Share Poesia Do Encontro
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By Mirella D'Angelo Viviani
The podcast currently has 51 episodes available.
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Sigo, incendei o meu por dentro, vago sem pôr vir. Sigo sendo, em mim, o bom, o ruim, o santo e o demônio. Degusto pequenos sussurros, envelheço pulsando vida. Sigo no meu contrário, no avesso do meu por fora, na intimidade da minha incompletude. Sigo às cegas, apalpando o que vou deixar de mim, tateando o que vou tomar para mim. Abençoada pela vida, seguimos juntas, eu e ela. Seguimos incendiando meu por dentro.
Nesse episódio, Mirella nos leva ao mergulho mais intimo de nossas próprias águas
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Poesia. História. Poesia. Poesia. A lagoa brilhava, respondendo ao sol que dourava a água com muita ternura. Eu estava lá. Tudo era. Estava tranquilo. O vento era quase suave, ondas pequenas sossegava, acabando se no continente do encontro com árido solo craquelado.
O sol queimava o fundo da lagoa. Era possível de ver a olho nu, esculpia contornos suaves e, em lugar das montanhas, miniaturas que eram luminosas, reluziam a energia do sol que tingia a água. A água estava dourada em todo o seu dorso. Um som sujo próximo de mim vem de dentro de baixo da água e sobe à tona a estoura.
Uma bela bolha gigante desenha círculos, círculos, círculos sobre a água. Eu observo. Recebo o inesperado e sorrio. Era como se alguém invisível brincando comigo tivesse lançado ali uma pedra ou mesmo soprado o ar por um canudo lá para dentro da água. O fato é que eram belas bolhas de ar que emitiam aconchegantes sons ao estourar.
Produziu uma coreografia de círculos que dançavam sem fim até desaparecerem no maior. E eu estava lá. Sento me uma pedra e repouso meus pés sobre o lodo brilhante. Um depois o outro, os dois banhados pela água que era morna e agradável. Depois ponho me em pé. Sinto o peso do meu corpo autorizar um espaço do lodo, iniciar um caminhar lento, bem lento do lodo penetrando em meus dedos e eu caminhando sobre ele, sobre o lodo.
Surpreendo me a cada macio passo. Por debaixo dos meus pés saem bolhas de ar. Recolhi a vivência em meus sentidos. Meus pés em serena sensação de plenitude, de ternura, Percebiam se embalados pelo ventre aerado daquela matéria orgânica disponível para mim. As bolhas emergiam únicas e estouravam quando encontrava um ousado olhar imprevisto do vento.
Quando olhavam o sol, elas estouravam. Era ar. Existia ar recheando aquele solo de lama tão delicado e sutil. A cada passo imaginava espaços de respiração no submerso solo. Existia a vida. Ali a vida vibrava, vibrava, honrando o único com brincadeiras de fazer estourar bolhas com barulhos de infância.
Uma experiência que me tomava. Eu recebia a oferta e ficava lá e mais um pouco. Experimentava a sensação de ser o que eu vivia, ser o lodo, ser a água, ser as bolhas de ar, ser o sol, ser o vento. Procurava trazer à tona de mim, do meu lodo mais profundo, bolhas de ar, espaços de respiração. Pensava, sentia e procurava brincar com elas.
O ritmo sincrônico do borbulhar fazia me me alegrar e o presente recebia tudo aquilo que reverberava em calor. Mas sabem, muito rápido. Veio uma transformação. O vento aumentou, batia em meu rosto com seu cheiro gelado. Um vento presente circular. A água que era tranquila, ficou poderosamente brava e pequenas ondas passaram a estourar em meus pés, em minhas pernas, em minhas coxas.
Opaca. A água agora barrenta, remexia todo seu fundo. Estas ondas e mais ondas mostravam o seu desconforto e mudavam o estado de espírito da lagoa, que agora não estava mais tranquila. Eu estava lá e senti uma profunda gratidão, uma experiência única.
Nesse episódio, Mirella nos leva para visitar o mais íntimo de nossa sexualidade. O que você faria diante de um pedido inusitado de alguém que, sem sua ajuda, jamais conseguiria realizar algo da ordem do prazer? Como você poderia deixar sua moral de lado, para não julgar nenhum dos envolvidos nessa cena? Até onde você iria por aquilo que é da ordem do desejo, do carnal?
Um episódio absolutamente necessário, em sua riqueza de detalhes, que nos faz com que pouco a pouco mergulhemos nas mais diversas sensações. Esse episódio convida a pensar e repensar a ética da psicanálise, a ética do analista, e os limites do empréstimo de seu próprio corpo.
Um relato potente, sobre novamente fazer o que precisa ser feito, pois é na suporte e no encontro que o desejo faz ouvir-se e manifestar.
"PORQUE O AMOR DEMANDA O AMOR. ELE NÃO DEIXA DE DEMANDÁ-LO. ELE O DEMANDA ...MAIS..
