Destaque do dia
Forças russas continuam avançando rapidamente pelo território ucraniano e obtiveram controle de uma grande cidade pela primeira vez em meio a ataques a áreas residenciais. Se confirmada, a tomada de Kherson, uma importante cidade portuária no Mar Negro, perto da Crimeia, representa um marco significativo para a campanha russa no sul da Ucrânia.
Com isso, cresce a expectativa entre especialistas de que a Rússia consiga a vitória almejada em curto prazo. Vale destacar que, em meio ao endurecimento de ataques russos, os governos Zelensky e Putin devem retornar à mesa de negociações na manhã desta quinta-feira em Belarus, incialmente planejada para ontem.
Brasil
Em sessão mais curta para a bolsa brasileira e após ficar fechada por conta do feriado prolongado, o Ibovespa fechou o dia de ontem em alta de 1,80%, aos 115.173 pontos com destaque para as empresas do setor de petróleo e siderúrgicas. Enquanto isso, após começar o dia se apreciando frente ao real, o dólar futuro recuou e fechou em queda de mais de 1% aos R$ 5,10.
Os juros futuros, por sua vez, fecharam em forte alta, com as expectativas de inflação já pressionadas e aumento no preço das commodities durante o conflito na Ucrânia. DI jan/23 fechou em 12,655%; DI jan/24 foi para 12,24%; DI jan/26 encerrou em 11,43%; e DI jan/28 fechou em 11,5%.
Mundo
Mercados globais amanhecem negativos (EUA -0,1% e Europa -0,4%) enquanto investidores seguem monitorando os desenvolvimentos do conflito entre Rússia e Ucrânia, além dos possíveis impactos do aumento nos preços das commodities na inflação global. Nesta quarta-feira, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmou que apoiará uma alta de 0,25% na taxa de juros americana já no próximo encontro do Comitê de Política Monetária e, não descartou a possibilidade de altas mais agressivas caso a inflação persista. Na China, o índice de Hang Seng (+0,6%) encerra em campo positivo com notícias de que o país considera flexibilizar sua política zero-Covid, que tem impactado negativamente a economia. Por fim, o petróleo (+1,8%) amanhece acima dos US$ 115/barril com a escalada das tensões em território ucraniano e a decisão da OPEP+ de manter o plano atual para o aumento de produção da commodity.
Commodities e inflação
O progresso da invasão russa está impulsionando os mercados de commodities em geral. A guerra na Ucrânia pode empurrar a economia mundial para um cenário muito desfavorável de estagflação (inflação em alta com atividade econômica em queda) na economia global.
O conflito também deve manter a inflação elevada no Brasil, principalmente a de alimentos e energia.