O IGP-M teve alta em novembro, mas no acumulado de 12 meses registra queda de 0,11% pela primeira vez em um ano e meio, segundo dados da FGV. No mês de novembro, o índice subiu 0,27%, depois de ter recuado 0,36% em outubro. Com isso, no acumulado em 12 meses, passou a apresentar queda de 0,11%. Apesar dessa alta mensal, chama atenção o retorno do índice ao campo negativo em 12 meses, algo que não ocorria desde maio de 2024.
Esse resultado está fortemente relacionado ao comportamento do IPA, o Índice de Preços ao Produtor Amplo. Ao longo de boa parte de 2025, houve quedas expressivas nos preços de produtos industriais e agropecuários, o que levou o IPA a registrar variações negativas em vários meses e contribuiu para a desaceleração observada desde maio. Em novembro, o IPA, que responde por 60% do IGP-M e reflete a variação dos preços no atacado, subiu 0,27%, após queda de 0,59% em outubro. Os produtos agropecuários tiveram alta de 0,46%, revertendo a queda de 1,45% no mês anterior, enquanto os produtos industriais avançaram 0,21%, após recuo de 0,28% em outubro.
O IPC, Índice de Preços ao Consumidor, que tem peso de 30% no IGP-M, registrou alta de 0,25% em novembro, acima dos 0,16% de outubro. Já o INCC, Índice Nacional de Custo da Construção, que representa 10% do índice geral, subiu 0,28% em novembro, na comparação com a alta de 0,21% em outubro.
O IGP-M mede a variação de preços ao produtor, ao consumidor e na construção civil, considerando o período entre o dia 21 do mês anterior e o dia 20 do mês de referência, e é amplamente utilizado nos reajustes de contratos de aluguel. Durante a pandemia, o índice teve uma forte alta, gerando problemas para o setor. É importante acompanhá-lo porque seu principal componente, o IPA, antecipa movimentos de preços no atacado, que posteriormente chegam ao varejo. Como o IGP-M acumula queda em 12 meses, isso indica a possibilidade de uma inflação mais fraca nos próximos meses no país.