Ecio Costa - Economia e Negócios

IBGE e CNI divergem em relação ao desempenho da indústria em agosto


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A produção industrial brasileira registrou crescimento de 0,8% em relação a julho, segundo o IBGE. Para a CNI, segundo a Sondagem Industrial, a indústria teve o pior mês de agosto dos últimos 10 anos. De volta ao resultado do IBGE, na comparação com agosto de 2024, a indústria apontou retração de 0,7%. No acumulado do ano, a expansão foi de 0,9%, enquanto no acumulado dos últimos 12 meses, o setor cresceu 1,6%.
Os dados do IBGE apontam que três das quatro grandes categorias econômicas e 16 dos 25 ramos industriais pesquisados avançaram na produção na passagem mensal. Entre as atividades, os maiores destaques foram produtos farmoquímicos e farmacêuticos (13,4%), além de coque, derivados de petróleo e biocombustíveis (1,8%) e produtos alimentícios (1,3%). Por outro lado, nove atividades registraram queda, sendo a mais relevante a de produtos químicos (-1,6%). Outros recuos importantes vieram de produtos de madeira (-8,6%), máquinas e equipamentos (-2,2%), artefatos de couro e calçados (-3,6%) e indústrias extrativas (-0,3%).
No comparativo anual do IBGE, a produção industrial caiu 0,7%, com resultados negativos em 3 das 4 grandes categorias, 15 dos 25 ramos e mais da metade dos produtos pesquisados. As principais pressões negativas vieram de produtos de madeira (-18,4%), couro e calçados (-9,6%), eletrônicos e ópticos (-8,8%), produtos de metal (-7,9%), bebidas (-4,9%), coque e derivados de petróleo (-4,0%), produtos químicos (-2,3%) e veículos automotores (-2,2%). Em contrapartida, produtos do fumo (30,9%), farmoquímicos e farmacêuticos (8,2%), têxteis (7,2%), celulose e papel (5,2%), indústrias extrativas (4,8%) e alimentícios (0,6%) contribuíram positivamente.
A Sondagem Industrial, divulgada pela CNI, aponta queda na produção, redução no número de empregados e recuo na utilização da capacidade instalada no mês de agosto. O resultado representa uma reversão da tendência histórica, pois o mês costuma ser de expansão para a atividade industrial. Conforme o levantamento, o índice de evolução da produção caiu para 47,2 pontos e o de emprego, para 48,4 pontos. Ambos ficaram abaixo da linha de 50 pontos, que separa crescimento de retração.
A UCI (Utilização da Capacidade Instalada) da indústria diminuiu de 71% para 70% de julho para agosto. O percentual é menor que o observado em agosto de 2024, de 72%. Já o índice de evolução do nível de estoques ficou em 50 pontos, indicando estabilidade e ajuste ao planejado pelos empresários. Para setembro, as expectativas apontam para cautela e forte influência da desaceleração que vem sendo apresentada na economia brasileira.
Os dados do IBGE são mais abrangentes que a pesquisa de Sondagem Industrial da CNI, mas na comparação anual do IBGE, os dados comprovam uma indústria mais fraca nesse mês de agosto, considerado importante para a fabricação de muitos itens que serão consumidos no último trimestre do ano. O resultado indica um terceiro e, possivelmente, quarto trimestres fracos.
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