J. R. R. Tolkien, escritor, professor universitário e filósofo britânico, lançou, originalmente em julho de 1954, os livros de O Senhor dos Anéis; sendo, portanto, o primeiro grande épico de fantasia moderna. E neste episódio, da nossa série "Interpretando a cultura à luz da Cosmovisão Cristã", analisamos esses três volumes de livros: A sociedade do anel, As Duas Torres e o Retorno do Rei, compondo a saga O Senhor dos Anéis, nos aspectos da cosmovisão cristã, quais sejam, criação, queda, redenção e consumação.
Esta saga tem como premissa base um enredo interessante. Começando no Condado, onde vivem os diminutos e pacatos hobbits, Bilbo Bolseiro, um dos raros aventureiros desse povo, resolve partir do Condado, mas deixa sua considerável herança nas mãos de seu jovem parente Frodo. O seu maior legado, no entanto, é o anel mágico, todavia, o mago Gandalf revela a Frodo que o objeto é o Um Anel, a raiz do poder demoníaco de Sauron, o Senhor Sombrio, que almeja escravizar todos os povos da Terra-média. A única maneira de eliminar a ameaça de Sauron é destruir o Um Anel nas entranhas da própria montanha de fogo onde foi forjado. Assim, Frodo e seus companheiros Sam, Merry e Pippin deixem a segurança do Condado e iniciam uma perigosa jornada.
Tolkien não criou uma narrativa alegórica, como é O Peregrino, de John Bunyan, mas a sua cosmovisão cristã está presente no enredo em sua similaridade com o caráter virtuoso cristão, isto é, Frodo não é Cristo, mas alguns de seus aspectos são semelhantes a Cristo, embora outros não sejam. Os aspectos cristãos estão nos personagens, em seu caráter virtuoso e nobre, como a lealdade de Sam ao sr. Frodo, mesmo em meio a adversidade e retaliações, a coragem e abnegação de Pippin e Mery, ou ainda, o sacrifício de Frodo para salvar o mundo. Diante disso, é instigante perceber as semelhanças entre o anel e o pecado humano, que bem como o pecado, o anel guerreia para dominar o seu portador, lhe envenenando a mente e o fazendo proceder de modo antagônico a sua vontade. De certo modo, Frodo me recorda Jesus Cristo, que foi predestinado voluntariamente a carregar os pecados dos seus eleitos para salvá-los. Mas por outro, Frodo me recorda qualquer cristão na fé, que enfrenta a jornada da santidade, isto é, guerreando continuamente contra os impulsos e malícias do pecado no seu coração. Isso foi só um gostinho do que você vai encontrar neste episódio...
Portanto, esta saga traz muito da Jornada do Herói e todo herói é uma imitação de Cristo, pois ele é aquele que se sacrifica por outro ou por um bem maior. Ele dispõe a sua força à serviço de quem não pode se defender, se sacrifica em nome do bem e possui um caráter justo. Contudo, este enredo não se trata tão somente da Jornada do Herói, mas é maior, mais significativa..Ela certamente vai fazer você repensar em seu caráter enquanto se diverte.
Nos diga no Instagram: @peregrina_podcast