AINDA" - Lacan
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Epílogo
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Anexo:
Déjà-vu frenesi
Canção de Letrux
Todo corpo tem água
Lágrima, suor e gozo
Todo corpo tem água
Lágrima, suor e porra
Ou a gente chora, ou a gente sua
Ou a gente goza
Só não pode magoar
Se organizar direito
Todo mundo chora
Se organizar direito
Todo mundo cansa
Mas nem todo mundo transa
Nem todo mundo goza
Nem todo mundo chora
Num deixa secar, nem deixa magoar
Não deixa
Todo corpo tem fogo
Célula, neurônio e sangue
Todo corpo tem fogo
Célula, neurônio e pele
Mas nem todo mundo jura
Nem todo mundo pensa
Nem todo mundo cura!
Num deixa sangrar, nem deixa derramar
Não deixa
A gente já teve aqui
Déjà-vu!
Viver é um frenesi
Prólogo:
A vida sempre vence. E ela sendo esse objeto pulsante que não cessa de não se inscrever (inclusive na morte) ela muda. Nesse espirito da transitoriedade que esse podcast retorna. Um re.começar, e re.conhecer.
Essa nova temporada é um convite para que todos possamos sonhar e construir novas ficções de nos mesmos. Desenhar saídas singulares e inéditas para o que seja a experiência constante de transformar a vida.
Obrigado aos que estavam aqui antes, aos que estão aqui agora e aos que ainda estão por vir. Que de algum modo possamos nos conectar, tecer juntos o fio da existência que nos define enquanto um SER, um ato... Ser humano.
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Peça:
Nesse episodio Mirella nos convida a visitar o íntimo de nosso ser — Um espaço entre duas notas de música, para podermos olhar até onde iriamos para ajudar alguém. Das limitações do espaço físico, as barreiras morais, éticas e de nossos próprios preconceitos. — Um relato delicado, sobre a importância de ser ir se ir onde se é preciso.
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Epílogo
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Anexo:
Nascer, viver, morrer
Canção de Tim Bernardes
Nascer
Nascer outra vez bem no meio da vida
De fato acordar e enxergar cada dia
As coisas existem com força e magia
E eu sou a consciência da coisa que eu sou
Eu quero e eu amo e eu posso e eu vou Viver
Na realidade que é onde é possível
Às vezes sem nem perceber que está vivo
Às vezes na barra, às vezes na boa
No mundo, na mente, no sonho e no ser
No raro momento infinito viver Morrer
De a ausência, presença do inexistente
Do silêncio com seu volume gigante
Limite pra além do azar e da sorte
Que prova existir vida antes da morte
Que une e separa o todo da parte Nascer
Viver
Morrer
Nascer
O convite deste espaço é uma travessia que faz fronteira com o inconsciente aberto: poesia é forma pura de diálogo e expressão da pessoa que escreve com o saber sobre o qual escreve. A poesia dá ao inconsciente um vínculo com o corpo da palavra. O saber criativo da poesia dá um lugar ao que se expressa livre pela metáfora. Ressoa e se apresenta como uma voz do inconsciente numa forma de linguagem.
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Clarice Lispector foi uma escritora e jornalista ucraniana naturalizada brasileira. Autora de romances, contos e ensaios, é considerada uma das escritoras brasileiras mais importantes do século XX e a maior escritora judia desde Franz Kafka.
Nasceu em uma família judaica russa que perdeu suas rendas com a Guerra Civil Russa e se viu obrigada a emigrar em decorrência da perseguição a judeus, à época, a qual resultou em diversos extermínios em massa.
A futura escritora chegou ao Brasil, ainda pequena, em 1922, com seus pais e duas irmãs. Clarice dizia não ter nenhuma ligação com a Ucrânia - "Naquela terra eu literalmente nunca pisei: fui carregada de colo" - e que sua verdadeira pátria era o Brasil.
Estudou Direito na Universidade Federal do Rio De Janeiro, conhecida como Universidade do Brasil, apesar de, na época, ter demonstrado mais interesse pelo meio literário, no qual ingressou precocemente como tradutora, logo se consagrando como escritora, jornalista, contista e ensaísta, tornando-se uma das figuras mais influentes da Literatura Brasileira e do Modernismo sendo considerada uma das principais influências da nova geração de escritores brasileiros. É incluída pela crítica especializada entre os principais autores brasileiros do século XX.
No total, a obra de Clarice Lispector recebeu mais de 200 traduções para mais de 10 idiomas, do tcheco ao japonês, sendo mais de 179 traduções integrais de livros e 25 de contos publicados em periódicos. Seus livros mais traduzidos são principalmente romances: A Hora da Estrela, com 22 traduções; A Paixão segundo G. H., também com 22; Perto do Coração Selvagem, com 18; Laços de Família, com 16; e Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres, com 15.
