Tenho 60 anos e tenho hemorragia vaginal desde há 1 ano; a minha menopausa foi aos 50 anos. 1) há que ir ao médico com alguma urgência 2) a hemorragia pós menopausa mesmo que seja uma pinga merece sempre a investigação clínica detalhada para excluir um eventual cancro do endométrio 3) o seu médico deve pedir uma ecografia vaginal e, se alterada, terá indicação para histeroscopia (em ambulatório via vaginal)   O que é a histeroscopia? 1) Exame em que por via vaginal através do colo do útero vamos ver a cavidade interna do útero e retirar aquilo que houver para retirar (“see and treat”). 2) Fazemos gravação das imagens e o que for removido vai ser analisado para confirmar o que foi retirado. 3) o exame pode ser feito com ou sem anestesia- pode ser eventualmente desconfortável. Quase todas as doentes após o exame ficam sem dor e no dia seguinte podem fazer a vida normal.   Tenho um carcinoma do endométrio e agora? 1) excepto da mama é o cancro ginecológico mais frequente; a maioria das senhoras ficará tratada com simples histerectomia e anexectomia bilateral 2) a cirurgia é realizada por laparoscopia e no máximo dois dias depois as senhoras estarão em casa mesmo no casos de cirurgia mais complexas 3) a linfadenectomia ou remoção dos gânglios não é sempre realizada e varia conforme aquilo que foi encontrado no exame diagnóstico (tipo de tumor), profundidade do tumor e envolvimento mais à distância suspeito ou não   Vou ter que fazer quimioterapia/radioterapia? 1) a maioria das senhoras não terá de fazer quimioterapia mas por vezes pode ser necessário 2) Se a doença estiver um pouco mais avançada pode ser necessário braquiterapia ou radioterapia externa que geralmente são muito bem toleradas pelas doentes. 3) Estamos preparados através duma equipa multidisciplinar para acompanhar as doentes .

Tenho 60 anos e tenho hemorragia vaginal desde há 1 ano; a minha menopausa foi aos 50 anos. 1) há que ir ao médico com alguma urgência 2) a hemorragia pós menopausa mesmo que seja uma pinga merece sempre a investigação clínica detalhada para excluir um eventual cancro do endométrio 3) o seu médico deve pedir uma ecografia vaginal e, se alterada, terá indicação para histeroscopia (em ambulatório via vaginal)   O que é a histeroscopia? 1) Exame em que por via vaginal através do colo do útero vamos ver a cavidade interna do útero e retirar aquilo que houver para retirar (“see and treat”). 2) Fazemos gravação das imagens e o que for removido vai ser analisado para confirmar o que foi retirado. 3) o exame pode ser feito com ou sem anestesia- pode ser eventualmente desconfortável. Quase todas as doentes após o exame ficam sem dor e no dia seguinte podem fazer a vida normal.   Tenho um carcinoma do endométrio e agora? 1) excepto da mama é o cancro ginecológico mais frequente; a maioria das senhoras ficará tratada com simples histerectomia e anexectomia bilateral 2) a cirurgia é realizada por laparoscopia e no máximo dois dias depois as senhoras estarão em casa mesmo no casos de cirurgia mais complexas 3) a linfadenectomia ou remoção dos gânglios não é sempre realizada e varia conforme aquilo que foi encontrado no exame diagnóstico (tipo de tumor), profundidade do tumor e envolvimento mais à distância suspeito ou não   Vou ter que fazer quimioterapia/radioterapia? 1) a maioria das senhoras não terá de fazer quimioterapia mas por vezes pode ser necessário 2) Se a doença estiver um pouco mais avançada pode ser necessário braquiterapia ou radioterapia externa que geralmente são muito bem toleradas pelas doentes. 3) Estamos preparados através duma equipa multidisciplinar para acompanhar as doentes .

O que é o prolapso vaginal? 1) as paredes vaginais ou os ligamentos que seguram o útero podem ter fraquezas com eventual descida através da vagina da bexiga (cistocelo) útero (histerocelo) ou recto (rectocelo) 2) fatores de risco: partos vaginais; crianças muito pesadas ao nascer; remoção do útero...   E vale a pena corrigir o prolapso? 1) algumas senhoras aparecem muito assustadas; este problema é benigno e não é cancro. Significa que se as senhoras não tiverem queixas não valerá a pena corrigir. 2) as correções podem ser feitas por via vaginal ou por laparoscopia 3) nessas correções podem ou não ser usadas redes para suportar a vagina   Há risco de voltar a descaír depois duma cirurgia? 1) infelizmente sim. Há um pouco menos taxa de recidiva nas correções por laparoscopia com rede do que nas via vaginal sem rede.

A causa mais frequente de remoção do útero é por miomas.   Remoção do útero por causa de miomas 1) o mioma tem um risco baixo de leiomissarcoma (tumor maligno uterino) 2) não há testes para diagnosticar o leiomimossarcoma com 100% certeza 3) caso não deseje mais filhos e tenha queixas associadas a miomas é sensato remover o útero    A remoção do útero faz com que entre em menopausa? 1) não há menopausa; as consequências de remoção do útero são não poder ter mais filhos de forma definitiva e também não voltar a menstruar 2) de forma geral se os ovários não tiverem patologia antes da menopausa não serão removidos permitindo uma entrada gradual e natural na menopausa 3) a função sexual mantêm-se de forma idêntica a antes da cirurgia   Na histerectomia por laparoscopia como é feita a cirurgia 1) por pequenas incisões 5-10mm são colocados câmara e 3 instrumentos finos dentro da cavidade das senhoras depois de insuflar a cavidade com CO2 2) sob visão da câmara todos os ligamentos e estruturas que irrigam e seguram o útero são coagulados e cortados permitindo a sua remoção 3) a remoção é efectuado por via vaginal 4) é suturada a vagina por laparoscopia e reconstruídos os ligamentos que seguravam o útero que agora vão ficar anexos à vagina

