Em entrevista a Marco Antonio Soalheiro, no Mundo Político, a cientista política e professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Lígia Mori Madeira, fala do seu livro em coautoria com Leonardo Geliski, "Difusão de políticas judiciais anticorrupção: varas especializadas em lavagem de dinheiro e crime organizado no Brasil". A professora explica que o movimento do Judiciário brasileiro para criação dessas varas foi impulsionado pela agenda internacional da OCDE que, no início dos anos 2000, pressionava os países do sul global neste sentido. Conta como elas surgem com a ideia de que a expertise gera melhor resultado. Por outro lado, também demonstram que a mesma especialização e exclusividade do núcleo criar um ambiente de falta de diversidade e favorece relações promíscuas entre juízes e promotores. Lígia liga comportamentos desviantes nas varas de combate à corrupção a momento de crise política e enfraquecimento da democracia do país.