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Epílogo
Viver em sociedade é um desafio porque às vezes ficamos presos a determinadas normas que nos obrigam a seguir regras limitadoras do nosso ser ou do nosso não ser...
Prólogo
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Fernando Pessoa foi um escritor de muitas línguas e mundos. Nascido em Lisboa (Portugal), teve a maior parte de sua educação realizada na Africa do Sul. Pais no qual estudou em uma escola irlandesa.
Pessoa foi marcado pelo tempo e pela mudança, perdendo o pai e um irmão ainda quando criança. Depois acompanhando a perda de boa parte do capital financeiro da família e se mudando para Africa Do Sul com a mãe.
Mesmo estando na Africa, toda. Educação de Fernando foi inglesa, sendo fortemente influenciado por Shakespeare, Edgar Allan Poe, Lord Byron. E ganha o prémio de literatura “Queen Victoria Memorial Prize”, por um ensaio que escrevera em 1903 ao tentar ingressar na faculdade Universidade do Cabo da Boa Esperança.
Em 1905 Pessoa retorna para Lisboa e cursa meio ano de letras na Universidade de Lisboa. Depois desse momento, segue dedicado a tradução de livros (como os contos de Edgar Allan Poe) e cartas comerciais.
Ao 47, em 1935 pessoa morre e com ele seus heterónimos, “personalidades” “personagens” de si mesmo que marcaram boa parte de suas obras.
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ISTO
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Epílogo
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Sobre a proposta:
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Sobre a autora:
Cecília Meireles faleceu em 1964, em pleno apogeu de sua atividade literária. Recebeu post mortem o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto de sua obra. A editora Nova Aguilar publicou sua Poesia Completa num volume de 1.470 páginas.
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Tenho fases, como a lua,
Fases que vão e que vêm,
Não me encontro com ninguém
Sobre o espaço ConVidados:
Um lugar sem regras ou definições para autores livres escreverem ! Tomarem posse da palavra! Assim, se apresenta como um campo visível para convidados expressarem sua inspiração, sua palavra. Aqui é possível declamar poesia, narrar histórias e reflexões, sonhar a palavra criando espaço para autoria se fazer presente. Sim, um espaço vivo que escuta e ecoa as construções poéticas e as narrativas de muitas pessoas. Escrever, inventar, criar amadurecem, como fruto bom, nossos guardados no corpo!A maravilha se mostra na possibilidade de recolher na palavra o mais íntimo de cada um e, em um ato de amor, mostrar para o Outro escutar. Se escutar!Escreva, invente, reflita, conte e mostre! Aqui você pode publicar o que dá sua autoria brotar! Aqui você pode compartilhar com Outros a sua fonte d’agua na palavra. Aqui sua autoria se oferece para todos que tem sede de presença no contato com o Outro! Uma poesia Encontro
Nasceu em uma família judaica russa que perdeu suas rendas com a Guerra Civil Russa e se viu obrigada a emigrar em decorrência da perseguição a judeus, à época, a qual resultou em diversos extermínios em massa.
A futura escritora chegou ao Brasil, ainda pequena, em 1922, com seus pais e duas irmãs. Clarice dizia não ter nenhuma ligação com a Ucrânia - "Naquela terra eu literalmente nunca pisei: fui carregada de colo" - e que sua verdadeira pátria era o Brasil.
Estudou Direito na Universidade Federal do Rio De Janeiro, conhecida como Universidade do Brasil, apesar de, na época, ter demonstrado mais interesse pelo meio literário, no qual ingressou precocemente como tradutora, logo se consagrando como escritora, jornalista, contista e ensaísta, tornando-se uma das figuras mais influentes da Literatura Brasileira e do Modernismo sendo considerada uma das principais influências da nova geração de escritores brasileiros. É incluída pela crítica especializada entre os principais autores brasileiros do século XX.
No total, a obra de Clarice Lispector recebeu mais de 200 traduções para mais de 10 idiomas, do tcheco ao japonês, sendo mais de 179 traduções integrais de livros e 25 de contos publicados em periódicos. Seus livros mais traduzidos são principalmente romances: A Hora da Estrela, com 22 traduções; A Paixão segundo G. H., também com 22; Perto do Coração Selvagem, com 18; Laços de Família, com 16; e Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres, com 15.
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Epílogo
O convite deste espaço é uma travessia que faz fronteira com o inconsciente aberto: poesia é forma pura de diálogo e expressão da pessoa que escreve com o saber sobre o qual escreve. A poesia dá ao inconsciente um vínculo com o corpo da palavra. O saber criativo da poesia dá um lugar ao que se expressa livre pela metáfora. Ressoa e se apresenta como uma voz do inconsciente numa forma de linguagem.
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Foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras, sendo o terceiro ocupante da cadeira nº 2, que tem como patrono Álvares de Azevedo. Em 1967 foi indicado ao Prêmio Nobel de Literatura.
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Epílogo
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