A direita voltou a ter viabilidade e visibilidade política no Brasil. A eleição de 2018 teve a vitória de Jair Bolsonaro e a conquista de várias cadeiras no Parlamento. A disputa seguinte, em 2022, voltou a mostrar bom desempenho da direita nas eleições para governos estaduais, assembleias, Câmara e Senado, apesar da tentativa frustrada de reeleição presidencial. Qual o balanço do desempenho eleitoral desse campo político? E qual o futuro da direita brasileira? Esses são os temas da entrevista do jornalista Marco Antonio Soalheiro com a cientista política Lilian Sendretti.

A escritora e professora Tatiana Roque é a entrevistada de Vivian Menezes no programa Mundo Político. Roque é autora do livro "O dia em que voltamos de Marte: uma história da ciência e do poder com pistas para um novo presente”, obra finalista do prêmio Jabuti que fala sobre a relação entre a ciência e a política. Nesta entrevista, a pesquisadora fala sobre as motivações da obra e aponta diversos momentos em que o desenvolvimento da ciência se aproximou da noção de poder. E também comenta quando a ideia de progresso se choca com interesses mais amplos da humanidade. Tatiana Roque relaciona o seu livro ao momento político do Brasil e discute como o negaciosismo científico virou um instrumento da extrema direita mundial.

"O futuro governo Lula vai receber uma herança maldita". A previsão é do economista André Roncaglia (Unifesp), em conversa com o Mundo Político. O professor aponta para um rombo de cerca de R$ 400 bilhões nas contas públicas, resultado do que ele chamou de "pacote eleitoral". As medidas implementadas pelo atual ministro da Economia, Paulo Guedes, ampliou gastos sociais temporários, reduziu impostos e destinou recursos para o chamado orçamento secreto. Além disso, a crise global deve aumentar o desequilíbrio fiscal. O professor acredita que o futuro governo precisará, obrigatoriamente, da chamada PEC da Transição, que abre um espaço fiscal para a "recomposição de gastos, como na Farmácia Popular, creches, SUS, universidades e infraestrutura". A ideia já está sendo negociada com o Congresso Nacional. Roncaglia ainda opina quais as principais tarefas e objetivos do Governo Lula.

O mundo acompanhou de perto as eleições no Brasil. Diversos veículos se pronunciaram a respeito da importância da disputa brasileira para o equilíbrio internacional, principalmente por causa da pauta ambiental. A vitória de Lula foi prontamente reconhecida e celebrada por diversos governos, com destaque para os rápidos comunicados emitidos pelos Estados Unidos, pela França e pela China. O presidente eleito do Brasil já recebeu, inclusive, a visita do presidente da Argentina Alberto Fernández. Todo esse contexto é analisado pelo cientista político Dawisson Belém Lopes em entrevista à jornalista Vivian Menezes. Lopes comenta os sinais emitidos por governos estrangeiros para o novo presidente e também avalia como o presidente Jair Bolsonaro e seu governo são vistos no exterior. O cientista político também projeta qual será o papel do Brasil no próximo governo Lula e sinaliza quais serão as pautas que chamarão a atenção internacionalmente.

A vitória de Lula e o país que emerge com um outro projeto. Em entrevista a Marco Antônio Soalheiro, no programa Mundo Político, o cientista político Carlos Ranulfo diz que a rejeição a Jair Bolsonaro foi a principal responsável pela derrota do presidente. Ranulfo avalia que o não reconhecimento imediato da derrota sinaliza para uma transição difícil nos próximos meses. Mas destaca a importância do reconhecimento da vitória de Lula pelo presidente da Câmara, deputado Artur Lira. E considera ainda que o campo político do presidente eleito precisa compreender e lidar com a força do bolsonarismo, e que a reconciliação nacional é possível.

A disputa pela Presidência tem os seus lances finais nesta semana. Lula e Bolsonaro tiveram uma semana de intensas atividades e polêmicas. O petista lidera a disputa de acordo com várias pesquisas de intenção de voto.

Um filme gravado em Minas Gerais é o ponto de partida para uma conversa sobre cinema e política cultural. A obra, Marte Um, conta a história de uma família negra da periferia de Contagem e foi escolhida para representar o Brasil na disputa por uma vaga no Oscar. O diretor do filme, Gabriel Martins, é o entrevistado de Vivian Menezes no programa Mundo Político. Ele fala sobre o processo de criação, contextualiza o filme com o momento político do Brasil e projeta o que espera da cultura do país nos próximos anos.

A natureza ocupa um importante papel na história do Brasil. Os mais importantes ciclos econômicos do país tiveram por base as riquezas naturais do território, como o ouro e o pau-brasil. Pensar a história do Brasil é levar em conta como o meio ambiente foi tratado, discutir os impactos da sua dilapidação e saídas para a preservação. Esses são alguns dos temas do livro "Uma história das florestas brasileiras" do professor e pesquisador Zé Pedro de Oliveira Costa. Em entrevista à Vivian Menezes, ele conta como foi o processo de redação do livro e discute a situação ambiental do Brasil. Zé Pedro fala da importância da natureza para a economia brasileira, comenta a destruição das florestas e avalia as políticas públicas do setor. Ele também avalia os impactos do cenário eleitoral na discussão do tema e projeta o futuro do meio ambiente no país.

A seis dias do segundo turno, sobe a temperatura dos embates eleitorais nas redes sociais. O jornalista Marco Antônio Soalheiro ouviu, no Mundo Político, o professor Viktor Chagas, da Universidade Federal Fluminense e pesquisador do Colab, sobre o impacto das redes na corrida eleitoral e os últimos episódios que mobilizaram campanhas e usuários. Em especial o caso do influenciador Casemiro e da resistência armada do ex-deputado Roberto Jefferson contra policiais federais. O pesquisador aponta para uma explosão de discurso de ódio e de desinformação e reflete sobre a incapacidade das instituições lidarem com as propagandas informais que caracterizam as redes.

A campanha presidencial chega à reta final com os dois candidatos próximos nas pesquisas e com agendas concentradas na Região Sudeste. Lula e Bolsonaro cumprem agendas em Minas Gerais: o petista aposta em Tebet e na liderança conquistada no primeiro turno, já o presidente conta com o apoio de Romeu Zema e com a participação da esposa Michelle. Os últimos dias de campanha também contam com atuação forte do Tribunal Superior Eleitoral.