Olá meus queridos ouvintes de longa data e perseverantes de audiência. Quero justificar esse sumiço porque eu estava sofrendo de um caso severo de GAS (Gear Acquisition Syndrome).
Pois é, na minha mais nova aventura pelo mundo da fotografia, mergulhei de cabeça no famoso retorno à fotografia analógica, só que em particular no formato grande. Mais conhecida como câmera “lambi lambi” ou 4X5”.
No processo de amadurecimento dentro desse novo formato acabei adquirindo três câmeras novas e um monte de acessorios. Digo, novas pra mim porque algumas são da década de 50. Estou falando de uma “Press Camera” Speed Graphic, uma “Monorail” Linhof Kardan Color 45S e por fim uma “Field Camera” Chamonix 045N-1. Vou estar falando um pouquinho sobre elas hoje, e no próximo episódio vou falar um pouquinho sobre o scanner de fotos e negativos Epson V700. Escanear fotos e negativos, uma grande area da fotografia analógica atual, que é muito debatida e polemisada. E quando der vou falar um pouquinho sobre fotometria e o fotômetro Sekonic 508.
Além disso quero agradecer a todos os que gentilmente me procuraram e expressaram o seu carinho e preocupação sobre a nossa ausência no mundo da podosfera brasileira.
A melhor coisa pra nós que produzimos conteúdo em podcast é saber que fazemos falta na rotina do dia-a-dia de vocês, é saber que devagarinho vamos ficando interdependentes. Coisa muito louca essa interassão virtual, assunto que também dá pano pra manga.
Como disse anteriormente, a arte de fotografar é mais do que somente as fotografias que compartilhamos no final do processo… vai muito mais além. É o que eu frequentemente me refiro a um estilo de vida. Toda o misancene que faz parte do processo, ou pros mais tecnicos, workflow. Na fotografia analógica muito mais, todo o preparo por atecipação, todo o equipamento que necessitamos para poder medir a luz, ajustar as máquinas etc, fazem parte dessa misancene.
Pelo menos pra mim é assim, quando comecei a pensar em fotografia analógica, desacelerei o processo produtivo e agucei o processo criativo. O que é que eu quero dizer com isso?
Na fotografia 4X5 cada foto, cada exposição deve ser metodicamente analizada e planejada. Primeiro porque em LF o uso de tripé é obrigatório. A não ser na “press camera” que também pode ser usada na mão, todas as outras exigem estabilidade. E a fotometria é feita separadamente, a composição pode ser compensada de inúmeras formas, o ponto focal pode ser selecionado pontualmente e etc…
Todo esse recurso faz com que você tenha que tomar muitas decisões e ajustar pra cada composição um monte de coisas, que muitas vezes serão usadas somente pra uma fotografia.
Começando pela “monorail”, essa foi a minha primeira aquisição dentro do mundo da Large Format. Encontrei na internet essa máquina que possui uma infinidade de ajustes óticos pelo fato dela visar a versatilidade e o desempenho sem levar em conta o peso e o tamanho. Normalmente são um pouco mais baratas e em grande quantidade no mercado. A Linhof Kardan Color 45S é uma máquina dedicada a fotografia de estúdio. Muito conhecida como a âncora de qualquer estúdio fotográfico da década de 80. Principalmente por causa do peso…kkkk. Linhof é uma fábrica situada no oeste da Alemanha que até os dias de hoje produz máquinas fotográficas, principalmente de LF. Conhecida pela alta qualidade, precisão e durabilidade. Pois é,