Nós, seres humanos que habitamos o planeta terra, hoje, vivemos duas grandes crises, uma crise ambiental e uma crise midiática.  

Acrise ambiental recebeu muitos nomes: aquecimento global, mudanças climáticas, antropoceno, capitaloceno… Como melhor nomear essa crise é um debate que envolve várias disciplinas: geologia, biologia, demografia, ciências sociais e ciências políticas, enfim.. mas o que esses nomes designam é um consenso científico: a atuação humana transformou o planeta e os efeitos disso a gente já começa a sentir na pele, ver nos rios e nas florestas na forma de poluição e redução da biodiversidade. 

Tão preocupante quanto é a crise midiática: como comunicar a urgência do antropoceno? Como comunicar à população sobre os prejuízos dos incêndios no pantanal?

Essas duas crises são indissociáveis. Como afirma Susanne Moser no seu livro “Comunicando a Mudança Climática” existem algumas características da crise ambiental que fazem dela especialmente difícil de ser comunicada: a invisibilidade das causas, o impacto distante, a ausência de uma experiência direta ou imediata dos impactos e a falta de um retorno instantâneo por ações que minimizem impactos.

Essa pauta do nosso podcast foi inspirada por um artigo de Jorgen Bruhn sobre ecocrítica intermidiática, publicado na revista Ekphrasis em 2020.

Continuando nossa investigação sobre nomadismo digital, hoje vamos conversar com Renan e Michele do Mundo Sem Fim, para termos uma visão de quem está há tempo na estrada. Renan e Michele partiram nessa viagem há mais de 5 anos, rodaram algumas dezenas de países e criaram o canal Mundo Sem Fim, onde documentam essa jornada. Vamos conversar sobre as dores e delícias, perrengues do dia a dia, o que é ser brasileiro no mundo e muito mais do que podem compartilhar de todo esse tempo de experiência na estrada!

Em 2004, em uma conferência de jornalistas negros, a brilhante âncora de TV estadunidense Gwen Ifill disse: eu chamo isso de síndrome de mulher branca desaparecida, o que significa que, se há uma mulher branca desaparecida, você vai cobrir isso TODOS os dias. Desde então, cientistas sociais e estudiosos de mídia nos Estados Unidos têm usado essa expressão para questionar e chamar atenção para a desproporção entre a cobertura midiática que é feita quando uma mulher branca desaparece, quando comparamos com outros tipos de  desaparecimentos, como os de mulheres indígenas e negras. 

A expressão da Gwen Ifill já chegou até na ficção. No terceiro episódio da terceira temporada de You, da Netflix, uma mulher branca desaparece da vizinhança, inspirando uma intensa cobertura midiática. Uma personagem negra descreve a situação: ”síndrome da mulher branca desaparecida, o passatempo favorito dos Estados Unidos, ao lado do pornografia”. Inspirados por uma conversa entre Helen Rosner e Jean Murley publicada no New Yorker, sobre a síndrome da mulher branca desaparecida e o caso da Gabby Petito, uma youtuber de 22 anos, convidamos Lucas Ed, investigador da polícia civil e doutorando em psicologia social para conversarmos sobre pessoas desaparecidas. 

Ser nômade não é nenhuma novidade, remontando desde antes das civilizações, quando éramos caçadores e coletores que migravam pelas terras de acordo com a sazonalidade da disponibilidade de alimento. No entanto, com a agricultura, lógica industrial e capitalista, acabamos por escolher nos assentar. Nas últimas décadas, facilitado pela tecnologia, tem-se visto uma crescente em pessoas que se veem retomando o ancestral estilo de vida nômade. Algumas pessoas recorrem a esse estilo de vida por um misto de necessidade e vontade - como muito bem representado no filme ganhador do Oscar de 2021, "Nomadland", em que pessoas encurraladas pelo sistema imobiliário e de trabalho norte-americano acabaram por se encontrar. Outras, por opção - a partir de uma vontade sem um imperativo econômico em especial. E, nesse contexto, estamos aqui. Somos uma geração de pessoas que se vê em um novo contexto tecnológico, com novas formas de trabalho e um sonho na cabeça.

UNSIGHTED é um jogo que tem sua narrativa em um futuro pós apocalíptico em Arcadia. Jogamos como Alma, uma autômata criada por uma cientista, correndo contra o tempo para salvar a si e a outras autômatas de uma humanidade gananciosa, sedenta por um meteoro que elas precisam para sobreviverem: é uma pedra preciosa dentro do cenário de desenvolvimento de jogos. Uma narrativa centrada em mulheres poderosas, que fala também sobre as consequências indesejadas do nosso sistema econômico.

UNSIGHTED tem um pouco da ação de Zelda, da narrativa de Mega Man e de outros jogos de raiz cyberpunk, um game de plataforma, com um quê de metroidvania, só que com visão top-down. UNSIGHTED é único. O jogo estreiou na data de publicação deste podcast e é sobre ele que a gente vai conversar hoje, na companhia de Fernanda Dias e Tiani Pixel, desenvolvedoras de UNSIGHTED!

