Uma boa arquitetura possui uma relação de equilíbrio com o design, conforto e eficiência energética.
Se você chegou até aqui, sabe que os vidros são muito importantes para a eficiência energética, e gostaria de aplicá-los de forma mais assertiva em sua arquitetura, certo?
Afinal, desde que Mies Van der Rohe criou um dos primeiros conceitos da torre de cristal em 1921, a Freidrichstrasse Skyscraper, muita coisa mudou.
Hoje possuímos tecnologias muito mais avançadas de construção, como softwares em 3D, BIM e estratégias de simulação, só para citar algumas mudanças.
Mas…eu espero que você não esteja projetando como 1921, certo?
Então leia este artigo para entender sobre um dos principais aspectos primordiais do conforto e eficiência energética em edificações: as características principais dos vidros.
Os principais fatores em vidros para a eficiência energética
Quais são os principais fatores relacionados em vidros para a eficiência energética?
Na verdade existem diversos itens importantes que iremos abordar em outros artigos, tais como:
* As transmitâncias em paredes, pisos e tetos
* Edifícios vizinhos
* Elementos de sombreamento
* O uso da edificação
* A ventilação natural
* A caracterização das zonas térmicas
* A aplicação de placas fotovoltaicas no final do processo.
Outro índice muito importante – talvez primordial – é o WWR (Window to Wall Ratio) também chamado de PAF, que é a proporção entre as janelas em relação a cada fachada da edificação.
No entanto, o objetivo deste artigo é demonstrar como apenas 3 índices nos vidros de uma edificação podem mudar drasticamente os fatores de eficiência energética, por mais que visualmente uma edificação seja praticamente igual a outra.
Portanto, possuímos 3 índices primordiais em vidros para a eficiência energética:
* O SHGC (Solar Heat Gain Coefficient)
* Fator U (U Value)
* O VLT (Visible Light Transmittance).
Cada um deles terá um papel diferenciado na eficiência energética da sua edificação, e nenhum pode ser ignorado.
A compreensão por uma simulação
Para que você entenda da forma mais didática possível, realizamos a simulação de vidros para a eficiência energética em uma edificação de escritórios genérica, toda em vidro, de 30×30 metros, com 15 pavimentos de 3,60m de altura, posicionada 90° em relação ao norte.
Serão realizadas 2 análises por índice:
* A primeira será realizada comparando os índices em 5 cidades brasileiras.
* A segunda será realizada comparando mais profundamente 2 cidades brasileiras com as condições mais diferenciadas — Curitiba e Manaus.
Lembrando que os valores obtidos são apenas uma noção de grandeza, pois não foram considerados tratamentos de sombreamento, ajustes no uso da edificação, taxas de infiltração, nem transmitâncias precisas em elementos da edificação como paredes internas, pisos e cobertura. Sempre considere avaliar todos elementos de uma edificação para obter melhores índices de eficiência energética.
O SHGC – Solar Heat Gain Coefficient
É sobre o ganho solar na edificação. Quando menor o seu índice – que vai de forma genérica de 0 até 1 – menor será o ganho solar dentro de um ambiente, pois ele se torna mais capaz de resistir à radiação.
Este fator é importante em todas as regiões brasileiras, principalmente as mais quentes, que irão geralmente sugerir índices baixos de SHGC nos vidros para que possamos manter um índice de conforto aceitável.
É importante mencionar que na maioria dos folhetos de fabricantes de vidros índice mais comum utilizado é o FS (Fator Solar). No entanto, o SHGC é mais completo, pois considera ganhos solares diretos em indiretos dentro da edificação e é mais amigável para softwares de simu...