É próprio do humano saber esperar – ainda que este seja mais um daqueles comportamentos que parecem em extinção atualmente – e terminar, de acordo com Dante Gallian. E se é com esta lição que o autor encerra seu livro “É Próprio do Humano”, é com ela, também, que ele e Ricardo Mituti colocam um ponto final na terceira temporada do Leia a Bula. A conclusão da jornada, claro, quase tão incrível quanto o retorno de Ulisses a Ítaca, não poderia ser em outra companhia que não a daqueles que nortearam mais essa aventura “podicástica”: Homero e a “Odisseia”.

É próprio do humano saber conversar. É o que diz Dante Gallian na reta final do livro “É Próprio do Humano”. Ricardo Mituti, comunicador profissional – e na essência –, sabe que seu amigo tem razão. Mas acha que muita gente desaprendeu essa lição, a 11ª da obra e tema deste episódio do Leia a Bula, o penúltimo da terceira temporada. E para tentar alertar esse pessoal incauto, para quem conversa é sinônimo de palestra, a dupla recorda “Vida e Proezas de Alexis Zorbás”, de Nikos Kazantzákis, e a ânsia por ouvir uma boa história.

Se no episódio anterior a turma da hospitalidade animou-se com a lição de Dante Gallian, quem não dispensa uma reuniãozinha ou uma baita festança vai se deliciar neste décimo episódio da terceira temporada do Leia a Bula. Isso porque não contente em garantir que é próprio do humano ser hospitaleiro, Gallian agora afirma que é próprio do humano ser celebrativo – tema da lição dez de seu novo livro, “É Próprio do Humano”. E se você acha que Dante é um festeiro, vai se surpreender ao saber o que pensa a respeito da celebração o filósofo sul-coreano Byung-Chul Han, trazido para a conversa juntamente com seu ensaio “Sociedade do Cansaço”.

A turma que gosta de receber gente em casa certamente vai adorar o nono episódio da terceira temporada do Leia a Bula. Nele, Dante Gallian e Ricardo Mituti conversam sobre hospitalidade, a partir da lição nove do livro “É Próprio do Humano”: É Próprio do Humano Ser Hospitaleiro. Bem, pode até ser que Gallian tenha razão. Mas será que devo abrir a porta da minha casa para qualquer pessoa, a qualquer momento e em qualquer circunstância? Mituti recorre a Mikhail Bulgákhov, em “O Mestre e Margarida”, para fazer Dante Gallian explicar tudo direitinho – e acalmar os corações mais inseguros.

Neste oitavo episódio da terceira temporada do Leia a Bula, Dante Gallian afirma que é próprio do humano ser contemplativo – título da lição oito de seu novo livro, “É Próprio do Humano”. Em tempos de vida acelerada, de pessoas multitarefas, isso pode soar quase uma utopia, certo? Talvez. Mas nem tudo está perdido. E é sobre isso que Gallian e Ricardo Mituti refletem – claro, não sem a ajuda de um gigante da literatura universal: Johann Wolfgang von Goethe, em seu “Os Anos de Aprendizado de Wilhelm Meister”.

Na lição sete de seu “É Próprio do Humano”, Dante Gallian afirma que é próprio do humano ser curioso. Disso, claro, Ricardo Mituti não duvida – sobretudo sendo ele jornalista. Mas qual a justa medida da curiosidade? E de que maneira a curiosidade pode nos enriquecer e contribuir para nossa autorrealização? Gallian não foge da raia e explica tudo neste sétimo episódio da terceira temporada do Leia a Bula. E a dupla ainda recorda Machado de Assis e a santa curiosidade presente no conto “O Espelho”.

Homero qualifica Ulisses, herói da “Odisseia”, como astucioso. Mas, para muita gente, astúcia é sinônimo de malandragem, esperteza, de passar alguém para trás. Dante Gallian, em “É Próprio do Humano”, garante que é próprio do humano ser astuto. Ricardo Mituti, por sua vez, curioso que é, quer entender melhor se, afinal, deve ou não ser astucioso como Ulisses. Ou, pelo menos, como Kent, personagem da tragédia “O Rei Lear”, de William Shakespeare, lembrado neste sexto episódio da terceira temporada do Leia a Bula.

Neste quinto episódio da terceira temporada do Leia a Bula, Dante Gallian afirma, tal qual o faz na lição cinco de “É Próprio do Humano”, que é próprio do humano ser corajoso. Ricardo Mituti quase pede receita para ter mais coragem, mas, em vez disso, convoca Guimarães Rosa para o debate e relembra “Grande sertão: veredas”, a fim de compreender como ter coragem no “viver perigoso da vida”.

Se é próprio do humano saber refletir e discernir, por que às vezes temos a sensação de que pensar – com alguma profundidade - tornou-se quase um luxo e para poucos? O escritor argentino Julio Cortázar, no conto “Casa Tomada”, escreve que pode-se viver sem pensar. Será mesmo? Dante Gallian e Ricardo Mituti ignoram o raso e mergulham fundo na quarta lição de “É Próprio do Humano”, tema deste episódio do Leia a Bula.

Para realizar nossa própria beleza, é preciso ter fé e esperança na justiça e na ordem justa das coisas, escreve Dante Gallian em “É Próprio do Humano”. Mas como não sucumbir ao caos e à desordem do mundo pós-moderno? O próprio Gallian, Ricardo Mituti e Fiódor Dostoiévski, no conto “O Sonho de um Homem Ridículo”, tentam mostrar caminhos possíveis neste episódio, que trata da terceira lição do novo livro de Gallian: É Próprio do Humano ter Fé e Esperança.