arte de tecer, pintar o corpo, fazer
cestaria e panelas de barro. A tecelagem, transmitida por Baxem pudu, a Aranha,
transforma os fios de algodão tingidos com as tintas da floresta em redes, adornos e
nas roupas tradicionais do povo.
Nagakura-san subiu o rio Tarauacá até quase a divisa com o Peru, em dias de
navegação em tempos de seca. Na aldeia, o fotógrafo se alegrou com as crianças e
mulheres em seus trajes tecidos com as cores da floresta.