Alguma vez foste alvo de ghosting?
E por falar em ghosting, sabes o que é a cultura do cancelamento?
As duas estão muito ligadas por serem práticas e fenómenos sociais que indicam um encerramento ou rejeição pública, no caso do cancelamento, ou privada no caso do ghosting.
J. K. Rowling, a autora da saga de Harry Potter foi “cancelada” por suposta transfobia, depois de ter compartilhado no Twitter um texto que dizia o seguinte: "Pessoas que menstruam. De certeza que havia uma palavra para essas pessoas. Alguém me ajude. Wumben? Wimpund? Woomud? Opinião: Criar um mundo pós-COVID-19 mais igualitário para as pessoas que menstruam.”
Um simples comentário mal interpretado no Twitter gerou um alvoroço e repulsa por parte da comunidade LGBTQ+. A autora do Harry Potter foi “cancelada”.
A “cultura do cancelamento” refere-se a um fenómeno social em que indivíduos, geralmente figuras públicas, são alvo de boicotes e rejeição pública devido a comportamentos percebidos como ofensivos, polémicos ou socialmente inaceitáveis.
Esta cultura envolve um rápido julgamento e uma resposta negativa intensa nas redes sociais e em outros meios, com o objetivo de desacreditar, ostracizar ou “cancelar” a pessoa envolvida.
O problema é que, embora a cultura do cancelamento possa ser uma maneira de responsabilizar as pessoas pelas suas ações e palavras, ela também tem sido criticada pela sua natureza punitiva e pela falta de oportunidade para aprender e crescer.
Já o termo ghosting, tal como inicialmente falávamos e provavelmente todas nós já experienciamos, refere-se a uma prática social na qual uma pessoa encerra abruptamente todo o tipo de comunicação e contato com outra pessoa, sem aviso prévio ou explicação. Provavelmente, já fomos vítima de ghosting e já demos ghosting, por razões como proteger-nos de um mal, ou afastarmo-nos de uma pessoa tóxica ou simplesmente não querermos ter contacto com uma pessoa que não conhecemos de parte nenhuma.
A pessoa que pratica o ghosting simplesmente desaparece da vida da outra, ignorando mensagens, chamadas e qualquer forma de interação.
O ghosting é mais comum em contextos de relacionamentos interpessoais, especialmente em relacionamentos românticos ou amizades, mas também pode ocorrer em ambientes profissionais. Ele pode ser feito por várias razões, como evitar confrontos, desconforto emocional, ou simplesmente porque a pessoa não está mais interessada e não quer explicar os seus motivos.
No fundo, tanto o ghosting como a Cultura de Cancelamento convergem em dois aspetos: falta de comunicação e falta de ouvir o outro. Mas resta-me uma questão… o que é a Bíblia fala sobre este assunto?
A Bíblia destaca a importância de ouvir o outro e praticar a comunicação eficaz, longe do ódio e da falta de perdão. Em Provérbios diz: “Responder antes de escutar, mostra insensatez e provoca o ridículo.”
Em Tiago 1:19 está escrito: “Gravem bem isto na memória, meus queridos irmãos! Cada um deve estar sempre pronto para ouvir; mas não deve precipitar-se no falar, nem irritar-se com facilidade.”
Respeitar, ouvir o outro antes de falar, praticar a paciência, responder com bondade e ser cauteloso com as palavras é de extrema importância. A ausência de comunicação ou de palavras não agrada propriamente a Deus.
O ghosting ou a cultura do cancelamento fogem àquilo que é a comunicação eficaz porque isso não envolve apenas expressar os nossos pensamentos, mas também ouvir atentamente os outros, e entender as suas perspetivas.
A Bíblia é este livro maravilhoso que nos ensina a sermos responsáveis pelas nossas ações e palavras, na maneira como nos comunicamos e relacionamos com os outros. Jesus não nos rejeita, muito pelo contrário. Ele nos abraça, acolhe e ouve atentamente.
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Produção: RTM, a Rádio de Portugal