Em todas as aparições de Fátima, Nossa Senhora repetiu: "Rezai o Rosário todos os dias", mostrando-nos que essa é a oração que mais lhe agrada e com a qual podemos obter "infalivelmente" as graças de que precisamos. O «Pai-Nosso», que rezamos em cada dezena do Terço, nos foi ensinado pelo próprio Jesus Cristo quando os Seus discípulos Lhe pediram que os ensinasse a orar: Rezai, pois, assim: Pai nosso, que estais nos céus, santificado seja o Vosso nome, venha a nós o Vosso reino; seja feita a Vossa vontade, assim na terra como no Céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje, perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal (Mateus 6,9-13). Esta oração do Pai-Nosso, que dirigimos a Deus em todas as dezenas do Terço, é uma oração bíblica e faz parte da Liturgia: rezamos diariamente na Santa Missa e na Liturgia das Horas. Segue-se a oração da «Ave-Maria», que repetimos dez vezes formando assim uma dezena no nosso Terço. É uma oração bíblica. Começa pelas palavras que o Arcanjo São Gabriel dirigiu a Maria, quando foi enviado por Deus para lhe anunciar a encarnação do Verbo de Deus: O Anjo Gabriel foi enviado por Deus (...) a uma virgem (...), e o nome da Virgem era Maria. Ao entrar em casa dela, o Anjo disse-lhe: Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo (Lucas 1,26-28). [...] Como vemos, todo o louvor de Maria se eleva para Deus; Ele pousou o Seu olhar de misericórdia, na humildade da Sua serva. Enfim, a «Ave-Maria» é uma oração bíblica. Mas também faz parte da Liturgia, estando presente, em vários dias do Ano, tanto na Santa Missa como na Liturgia das Horas. Depois, a Igreja, guiada pelo Espírito Santo, que é Quem a ilumina e assiste, concluiu a fórmula da Ave-Maria com uma humilde súplica: Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte. Amém. Esta súplica que dirigimos a Maria para que interceda por nós junto de Deus, está de acordo com a verdade que nos ensina São Paulo Apóstolo: Há (...) um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo Homem (1 Timóteo 2,5). Mediador dotado da natureza divina, que Lhe permite livre e natural acesso à parte de Deus, há um só: Jesus Cristo. No entanto, o Mediador não é de um só, mas Deus é um só (Gálatas 3,20), pelo que há a outra parte que o Mediador serve e representa: a humanidade. E «Jesus Cristo Homem» é nosso Mediador por natureza - a natureza humana que Ele assumiu no seio da Virgem Maria. Mas Cristo não Se fez homem para ficar Ele só como resíduo sobrevivente da humanidade, mas para ser o Primogênito de muitos irmãos (Romanos 8,29), que Ele salvou, restituindo-nos o acesso à presença e à intimidade com Deus; Ele, porém, fez mais: estreitou-nos a Si como membros do Seu Corpo Místico, que é a Igreja, presença salvadora de Cristo até ao fim dos tempos e até aos confins da terra, compartilhando, por graça e missão, a tríplice missão - profética, sacerdotal e real - do Salvador.