Neste episódio, o nosso autor João Moscão convida o Professor Desidério Murcho (Filósofo, autor de vários livros e artigos sobre o sentido da vida) para falar sobre o tema do último artigo do nosso autor e de um célebre artigo do convidado, de nome Todos os Sonhos do Mundo, um ensaio acerca das possíveis respostas à pergunta mais incómoda: Que Sentido Tem Tudo Isto? Não perca este entusiasmaste e esclarecedor diálogo onde se revelam dois pontos de vista que, apesar de ambos plausíveis e racionalmente lógicos, apresentam-se antagónicos, porém, com um "final feliz". 

Numa altura em que o mundo vive um clima de medo provocado pela ameaça da rápida propagação de um vírus mortal, é caso para escrever, não sobre o vírus (não sou especialista de tal), nem acerca das medidas recomendadas, mas sobre a filosofia que lhe está adjacente. É que nestes casos, ainda que raros, os humanos revelam muito do que realmente são: uns manifestam displicência; outros egoísmo - poucos, muito poucos, manifestam equilíbrio. Sobre isto, apraz-me assinalar, de um lado, o comportamento só-acontece-aos-outros e, de outro, a atitude salve-se-quem-puder. Se todos formos displicentes, dá-se um contágio em massa! No entanto, se procedermos todos ao isolamento absoluto, extingue-se a ajuda. Em ambos os casos extingue-se a humanidade. Em suma: é o amor incondicional de alguns que nos tem salvo sempre - esperemos que aconteça o mesmo desta vez.

Podcast sobre a filosofia helenística, nomeadamente o epicurismo e o estoicismo. Comparação social, espiritual e ontológica de ambas as doutrinas e os reflexos na sociedade moderna. Em traços gerais, epicuristas e estóicos concordaram que o Sábio é o homem mais feliz. Isto quer dizer que ambos os sistemas de pensamento são teleologias (defendem que a vida tem um sentido) e eudemonistas (esse sentido é a felicidade). Herdam, portanto, de Aristóteles a deslocação da responsabilidade para o próprio sujeito: tornam a ética e a moral essencialmente humanistas, ou seja, “à mão-de-semear” e alcançável sem que seja necessário qualquer intervenção divina. Entretanto, epicurismo e estoicismo cultivaram algumas diferenças bem radicais entre si, nomeadamente quanto à interpretação da realidade que servirá de suporte aos critérios que mediam essa tal felicidade.

Antes de esclarecer pontos de vista - e irei dar "voz" às duas facções (ao "sim" e ao "não") - é importante esclarecer que o estado da legislação actual assume a eutanásia como um homicídio: a eutanásia e o suicídio assistido são crime em Portugal, em toda e qualquer circunstância. Depois, igualmente importante é esclarecer o que significa «eutanásia» e porque é que essa definição é relevante para a discussão: é um termo que deriva do grego eu (boa) e Thanatos (morte), logo, significa boa-morte. Assim dito, abre-se um campo de discussão mais coerente: discutir sobre a despenalização, ou não, da eutanásia, é discutir sobre a melhor forma de morrer.

(João Luís Moscão, 2020)

O contexto moderno da formação - onde se incluem o professor, o aluno e a mensagem, como agentes participativos -, apesar dos avanços tecnológicos, encontra-se, a meu ver, em crise. Veja-se que, cada vez mais, os humanos bebem informação pelos meios de comunicação que (não bastava já a toxicidade intelectual da imprensa, rádio e televisão) comportam um grau de lixo informativo exuberantemente gritante. Com isto, não afirmo que tudo o que as redes sociais revelam ao leitor/ouvinte seja sempre lixo, mas que grande porção é. Ainda assim, não creio que se possa atribuir toda a culpa aos meios, senão, também, aos agentes - os que publicam, bem como os que consomem, partilham culpa. Os primeiros, porque são muito frequentemente gurus; os segundos, porque são felizes com isso mesmo. Assim, neste Podcast do Sobre as Coisas irei falar um pouco sobre a minha visão da formação moderna.

Este canal de comunicação - que irá incluir um Blog e um Podcast - tem como missão central divulgar o que eu penso acerca do conceito de VERDADE, de EDUCAÇÃO, da VIDA (em geral) e, obviamente, da mortalidade (a nossa relação com este incómodo). Entretanto, não ache o leitor que será um canal de psicologia (muito menos coaching...). Pretendo meramente dar voz para o exterior a algumas COISAS que são já voz interior. Para isso, farei recurso da evidência - nomeadamente filosófica, por vezes científica.

Siga-me nesta viagem guiada - não prometo ajudar (de forma alguma). Apenas prometo expressar-me (a ajuda, é consigo).