Share Nabil Bonduki e o Cotidiano da Metrópole - Rádio USP
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By Nabil Bonduki
The podcast currently has 8 episodes available.
Na edição de Cotidiano na Metrópole desta semana, o arquiteto e urbanista Nabil Bonduki, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, repercute o censo realizado pela Prefeitura de São Paulo, em 2019, e anunciado nesta semana, que confirmou que, nos últimos quatro anos, a população em situação de rua cresceu a uma taxa média anual de 11,5%, saltando de 15,9 mil para 24,4 mil pessoas.
Partindo de uma coluna escrita para o jornal Folha de S. Paulo, Bonduki reforça que os dados divulgados pela Prefeitura podem conter imprecisões, já que grupos como o Movimento da Pop Rua, uma organização que atua na área, “argumentam que o número seria maior, porque muitas ruas não foram contadas”, ou seja, ficaram de fora do Censo.
Além disso, o professor contesta a metodologia utilizada pela empresa Qualitest, responsável pelo levantamento, que, em edições anteriores, ficou sob responsabilidade da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Apesar das falhas, o especialista defende que o censo é importante e confirma a necessidade de se prestar atenção nesse alto crescimento. Para Bonduki, a priorização de políticas públicas na área não tem acontecido. “A Prefeitura tem mostrado preocupação com o tema, mas as iniciativas são muito tímidas”, finaliza.
Na edição de Cotidiano na Metrópole desta semana, o arquiteto e urbanista Nabil Bonduki, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, comenta o novo projeto do Vale do Anhangabaú, região do centro de São Paulo, que atravessa um período de reformas. Uma imagem recém-divulgada do local foi criticada na internet pela ausência de árvores e abundância de concreto.
Para o urbanista, a reforma era necessária, mas “não uma completa destruição do projeto existente, na sua total reestruturação e recomposição”. O projeto original foi criado pelos arquitetos Jorge Wilheim, Rosa Kliass e Jamil Kfouri e teve como principal objetivo “criar uma grande área pública no coração do centro de São Paulo”, lembra o professor. Já o novo projeto teve a consultoria do escritório de arquitetura do dinamarquês Jan Gehl.
O professor reconhece que a área possuía inúmeros problemas antes da reforma, “problemas que exigiam mudança e conformação, mas, evidentemente, isso deveria ser feito considerando o projeto existente, já que era um projeto importante de arquitetos relevantes da história de São Paulo”, opina. Embora o novo projeto venha para resolver diversos problemas da região, para Bonduki seu custo é “muito elevado”.
“São R$ 94 milhões que poderiam ser aplicados numa reforma mais moderada do Anhangabaú e na implantação de outras áreas públicas, principalmente na periferia da cidade, onde a carência é muito grande”, pontua o especialista ao sugerir também que parte da verba poderia ter sido aplicada no próprio centro de São Paulo, em alternativas de habitação social.
Na edição de Cotidiano na Metrópole desta semana, o arquiteto e urbanista Nabil Bonduki, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, discorre sobre a desigualdade de condições de moradia que tem afetado parte da população de renda mais baixa durante a pandemia do novo coronavírus.
Para Bonduki, as desigualdades que já são normalmente evidentes em uma cidade como São Paulo estão ainda mais acentuadas hoje. “Os desiguais ficam muito mais desiguais”, pontua o professor, ao ressaltar que cerca de 10% da população dos bairros mais ricos de São Paulo tem a possibilidade de sair da cidade para uma segunda casa, com mais espaço e acesso a áreas abertas, de acordo com levantamento realizado pela Folha de S. Paulo, a partir de dados fornecidos pelo Covid Radar.
Sobre a parcela da população que não tem acesso a esse tipo de recurso, Bonduki alerta sobre a situação dramática envolvendo aluguéis e despejos. Dentre as famílias que pagam aluguel na capital paulista, aquelas que perderam sua fonte de renda por causa da quarentena têm enfrentado as piores condições. Além disso, “não foram suspensas as ações de despejo, assim como também não foram suspensas as ações de reintegração de posse”, argumenta ele.
