Olá, a Palavra de Deus fala com você. Eu sou Ramona Weisheimer pastora da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, atuando na Paróquia de Rolândia, no Paraná. A Palavra para nossa meditação de hoje diz “Deus, que dá a semente para semear e pão para comer, também dará a vocês todas as sementes que vocês precisam. Ele fará com que elas cresçam e deem uma grande colheita, como resultado da generosidade de vocês.” II Co 9.10
Convido vocês para imaginarem: duas pessoas estão semeando, esperando fruto abundante como recompensa pelo seu esforço. Quem semeia quer colher! E nisto, creio, todos são iguais. Mas entre as duas pessoas que semeiam há uma diferença: uma delas entende que é preciso aproveitar ao máximo cada minuto, sem descanso, para semear. Não há tempo para mais nada, e para mais ninguém. A outra também trabalha com afinco, mas encontra tempo em meio à labuta, para celebrar, agradecer a Deus pela força e pelo fruto que ainda virá. Entende que parar para orar e para encontrar as pessoas que ama não é perda de tempo, mas ganho de tempo, emprestando significado ao tempo.
Agradecer! Partilhar a vida, estar aí para os outros!
Entre os temas importantes desta segunda carta de Paulo aos Coríntios está a grande coleta em favor dos “pobres de Jerusalém” (Rm 15.26). Não somente esta comunidade estava fazendo a coleta, outras também, mas, perece que foram os primeiros a ter vontade de ajudar! Porém, acabaram desistindo, por questões internas... Agora, outra vez fortalecidos, Paulo os motiva a recomeçar. Interessante é que, apesar da pobreza dos cristãos da cidade, a oferta levantada se destina para outro lugar, para outras pessoas, que tinham até pouco a ver com os coríntios, que eram de origem gentia. A oferta era destinada aos cristãos de Jerusalém, de origem judaica!
Através desta oferta, Paulo ensina que um membro do corpo (a comunidade) pode vir em auxílio de outro membro (comunidade necessitada). É, assim, expressão de solidariedade, de comunhão. Pensar nos outros, apesar das dificuldades ou mágoas pessoais, apesar de nem conhecer, sempre foi uma forma de crescer no evangelho de Cristo, isto é, na comunhão com os irmãos, e na ação de graças com Deus. Coleta é dádiva, que significa superar e ultrapassa-se a si mesmo na direção do próximo. Assim a contribuição implica alegria e desprendimento. Quem dá obrigado, ainda retém! Mas Deus ama quem dá com o coração aberto, sem remorsos, sem pensar que talvez o outro não mereça. Aí é dádiva!
Deus pode dar o necessário para a nossa subsistência e ainda o suficiente para transbordar em favor dos outros. Como um chafariz! Lembram daqueles chafarizes de prato? Não servem só para embelezar o pátio, mas dar de beber a quem tem sede. E ainda nos ensinam que é possível transbordar. De recipiente em recipiente, prato em prato! Não retém só para si a água que dá vida, mas passa adiante. Um recebe do outro, todos recebem de Deus, a nenhum falta! Mútua cooperação, cuidado.
O texto lido nos diz que Deus mesmo dará a semente para uma sementeira abundante, assim, que a justiça dos “plantadores do bem” cresça mais e mais. Deus dá para dar! E mais, cuidará que as dádivas não venham a empobrecer os doadores. Deus provê.
O texto não conclama à gratidão por colheitas, rendas e benefícios. Pelo contrário, convida a semear uma colheita para os outros, e afirma que é uma atitude cristã lembrar dos irmãos e irmãs, socorre-los e dar graças a Deus.
Que o Senhor nos ensine a semear com alegria, agradecer por tudo o que ele nos dá diariamente – também nossa cota de angústias – e, reconhecendo a nossa necessidade, a pedir com o coração aberto “o pão nosso”, que deve ser plural, partilhado com os irmãos e irmãs, todos filhos e filhas de Deus.
Oremos: Senhor bondoso, Tu conheces nossas dificuldades, nossas espera…
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