«Vivemos como numa toca». Na aldeia de Brezovica, num enclave sérvio das montanhas do Kosovo, a costureira Natália, 60 anos, vai tirando assim as medidas aos dias. Para trás ficaram os lameiros de Trás-os-Montes, onde viu a primeira luz do mundo.
Como tantos outros portugueses, Natália rumou a Paris, em 1970, por razões económicas mas também políticas. Na capital francesa, conhece Dragan, de passaporte jugoslavo. É no Kosovo, onde está há mais de 20 anos, que vive todo o desmantelamento da Jugoslávia e testemunha agora a tensão entre vizinhos, em mais uma encruzilhada da História dos Balcãs.