Na edição #56 do programa InterD - ciência e cultura, veiculado na Universitária FM e nas plataformas digitais, converso com Júlio Cavani sobre as chances do filme "Ainda estou aqui" no Oscar 2025. O longa brasileiro, dirigido por Walter Salles e estrelado por Fernanda Torres e Fernanda Montenegro, foi indicado em três categorias: Melhor Filme, Melhor Atriz e Melhor Filme Internacional. Baseado na autobiografia de Marcelo Rubens Paiva, a obra tem se destacado no cenário cinematográfico, consolidando o impacto do cinema nacional.
Confira trechos da entrevista.
INTERD - Qual a importância para o cinema nacional das indicações ao Oscar recebidas por "Ainda estou aqui"?
Mesmo que o Oscar seja sempre questionado, problematizado, criticado e mesmo que ele não represente necessariamente o melhor cinema produzido no mundo, não dá para negar que é o prêmio mais popular, o mais conhecido, o mais concorrido, o que alcança mais gente. Não é um prêmio que fica meio restrito aos circuitos de cinéfilos ou de festivais ou de críticos. Ele não está só naquele meio artístico. Ele realmente consegue transcender essa bolha e chegar em um número muito grande de pessoas.
É muito importante que o Brasil consiga alcançar isso. Não só o Brasil, mas outros países também, para a gente entender o cinema como uma arte realmente universal, como um fórum onde diferentes culturas vão se encontrar e vão se comunicar entre si com histórias locais que podem gerar identificação em pessoas de qualquer lugar do mundo.
INTERD - "Ainda estou aqui" conseguiu, desde suas primeiras semanas de exibição no Brasil, levar multidões ao cinema. Na sua visão, que fatores contribuíram para o filme conquistar o público?
"Ainda estou aqui" é um filme realmente brasileiro, essencialmente brasileiro. A equipe é predominantemente formada por produtores, atores, técnicos, autores que trabalham no Brasil, que fazem cinema no Brasil. Então, todo mundo que vê esse filme, que confirma a qualidade do filme, vai deduzir que tem outros filmes sendo feitos no Brasil com a mesma qualidade. Afinal, são os mesmos técnicos, são os mesmos artistas que estão trabalhando em "Ainda estou aqui" e também estão trabalhando em outros filmes.
Então, acredito que o filme realmente vai despertar um interesse maior por outros filmes do cinema brasileiro. O sucesso dele de bilheteria, de premiações, de repercussão também confirma, reafirma a importância econômica e social da cultura, especificamente do cinema, que gera empregos, gera impostos e realmente movimenta a economia.
É algo que beneficia a todos, além, é claro, de trazer reflexões políticas, de gerar identificação e de emocionar as pessoas, além de gerar entretenimento, uma forma de entretenimento mais crítica e mais construtiva.
Sobre o InterD
Inspirado na conexão entre arte e ciência, que influenciou cientistas e também se deixou inspirar pelo universo científico –, nasceu o InterD – ciência e cultura. O projeto integra mídias escrita e audiovisual (site, rádio e vídeo) e aborda temas de divulgação científica, saúde e cultura.
Na rádio, o programa vai ao ar todas as quartas, às 20h, na Rádio Universitária FM do Recife e nas principais plataformas digitais (Spotify, Deezer, Apple Podcasts, Amazon Music, Google Podcasts, YouTube, entre outras). Os(as) convidados(as) participam de entrevistas e indicam músicas relacionadas aos temas discutidos.
No site, são publicados textos, entrevistas, reportagens e versões escritas das edições da rádio, além de áudios integrais e conteúdos em vídeo.
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