Destaques do dia
No cenário internacional, o conflito na Ucrânia segue em destaque. Os países do Ocidente continuam a anunciar sanções econômicas e financeiras à Rússia. No campo das divulgações, os destaques serão dados de emprego de fevereiro nos EUA, a inflação de fevereiro na Europa e indicadores de atividade na China, Europa e Estados Unidos. No Brasil, semana curta por conta do feriado de Carnaval. A principal divulgação será a o PIB do 4º trimestre de 2021, na sexta-feira.
Brasil
Mesmo com toda pressão envolvendo os conflitos entre Ucrânia e Rússia, o último pregão de fevereiro foi marcado pela alta do Ibovespa. A sessão finalizou em 113.141 pontos, com alta de 1,39%. Em fevereiro, a bolsa subiu 0,89% e o acumulado do ano até aqui é de uma alta de 7,94%. Na última sexta-feira, a curva de juros não acompanhou a melhora no apetite a risco externo, subindo ao longo do dia à medida em que players reduziram ou zeraram suas posições antes do feriado. A divulgação do IGP-M na parte da manhã, abaixo das expectativas, não foi suficiente para sustentar um alívio nas taxas. Com isso, o mês de fevereiro fechou com perda de inclinação na curva, devido principalmente às estimativas de alta para a Selic no curto prazo e o fluxo de capital externo. DI jan/23 fechou em 12,445%; DI jan/25 encerrou em 11,42%; DI jan/27 foi para 11,315%; e DI jan/29 fechou em 11,46%.
Mundo
Bolsas internacionais amanhecem positivas (EUA +0,4% e Europa +0,1%) em meio ao avanço das tropas russas em território ucraniano. Investidores aguardam uma possível segunda rodada de negociações entre os países. Nesta terça-feira, o presidente dos EUA, Joe Biden, endureceu seu discurso contra Vladimir Putin, anunciando mais sanções a Rússia, e apresentou sua proposta para combater a inflação. O espaço aéreo americano será fechado para voos russos e o departamento de justiça dos EUA irá investigar oligarcas russos envolvidos em atividades criminosas. Além disso, Joe Biden, afirmou que seu plano econômico para combater a inflação será reduzir custos e diminuir o déficit fiscal. Na China, o índice de Hang Seng (-1,8%) encerra em baixa, em virtude das tensões geopolíticas e a temporada de resultados aquém do esperado. Por fim, o petróleo (+7,1%) amanhece em forte alta com a decisão da OPEP+ de manter o plano atual para o aumento de produção da commodity em 400 mil barris/dia a cada mês.
Em depoimento ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Deputados dos EUA realizado hoje (02), o Presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, sinalizou que o banco central americano começará a aumentar as taxas de juros este mês, apesar das incertezas decorrentes da crise na Ucrânia. Segundo Powell, a alta inflação e um mercado de trabalho "extremamente apertado" implicam necessidade de taxas de juros mais altas.
Por fim, dados divulgados mais cedo mostraram que os empregadores privados dos EUA contrataram mais trabalhadores do que o esperado em fevereiro, à medida que a recuperação do mercado de trabalho ganha força.
Rússia e Ucrânia
Os Estados Unidos fecharam seu espaço aéreo para qualquer aeronave russa e, em discurso oficial, Joe Biden chamou Vladimir Putin de ditador e disse que ele sofrerá as consequências de seus atos. Enquanto isso, o governo da China declarou que não acompanhará o Ocidente na imposição de sanções, alegando que isso não teria bons efeitos. No Brasil, Jair Bolsonaro declarou neutralidade no que diz respeito ao conflito no leste europeu, ao destacar que um posicionamento contra a Rússia poderia implicar consequências negativas para o agronegócio brasileiro, que depende dos fertilizantes daquele país. Uma nova rodada de negociações entre autoridades russas e ucranianas está marcada para hoje, na Bielorrússia.
Por fim, nos mercados globais, o clima geral permanece tenso. Por exemplo, o preço do petróleo do tipo Brent saltou para máximas de quase oito anos, enquanto as cotações de metais e produtos agrícolas subiram após sanções ocidentais interromperem o transporte de commodities exportadas pela Rússia. Estes movimentos adicionam mais pressão na inflação global, já em nível elevado.