Dados do Censo Demográfico de 2022 mostram que a população idosa brasileira, de 60 anos ou mais, teve um aumento de 56 por cento em relação ao ano de 2010.
O etarismo, nome que se dá ao preconceito contra pessoas com base na sua idade, é uma prática bastante comum, principalmente no mercado de trabalho, como esclarece Cláudia Alcântara, especialista em Diversidade Etária. " O etarismo se baseia em estereótipos negativos relacionados à idade, à velhice, ao envelhecimento. Que pessoas mais velhas produzem menos, que elas trazem menos lucratividade para a organização. Então a gente precisa mudar isso, a gente precisa mudar esse pensamento das pessoas que trabalham nas organizações para poder ampliar o mercado, para poder trazer essas pessoas, esses profissionais, para dentro das empresas, para a gente ter uma sociedade mais justa."
A idade cronológica não é um indicador confiável da capacidade funcional de um indivíduo. Embora o envelhecimento esteja associado a algumas mudanças físicas e cognitivas, a idade não é o fator que realmente causa impacto na funcionalidade, segundo a médica Geriatra, Dra Alessandra Ferrarese:" Hoje em dia, a gente já sabe que não faz parte do envelhecimento natural o esquecimento. Acontecem, sim, algumas alterações com a cognição, como a diminuição da velocidade do processamento, mas a diminuição da cognição com o impacto na funcionalidade do indivíduo, ou seja, com o impacto nas atividades diárias do indivíduo, não faz parte do envelhecimento fisiológico. "
Atribuir limitações a alguém simplesmente com base na sua idade é um estereótipo prejudicial que ignora a incrível diversidade humana e a resiliência individual em face do envelhecimento.
A capacidade e o potencial de uma pessoa devem ser avaliados individualmente, sem o preconceito gerado pela idade.
Confira a reportagem de Fernando Lima: