Share Soma aos Sertões
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O poeta Marcelo Caettano fez e declamou versos sobre o São João. Esse ano, por conta da pandemia, a festa mais querida do Nordeste teve uma cara diferente, com cada um na sua casa. "Nessa/ pandemia junho se apartou de sua essência alegria", diz. Mas há também esperança. "Se Deus quiser ano que vem junho torna a enluarar"
No meu
Cidade
Cor
Lampejo
No meu
Lua
Por
Nada
Por isso
Se Deus
No meu
Viva Sanjão!
A Literatura dos sertões pode ser considerada uma vertente da chamada Literatura Regionalista (Regionalismo), criada a partir de variadas perspectivas do contexto espacial, social e cultural do sertão nordestino, em especial, as características imanentes ao fenômeno climático da seca. Assim, compreende-se por Literatura das Secas um conjunto de obras literárias que apresentam como cenário espacial o sertão nordestino juntamente com o aspecto socioclimático da região, estes exercendo influência sobre o contexto produtivo das obras.
Apesar de José de Alencar, em 1875 com O Sertanejo, já introduzir a região nordestina na literatura, foi somente a partir da grande seca que assolou esse território, em 1877, que obras literárias começaram a trazer como espaço geográfico, social, cultural e climático essa parte do país. E atingiram seu apogeu na década de 30 do século XX, com o Regionalismo.
Pelo que se sabe um dos primeiros estudiosos a usar o termo Literatura das Secas foi o crítico literário Tristão de Athaíde, em Afonso Arinos (1922), associando seu surgimento a grande seca de 77, designando-a como um regionalismo sertanismo, características regionais específicas que tem dado ao contexto literário brasileiro grandes obras.
O vento varre o pó solto no chão. O sol queima a pele já esfolada pelos grãos dessa areia. O olho arde. O sertão é imensidão. Dá para dizer que também é feminino.
Nascer mulher aqui traz junto uma carga de significados e de expectativas. Da mulher sertaneja exige-se muito, e ela entrega mais. E ela sofre. E ela esquece. E ela segue.
No sertão também é notável a liderança feminina na maioria dos lares. Muitas dessas mulheres são chefes de família em idade ainda adolescente. Levadas pelas circunstâncias de uma vida com poucos recursos financeiros, educacionais, de saúde. Nessa vastidão, seguir é o que resta.
Participação: Profissionais da saúde na linha de frente da pandemia no Sertão.
ESSA PODCAST É DIVIDIDO EM TRÊS PARTES :
1) DESCONSTRUÇÃO DO ESTEREOTIPO DA MULHER SERTANEJA. Com: Adolfo Freitas
2) A VISÃO SUBJETIVA DO SER MULHER NA ARTE LITERÁRIA. Com: Luiza Correia
3) O PLURALISMO NA PRODUÇÃO FEMININA NOS SERTÕES DO BRASIL. Com: Andrezza Lucas
A luta pela vida e a arte. Esse é o maior legado deixado por Zabé da Loca, a Rainha do Pífano, que mostrou ao Brasil a beleza da música nordestina. Ícone da luta de um povo, a musicista, falecida aos 93 anos, construiu uma carreira que fortaleceu a cultura nordestina, tendo conquistado vários prêmios, entre eles a Ordem do Mérito Cultural, promovido anualmente pelo Ministério da Cultura (MinC).
Isabel Marques da Silva é o nome original da artista nascida na cidade de Buíque, no agreste pernambucano. A musicista conheceu o som do pífano, a flauta típica do Nordeste, logo cedo. De uma família de músicos, aprendeu a tocar o instrumento com o irmão, aos sete anos de idade. O nome artístico veio da vida passada durante 25 anos em uma loca (espécie de gruta) com a família, no município de Monteiro, no Cariri paraibano.
Apesar de ter iniciado cedo na música, a carreira pública da instrumentista começou tardiamente, aos 79 anos de idade. O primeiro álbum, “Canto do Semiárido”, foi gravado em 2003 e reuniu composições próprias e uma versão de Asa Branca, de Luiz Gonzaga e Alberto Teixeira. Daí para frente, o sucesso veio rápido. Em 2004, Zabé foi apresentada ao Brasil e começou uma turnê musical pelo país.
A primeira cidade a ser presenteada com sua visita foi Brasília, onde a musicista participou do projeto Da Idade do Mundo, que promovia o encontro de artistas que começaram a carreira tardiamente. Zabé também passou pelo Rio de Janeiro e por São Paulo, entre outras cidades, levando a seu público a alegria e garra do povo nordestino.
A rainha que fez da música uma paixão conquistou vários prêmios e dividiu o palco com nomes ilustres da música brasileira, como Gilberto Gil e Hermeto Pascoal. Em 2008, veio o segundo disco, “Bom Todo”, que lhe rendeu o troféu Revelação do Prêmio da Música Brasileira.
Zabé da Loca era uma artista à frente do seu tempo, que superou o machismo da época e conquistou espaço em um mundo que não dava chances para as mulheres. Foi a primeira mulher a tocar pífano, tendo ensinado a arte para outras mulheres e crianças.
Contribuição:
Zabé da Loca - Rumos Música (2008)
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