Cada era vivenciada pela humanidade tem seus temas dominantes de economia e política global. No século XIX, havia a política industrial imperialista à qual se juntaram, na primeira metade do século XX, duas guerras mundiais e a depressão econômica. Após a Segunda Guerra Mundial, o mundo conviveu por cerca de cinquenta anos com o terror da Guerra Fria. O novo século traz um novo e esperançoso tema: viver em uma sociedade sustentável. A humanidade passa por um processo de ultrapassagem de limiar, um novo umbral que provoca rápidas transformações, mudanças comportamentais e tendências por vezes imprevisíveis e imperceptíveis em sua abrangência e profundidade. A necessária reestruturação completa da economia global precisa de mudanças “copérnicas” no pensamento econômico predominante. No entanto, o tempo urge por soluções, e mudanças sociais ocorrem, via de regra, de forma lenta e por etapas, pois têm de superar a inércia tanto da população como das instituições naturalmente resistentes a mudanças. A bióloga americana Rachel Carson publicou A primavera silenciosa em 1962, e somente 36 anos depois, seu alerta ambiental fez efeito e provocou o movimento ambientalista moderno. Esse processo de mudança pressupõe a melhoria das condições sociais e econômicas, sem comprometimento das condições ambientais e dos recursos naturais. Prega a preservação do capital natural por meio de profundas alterações não só nas formas de produção, mas também na modificação do perfil do que se produz, em consonância com rígidos padrões de consumo. A sociedade busca submeter-se aos preceitos da prudência ecológica, ao fazer bom uso da natureza em prol do bem estar das atuais e futuras gerações, em uma dimensão de visão de longo prazo.