Jean Vinicius teve a oportunidade de realizar o intercâmbio cultural Brasil - Cabo Verde em 2024 e teve a oportunidade de ouvir Pedro Pires, Presidente da República de Cabo Verde entre os anos 2001 a 2011, que é o atual Presidente da Fundação Amilcar Cabral e do Instituto Pedro Pires para a Liderança.
Pedro Pires foi combatente abnegado pela causa da liberdade do seu povo e dos povos africanos. Manteve-se, porém, sempre partidário fiel da paz, de soluções negociadas dos conflitos e de relações pacíficas e cooperativas entre os países e povos do planeta. Liderou as negociações que conduziram à independência do seu país, a 5 de Julho de 1975. Revelou-se um diplomata hábil e ponderado.
Apoiou com firmeza as lutas de libertação que conduziram à independência dos povos do Zimbabué e da Namíbia e à abolição do regime do apartheid na África do Sul. Como homem de estado tem-se distinguido como um político moderado, tolerante, partidário da paz e defensor consequente dos direitos humanos e da dignidade humana. Tem-se destacado ainda pelo seu empenho pessoal em prol da paz, da segurança e da estabilidade política na África. Tem trabalhado de forma abnegada pela ampliação e intensificação de relações de amizade e de cooperação entre Cabo Verde e os Estados Africanos, bem como, entre Cabo Verde e os outros Estados da Comunidade Internacional.
estudou na Universidade de Lisboa e lá encontrou os futuros líderes dos movimentos de libertação que lutaram pela independência das colónias portuguesas. Com o início da luta armada em Angola em 1961, partiu de Portugal para a Guiné-Bissau. Ali, até à Revolução dos Cravos, lutou pela independência de Cabo Verde.
Algumas marcas relevantes da política, interna e externa, praticada pelo Governo cabo-verdiano, sob a liderança de Pedro Pires:
No domínio do desenvolvimento social
Erradicação da fome aguda e redução significativa da pobreza no seio da população cabo-verdiana;
Eliminação da discriminação entre filhos do casamento e fora do casamento;
Instituição do Código de Família que protege os direitos das mulheres e dos filhos;
Equiparação dos direitos entre marido e mulher;
Abertura às mulheres profissões que eram interditadas;
Legalização do aborto, em determinadas condições;
Instituição do regime de união de facto, protegendo os direitos da mulher e da sua contribuição para a economia familiar;
Protecção dos direitos da criança, instituindo o princípio de garantia de pensão aos filhos, em caso de separação dos pais; criação do Instituto de Menores;
Reforma do Sistema de Ensino e desenvolvimento do sistema do ensino pré-escolar, primário e secundário;
Promoção da formação de professores do ensino secundário no país;
Instituição do ensino básico obrigatório de 6 anos;
Combate ao analfabetismo e promoção da alfabetização de adultos;
Apoio ao associativismo, mutualismo e ao cooperativismo como meios de combate à pobreza e de promoção da economia social;
Instituição do Sistema Nacional de Saúde;
Instituição da assistência judiciária gratuita e facilitação do acesso à justiça para as camadas mais desfavorecidas da população cabo-verdiana;
Participação em fóruns e em debates internacionais de combate ao racismo e à discriminação racial.
No áudio ele fala sobre a importância da união entre os povos africanos, os negros e negras que estão na diáspora e os povos originários, unidos contra a colonização, o imperialismo e o capitalismo.
Ele comenta sobre a importância da articulação entre os povos e as pautas. E mais, que os povos originários atualmente são os mais oprimidos, por isso, nossos esforços em protegê-lós e valoriza-lo precisa ser prioritário