“Eu sou eu e minha circunstância", pensou Descartes, enquanto cortava as unhas dos pés e mandava lembranças a quem não conhecia. “Penso, logo existo”, sapecou Ortega y Gasset, chorando sem lágrimas por não conseguir comer o bife sem cebola. E, quando menos se espera, grita o velho Marx: “escutadores de podcasts do mundo todo, uni-vos, vós não tendes nada a perder a não ser o "Músicas para dar "ciao" a desconhecidos, cortar as unhas dos pés com faca de mesa e chorar sem lágrimas" último episódio da primeira temporada do Som na Caixa!

Acunhem o play ai!

“É dos carecas que elas gostam mais”, pensa o cão míope. “O poeta é um fingidor”, lê o boêmio careca, sem óculos, o texto que lhe esfrega o focinho (focinho do boêmio, não o do cão, bem entendido). “O whisky é o cachorro engarrafado”, arremeta o poeta adestrado. E vão todos, juntos e infelizes, curtir músicas para poetas carecas, boêmios míopes e cães adestrados.Som na Caixa!*

Não vá na onda do exagerado Cazuza pra pensar que, por acordarmos todos os dias, “temos todo o tempo do mundo”. E, assim como as flores sem perfume nos lembram a melancolia por termos todas as sogras que poderíamos não ter tido, nem sempre uma disritmia nos impedirá de seguir “caminhando e cantando”, e suportando o *Som na Caixa*, já que é muito melhor ouvi-lo do que ser surdo.

Para William Shakespeare, que, sob o pseudônimo Milton Guedes, escreveu *_Sonho de uma Noite de Verão_*, o ser humano - “demasiado humano”, como objetou Nietzshe - poderia beber, cair e levantar tanto no domingo quanto na terça ou no sábado. Mas, na quinta, somente se fosse feriado, e desde que, em dia de rodeio, como lembraram Leandro & Leonardo - quando ainda eram uma dupla de dois -, não seja em ano bissexto. Para nós, não importa: seguiremos contando piadas sem graça e sugerindo músicas para um belo domingo ou uma terça qualquer (sem querer desprestigiar o belo, nem o domingo). *Som na Caixa!*

Se Sócrates tivesse vivido uma paixão platônica, talvez não tivesse sido condenado a morrer tomando cicuta. Romeu e Julieta poderiam ter escapado da morte trágica se conhecessem as delícias da Nutella e da farofa de ovo com banana. Como você não é Romeu, nem Julieta, nem Sócrates, nem, tampouco, Platão - e nem Platoa! resta-lhe se contentar com as piadas sem graça de Músicas abstratas para paixões platônicas e amores obscuros.Som na Caixa!

Pode-se pescar sem isca, desde que se tenha minhoca, não na cabeça. Pode-se filosofar em alemão, mesmo que não se tenha balão (com o perdão - de novo?! - do eco). O que não se pode, mesmo, é perder o "Músicas para filósofos baloeiros e nadadores de caixa d’água". Som na Caixa! E na caixola!

O sol nasce todo santo dia,tá? Você poderá não se curar de uma doença que não tem,o.k.? A vida é um sopro,certo?, mas poderá lhe presentear com uma diarreia sem fim. Mozart Magal, Rossi Caldas, Tonho de Tota são sem noção, beleza?, mas lhe oferecem músicas para ouvir em hospitais e banheiros públicos antes do sol se pôr.

Para quando você: acordar de ressaca, achando que a vida nao tem sentido (e,de fato ela nao tem),ou estiver com a impressão de que seus orgasmos são sempre piores e menos sonoros o das demais pessoas(e o orgasmo dos outros é sempre melhor que o nosso, sim)ou achar que trabalha muito mais e ganha muito menos do que merece(o que não é verdade).Mozart Magal, Rossi Caldas e Tonho de Tota sugerem musicas para tomar cerveja quente com café gelado. Aumente o volume e som na caixa !

Há pessoas com cérebro e sem neurônios? Com neurônios e sem sinapses? Talvez,sim. Mas um anencéfalo não sobreviveria. Conclusão : até Mozart, Rossi e Tonho de Tota têm cérebro.

Como diria o filósofo Zé Buchudo, saco vazio não se põe de pé e toda pessoa morta é um animal sem vida. Para ouvir em velórios ( ou de barriga cheia ) , mais um Som Na Caixa pra vocês.