Basicamente, algoritmos das redes sociais trabalham para entregar aos usuários uma combinação de conteúdos patrocinados e conteúdos que serão engajantes, que farão com que esses usuários fiquem mais tempo na plataforma. Para saber qual conteúdo indicar, o algoritmo coloca os criadores em caixinhas: se você interage com vídeos de maquiagem, recebe mais conteúdo sobre maquiagem, se você curte desenhistas, recebe sempre desenhos.

Hoje vamos conversar com o Pongo, que largou os quadrinhos para fazer vídeos para o YouTube, sobre o que acontece quando um criador muda completamente de nicho. O que motivou essa mudança e como é passar por uma transição de carreira nas mídias digitais?

Durante as Olimpíadas, Darlan Romani, atleta olímpico de arremesso de peso, chegou ao 4º lugar de sua modalidade, lembra? Apesar do desempenho fantástico nas Olimpíadas, ele praticou em um terreno baldio por falta de treinadores, patrocínio e estrutura. Chegou a passar por uma lesão, teve Covid e uma série de outros percalços que escancaram a precariedade do apoio ao esporte no país, da falta de controle da pandemia por aqui e da necessidade de, em cada esquina da vida, ter de engolir um sapo e dar murro em ponta de faca para se ter o básico. Mas a história que a gente lê no LinkedIn não é essa... 

A história que está no LinkedIn é: "qual a sua desculpa?". Se Darlan pôde, por que você, trabalhador, também não pode engolir um sapo a cada dia, aceitar abusos e precariedade e ser cada dia melhor? Darlan foi fantástico e é emocionante vê-lo competir, mas identificamos nesses discursos uma cultura corporativa bastante problemática.

Hoje tentamos entender por que o LinkedIn é tão propenso a esse tipo de postagem e quais seriam as estratégias para combater discursos nocivos nessa rede. Conversamos sobre meritocracia, sobre o lugar do LinkedIn no momento de uma contratação e sobre alternativas para essa cultura corporativa que prega o sofrimento.

Hoje vamos conversar sobre a CPI, mas principalmente vamos conversar sobre fotografia enquanto mídia e seu papel na comunicação política. Primeiro, precisamos entender: qual a principal diferença entre a fotografia e uma pintura ou um desenho? Ou, como perguntaria Roland Barthes: por qual traço essencial a fotografia se distingue da comunidade das imagens?

Para falarmos sobre o assunto recebemos dois convidados que têm muito a dizer: Jefferson Rudy, fotógrafo do Senado e que cobre eventos no congresso desde a constituinte de 1988 e esteve presente com sua câmera em toda a jovem democracia brasileira e Orlando Calheiros, que tem coberto a CPI da pandemia pela Twitch, é doutor em Antropologia Social, podcaster e também fotógrafo.

Juntos, conversamos sobre a CPI ter se tornado um grande evento midiático, a possibilidade de um trabalho fotográfico ser imparcial, sobre a frequência com a qual os senadores e depoentes fazem poses para fotos, sobre o que deve ou não ser fotografado no congresso e muito mais.

O mimimidias em prosa está oficialmente de volta no seu feed!

Para tirar a poeira desse podcast, hoje a gente lança para vocês uma versão editada de um papo histórico entre vários dos principais e pioneiros criadores de vídeo-ensaio do Brasil: meteoro brasil, isac ness, antídoto, normose e o próprio mimimidias.

Se você não sabe o que caracteriza um vídeo-ensaio, não se preocupe, começamos o papo comentando nossos entendimentos sobre “vídeo-ensaio” e suas diferenças como formatos como o vlog, o minidocumentário, a vídeo-aula ou a reportagem para YouTube.

Falamos também um pouco sobre a (falta de) diversidade no video-ensaísmo. Não só na produção, mas na recepção - de onde isso vem, como isso pode mudar? 

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A mensagem que vocês vão escutar nesse episódio foi enviada pelo Tavos, no grupo do whatsapp do mimimidias na noite da quarta feira, dia 17/03/2021.

Depois de quase duas semanas de conversas e reflexões que nos fizeram sentir que o conteúdo expresso nela sintetiza sentimentos e angústias que nós três temos sentido tomamos algumas decisões. Consideramos escrever uma nota conjunta, mas preferimos compartilhar com vocês a mensagem original, pois acreditamos que os sentimentos expressos nela não se limitam só ao Tavos, sequer só ao mimimidias, mas que possivelmente vão ressoar com várias outras pessoas que criam conteúdo na internet - e nossa esperança é, com isso, iniciar uma conversa sobre a produção de conteúdo nos dias de hoje.

Alguns trechos foram editados ou suprimidos para preservar a privacidade e a intimidade dos membros do canal, mas o grosso do conteúdo permanece.

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