Existem diversas opções para tratamento de miomas como: a utilização de pilula combinada continua ou do desogestrel; a utilização do acetato de ulipristal; a utilização de agonista da GnRH. Finalmente existe ainda a hipótese de embolização dos miomas (desaconselhada caso se pretenda uma gravidez no futuro).   Cirurgia de miomas? 1) Os miomas submucosos (que afectam a cavidade) podem geralmente ser removidos por histeroscopia (cirurgia de ambulatório via vaginal sem incisão na pele) 2) todos os miomas podem ser removidos por laparoscopia (pequenas incisões) ou por laparotomia (incisão tipo cesariana) 3) todas as mulheres com indicação para remoção dos miomas que não desejem mais filhos terão indicação para remoção do útero   Remoção do útero por causa de miomas 1) o mioma tem um risco baixo de leiomiossarcoma (tumor maligno uterino) 2) não há testes para diagnosticar o leiomimossarcoma com 100% certeza 3) caso não deseje mais filhos é sensato remover o útero

O que são miomas: 1) camada muscular do útero é conhecida por miométrio 2) uma célula multiplica-se muitas vezes dando origem a nódulo 3) há uma tendência genética (pode passar de mãe para filha) 4) são muito frequentes (até 70%) das mulheres terão miomas ao longo da vida 5) são sensíveis a hormonas (patologia própria da idade reprodutiva)   Miomas podem dar queixas? 1) quando os miomas estão para dentro da cavidade do útero podem aumentar a hemorragia menstrual sendo mesmo responsáveis por anemia no caso da hemorragia ser muito abundante 2) outra situação é quando os miomas são muito grandes – aqui podem dar queixas de ocupação de espaço com redução da capacidade – o exemplo é a ocupação da bexiga com as doentes a sentirem a bexiga cheia quando a quantidade de urina é reduzida. 3) finalmente quando os miomas afectam a cavidade uterina podem contribuir para a infertilidade nomeadamente dificultando a implantação do embrião na cavidade uterina

As queixas de endometriose variam conforme a localização dos implantes:  A principal queixas é a dor aquando a menstruação   Também pode haver inchaço abdominal e cansaço principalmente na altura da menstruação   Finalmente pode haver dores ao evacuar; diarreia e obstipação (endometriose rectal); e também dores na bexiga aquando da menstruação (endometriose urinária)    A endometriose pode estar associada a infertilidade mas não significa que seja a sua causa.

Cirurgia de endometriose geral 1) normalmente é realizada por laparoscopia com incisão 10 mm dentro do umbigo e 3 baixo com 5 mm. 2) o principal objetivo é melhorar a qualidade de vida e reduzir a dor; pode também melhorar a fertilidade espontânea. 3) o objetivo é sempre o objetivo da doente; respeitando os seus desejos 4) idealmente a remoção da endometriose deve ser total conservando o útero e ovários e trompas.   Cirurgia de endometriose e fertilidade 1) no caso da endometriose afectar os ovários e haver infertilidade trabalho em conjunto com colegas que fazem tratamentos de fertilidade para considerar a prioridade da cirurgia ou não face aos tratamentos de fertilidade 2) há a considerar a recolha de óvulos pré operatória 3) a cirurgia não engravida; pode ajudar a atingir uma gravidez espontânea mas terá sempre uma taxa de sucesso muito inferior à FIV.   Cirurgia de endometriose colorrectal: 1) trabalho com cirurgião geral especializado nesta área; quando há queixas intestinais de forma geral nas lesões rectais mais próximas do ânus temos tendência a tentar evitar resseções intestinais preferindo o shaving da lesão; nas lesões altas quando o recto – sigmoide está afectado na profundidade preferimos considerar a ressecção segmentar 2) a estratégia antes descrita está associada a menor taxa de complicações 3) a utilização de ileostomia temporária é raramente utilizada e apenas quando houve a necessidade de resseção intestinal baixa (por exemplo a 5 cm do anus) 4) a ileostomia ajuda na cicatrização e normalmente é encerrada cerca de 6 semanas após a cirurgia.   E em relação aos ureteres e bexiga: 1) a cirurgia de endometriose da bexiga á de forma geral bem tolerada pelas doentes e com bons resultados de melhoria das queixas 2) se a bexiga for aberta implica manter algaliação cerca de 2 semanas 3) a cirurgia do ureter habitualmente é feita em conjunto com urologista e o mais frequente é ser necessário soltar a endometriose do ureter libertando-o. É raro a endometriose afectar a parede do ureter em si mesma. 4) se os ureteres e /ou a bexiga tiverem uma cirurgia mais intensiva habitualmente deixamos os duplo J (cateteres ureterais) durante 6-8 semanas; estes são bem tolerados habitualmente e a sua remoção é simples.

Como tratar a endometriose? Há a alternativa da pílula contínua mas também outras como os agonistas que permitem um estado temporário artificial de menopausa...    Tudo (ou quase) é permitido para melhorar a dor e a dieta sem gluten e sem lactose é um sucesso para as queixas intestinais da maioria das doentes. O consumo de carnes vermelhas e de alimentos processados também deve ser diminuído.    Finalmente a fisioterapia pélvica porque pode melhorar as queixas de pontos específicos.    Desta forma convém trabalharmos cada vez mais como um todo oferecendo aos nossos doentes todas as alternativas e não apenas o tratamento cirurgico.

Descrição do que é endometriose