De acordo com o professor, é preciso criar um plano emergencial para abrigar famílias durante a pandemia e a Prefeitura não deve promover ações de reintegração de posse. “Um plano emergencial é fundamental para que o Estado mostre que está preocupado com a questão social na cidade de São Paulo”, finaliza.
Na edição de Cotidiano na Metrópole desta semana, o arquiteto e urbanista Nabil Bonduki, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, comenta a situação dos entregadores de aplicativos que, no dia 1º de julho, realizaram uma série de manifestações em diferentes cidades brasileiras, reivindicando melhores condições de trabalho.
Para o professor, durante a pandemia, os serviços prestados pelos entregadores foram ainda mais requisitados. Entretanto, a condição de trabalho desses profissionais continua “extremamente precária”. “O entregador de aplicativo é considerado um microempreendedor, então, ele não possui seguro trabalhista, Previdência nem nenhum tipo de garantia de renda”, esclarece Bonduki.
Uma pesquisa realizada pela Aliança Bike, a Associação Brasileira do Setor de Bicicletas, em 2019, revelou que a maioria dos entregadores que utiliza a bicicleta é morador de periferias; são negros, jovens de até 22 anos, que trabalham entre 9h e 10h por dia, todos os dias da semana, sem descanso. A média dos rendimentos é de menos de R$ 1 mil. “Um valor extremamente baixo para a condição de risco que esses trabalhadores passam”, pontua o professor.
De acordo com Bonduki, lutar por direitos é necessário para evitar a precarização ainda maior das relações de trabalho dos entregadores. “E nós, que de alguma maneira nos beneficiamos desses serviços, temos que estar solidários aos entregadores”, finaliza.
Na edição de Cotidiano na Metrópole desta semana, o arquiteto e urbanista Nabil Bonduki, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, comemora a inauguração de dois novos espaços de arte e cultura em São Paulo.
Na sexta-feira, dia 12 junho, acontece a primeira sessão de cinema no Arena Estaiada Drive-In, um espaço destinado à exibição de filmes em que o público assistirá à sessão dentro de seu próprio carro, respeitando o isolamento social. Já na próxima semana, no dia 16 de junho, o Memorial da América Latina inaugura o cinema Belas Artes Drive-In, com a mesma proposta.
Para Bonduki, o renascimento dos cinemas drive-ins, que foram muito populares no Brasil por volta da década de 1970, é bem-vindo. “É uma oportunidade para quem quer sair de casa, se divertir e passar o dia dos namorados (12) de um jeito diferente.”
Entretanto, para o urbanista, o renascimento dos drive-ins é um alento, mas não é a solução para o problema que estamos vivendo. “Eu acredito que, hoje, o estilo de vida baseado no automóvel está superado, ainda que exista e esteja presente na cidade”, afirma. Além disso, Bonduki lembra que o espaço ocupado pelo drive-in entrou em decadência em função do preço dos terrenos. “Os terrenos foram ficando muito caros com a ocupação da cidade e com a exploração dos vazios urbanos. A situação de agora é muito diferente, por isso é difícil um renascimento desse tipo de programa”, esclarece.
Na edição de Cotidiano na Metrópole desta semana, o arquiteto e urbanista Nabil Bonduki, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, discute as mudanças causadas pela pandemia nos espaços públicos das grandes cidades brasileiras e o aumento das reuniões virtuais. “Nos últimos anos tivemos muitas campanhas e políticas voltadas para a ocupação dos espaços, praças, centros culturais e hoje eles estão desertos e vazios, o que é uma mudança significativa”, aponta ele.
Para o professor, a mudança não é para sempre, entretanto, os impactos desse esvaziamento serão sentidos pela população daqui em diante. Além disso, Bonduki destaca que encontros, aulas e reuniões estão sendo realizados virtualmente com mais frequência, “o que talvez possa continuar mesmo após a pandemia”, reflete ao avaliar que será possível ganhar tempo de deslocamento e redução de custos com a adoção mais ampla desses recursos.
Na área da educação, o professor defende que a experiência de educação a distância, pode ser interessante, “mas existem muitas atividades que não podem ser feitas a distância”, o que pode acarretar prejuízos na formação de estudantes. Para ele, é necessário que pesquisemos como melhorar a qualidade do ensino em diferentes modalidades, utilizando novas linguagens e metodologias.
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